domingo, 30 de novembro de 2008

O LÚPUS E A GRAVIDEZ

O Lúpus e a Gravidez

Uma vez que o lúpus afeta principalmente mulheres jovens, a gravidez sempre passa a ser uma questão crucial. Há anos atrás, todos os textos médicos diziam que pacientes com lúpus não poderiam ter filhos e, se ficassem grávidas, deveriam realizar abortos. Obviamente, essas conclusões antigas estavam erradas. (Imagino a decepção e o desencanto das mulheres, com isso o seu lúpus, com certeza, ficariam ativos). Hoje em dia, 50 porcento de todas as gestações com lúpus são completamente normais, e 25 porcento dão à luz bebês prematuros. A perda do feto, devido a abortos espontâneos, ou a morte do bebê são responsáveis pelos 25 porcento restantes. Embora nem todos os problemas da gravidez com lúpus tenham sido resolvidos, ela é possível, e o nascimento de crianças normais é a regra.

Mesmo sendo perfeitamente possível que pacientes com lúpus tenham filhos, a gravidez pode não ser fácil. É importante notar que apesar de muitas gestações com lúpus serem completamente normais, todas devem ser consideradas de "alto risco". "Alto risco" é o termo usado comumente pelo obstetras para indicar que problemas podem ocorrer e que devem ser antecipados. Grávidas com lúpus devem ser acompanhadas por obstetras que estejam inteiramente familiarizados com gestações de alto risco, e que trabalhem em conjunto com o médico principal da mulher (o que acompanha o lúpus). O parto deve ser planejado para um hospital que disponha de uma unidade especializada no tratamento de recém-nascidos prematuros. Mamães com LES não devem tentar o parto em casa, nem devem estar excessivamente preocupadas com parto "normal", uma vez que complicações durante o parto são freqüentes. Contudo, sob severa observação, os riscos para a saúde da mãe são diminuídos, e o nascimento de bebês saudáveis é perfeitamente possível.

A gravidez vai despertar o meu lúpus?

Apesar de alguns textos médicos mais antigos sugerirem que crises de LES são comuns na gravidez, estudos recentes indicam que essas crises são raras e normalmente facilmentes tratadas. A verdade é que, de 6 a 15 porcento dos pacientes com lúpus atualmente vão experimentar uma melhora nos sintomas do lúpus durante a gravidez. As crises normalmente ocorrem durante o primeiro ou segundo trimestre, ou durante os dois meses imediatamente após o parto. A maioria das crises tende a ser suave. Os sintomas mais comuns dessas crises são artrite, RASHES e fadiga. Aproximadamente 33 porcento das pacientes com lúpus vão ter uma diminuição do número de plaquesta no sangue durante a gravidez, e cerca de 20 porcento vão ter um aumento ou nova ocorrência de proteína na urina. Mulheres que concebem após 5-6 meses de remissão da doença são menos suscetíveis à uma crise do lúpus do que aquelas que ficam grávidas quando o lúpus está ativo. Nefrite lúpica antes da concepção também aumenta as chances de se ter uma crise durante a gravidez. É importante distinguir os sintomas de uma crise do lúpus das mudanças normais do corpo que ocorrem durante a gravidez. Por exemplo, o fato dos ligamentos que unem as juntas normalmente se tornarem mais suaves na gravidez, favorecem o acúmulo de fluidos nas juntas, especialmente nos joelhos, o que causa inchaços. Apesar disso sugerir um aumento na inflamação devido ao lúpus, também pode simplesmente ser o inchaço que normalmente ocorre na gravidez. Similarmente, LUPUS RASHES podem aparentar uma piora durante a gravidez, mas isto é usualmente devido a um maior fluxo de sangue para a pele, comum na gravidez (o 'tom rosado' de uma grávida). Muitas mulheres também podem experimentar o nascimento de cabelo na gravidez, seguido de uma grande queda de cabelo após o parto. Embora a queda de cabelos seja um sintoma da atividade do LES, é mais um resultado das mudanças que ocorrem durante uma gravidez normal.

Qual é o melhor momento para ficar grávida?
A resposta é simples: quando você estiver mais saudável. Durante a remissão, as mulheres têm muito menos problemas do que quando a doença está ativa. Os bebês ficam bem melhores, e todos se preocupam menos.

Regras de boa saúde são essenciais: coma bem, tome os medicamentos conforme a prescrição, visite seu(s) médico(s) regularmente, não fume, não beba e, certamente, não use drogas.
Por quê visitas freqüentes ao médico são tão importantes numa gravidez com lúpus?
Visitas freqüentes ao médico são importantes em qualquer gravidez de alto risco, isso porquê muitos problemas podem ser prevenidos, ou tratados mais facilmente, se observados no início.

Cerca de 20 porcento das pacientes com lúpus têm um súbito aumento da pressão sangüínea, de proteína na urina, ou ambos durante a gravidez. Isto é chamado toxemia da gravidez (ou pré-eclâmpsia, ou hipertensão induzida pela gravidez). Essa é uma situação muito séria requerendo tratamento imediato e, usualmente, um parto prematuro. A toxemia é mais comum em mulheres mais velhas, negras, com gêmeos, com problemas nos rins, com pressão alta, e em mulheres que fumam. A quantidade de SERUM COMPLEMENT e de plaquetas no sangue podem estar anormais nesses casos. Uma vez que os níveis de COMPLEMENT e de plaquetas também são anormais durante as crises de LES, pode ser difícil para o médico ter certeza de que não é uma crise que está causando esses sintomas. Se a toxemia é prontamente tratada a mulher não fica em perigo, mas há um grande risco de morte do bebê se isso não acontecer. Se a toxemia é ignorada ambos, a mulher e seu bebê, ficam em perigo.

Durante o progresso da gravidez é prudente que o médico verifique o crescimento do bebê através de ultra-sonografias (que são inofensivas). O médico também deve checar com freqüência o batimento cardíaco do bebê. Anormalidades no crescimento do bebê ou no seu batimento cardíaco podem ser os primeiros sinais de problemas que podem ser tratados.

4 comentários:

Tony Madureira disse...

Olá,

Ser portadora de LES significa ser corajosa, ser forte!

a Claudia é excelentemente tratada no HGSA no Porto. A médiaca que a segue é espectacular!!

Tudo de bom.


Bjs

jeane leidimar disse...

sou jeane de feira de santana bahia
fiquei gravida e durante a gravidez descobrir que estava com nivel de plaquetas baixo , passei por varios medico e tratamentos ate que encontrei um hematologista que descobriu a causa do meu problema , torme muitas medicaçoes como hemoglobina humana , e tive varios sinais de inicio de aborto. mais nunca desistir de ter meu filho orei muito e pedir muito a deus , meu filho nasceu com 8 meses , hoje tem 5 anos e lindo e saudavel , faço tratamento com um reumatologista e luto pra viver sou feliz por tenho deus em minha vida ...acredite para Deus nada e impossivel .....

Anônimo disse...

MInha pergunta é se o LES pode se desenvolver por maus tratos,tais como agressões fisicas ameças de morte com arma de fogo, no inicio e no meio da gravidez? A criança nasceu 1 mes antes da data prevista. Só foi diagnosticado 10 anos depois.

Obrigada
A.M

aline disse...

so potadora de lupus e estou gravida de 4 meses mas graças a deus nao estou sentido nada porque tenho um bom deus comigo e eu confio muito nele