terça-feira, 25 de novembro de 2008

O DIAGNÓSTICO DO LÚPUS (II)

Testes de laboratório usados para diagnosticar Lúpus:

O primeiro teste de laboratório elaborado foi o teste celular LE (Lupus Eritematoso). Quando o teste é repetido várias vezes, é eventualmente positivo em 90% das pessoas com lúpus sistêmico. Infelizmente, o teste celular LE não é específico para o lúpus sistêmico (apesar do tom oficial do nome). O teste também pode dar positivo em até 20% de pessoas com artrite reumática; em pessoas com outras condições reumáticas como a Síndrome de Sjogren's ou esclerodermia; em pacientes com problemas no fígado; e em pessoas que tomem certas drogas (tais como procainamide, hydralazine e outras).

O Teste de Fator Anti Nuclear (ANA ou FANA - The Immunofluorescent Antinuclear Antibody) é mais específico para o lúpus do que o teste celular LE. Este teste dá positivo em virtualmente todas as pessoas com lúpus sistêmico e é o melhor exame disponível atualmente. Se o resultado for negativo, provavelmente o paciente não tem lúpus sistêmico. Por outro lado, um resultado positivo não é um diagnóstico completo de lúpus, uma vez que o resultado também pode ser positivo nos seguintes casos:
- em indivíduos com outras doenças relacionadas aos tecidos;
- em indivíduos sem sintomas;
- pacientes tratados com certas drogas, incluindo procainamide, hydralazine, isoniazid e chlorpromazine;
- indivíduos em outras condições que não o lúpus, tais como esclerodermia, artrite reumatóide, mononucleose infecciosa e outras doenças infecciosas como lepromatus leprosy, subacute bacterial endocarditis, malária etc., além de problemas no fígado.

Os resultados do teste ANA apresentam um indicador. Este indicador mostra quantas vezes o sangue do indivíduo deve ser diluído para se obter uma amostra livre de anticorpos anti-nucleares (anti-nuclear antibodies). Assim, um índice de 1:640 mostra uma concentração maior de anticorpos anti-nucleares do que um índice de 1:320 ou 1:160. O índice é sempre maior em pessoas com lúpus. Pacientes com lúpus ativo vão ter índices muito altos no teste ANA.

Testes de laboratório que medem os níveis de complementos no sangue, também são de algum valor. Complemento é uma proteína do sangue que, com anticorpos, destrói bactérias. É uma espécie de "amplificador" da função imunológica. Se o nível total de complemento no sangue é baixo, ou os valores dos complementos C3 e C4 são baixos, e a pessoa também tem um ANA positivo, algum peso é adicionado ao diagnóstico do lúpus. Baixos níveis dos complementos C3 e C4 em indivíduos com resultados positivos no teste ANA, também podem indicar lúpus com envolvimento maior dos rins.

Os testes de laboratório são mais úteis quando se consegue lembrar as seguintes informações: Se um indivíduo apresenta sinais e sintomas de lúpus (pelo menos quatro dos critérios apresentados pela Associação Americana de Reumatismo), um resultado positivo no teste ANA confirma o diagnóstico e não são necessários mais exames; se uma pessoa tem apenas dois ou três sintomas, então um resultado positivo no ANA reforça o diagnóstico. Nesse caso, a menos que testes mais específicos dêem positivo (ex.: anti-DNA, anti-Ro), o diagnóstico do lúpus é considerado incerto até que sejam encontrados mais sinais clínicos ou outros exames sangüíneos mais específicos, como os citados acima, também apresentem resultados positivos.

Alguns médicos também podem optar por fazer uma biópsia nas erupções cutâneas e nos cabelos do paciente. Essas biópsias podem ajudar a diagnosticar o lúpus sistêmico em 75% dos casos.

A interpretação de todos estes testes, positivos ou negativos, e sua relação com os sintomas, é freqüentemente difícil. Um teste pode ser ora positivo, ora negativo, refletindo a atividade relativa da doença ou outras variáveis. Quando certas questões não puderem ser esclarecidas, consulte um especialista em lúpus.

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