domingo, 9 de novembro de 2008

JUNTAS E MÚSCULOS (Continuação)

Miosite Lúpica
Ao contrário das juntas, os músculos podem ser seriamente danificados pelo LES. Estes danos podem resultar em fraqueza dos músculos e perda de resistência a menos que um tratamento apropriado seja dado logo no início.
Músculos inflamados podem não ficar apenas doloridos, mas também sensíveis ao toque. A fraqueza dos músculos é o sintoma mais comum da miosite lúpica.
Caracteristicamente, os músculos do tronco são afetados (ex. pescoço, pélvis, coxas, ombros e membros superiores). Dores nos pequenos músculos das mãos e falta de firmeza para apertar não são sintomas da miosite lúpica.
Contudo, os nervos bem como as fibras musculares podem ser atacadas no processo inflamatório e, ocasionalmente, fraqueza nos punhos e nas mãos ou nos tornozelos e pés podem ocorrer como resultado de danos aos nervos.

Diagnóstico.
O diagnóstico de miosite lúpica é relativamente acurado. Existem enzimas (ex. CPK, SGOT, SGPT, aldolase), normalmente concentradas nas fibras musculares que escapam para a corrente sangüínea quandos essa fibras estão sendo danificadas pela inflamação. Assim, os resultados dos exames desses elementos no sangue são anormais na miosite lúpica.
Esses exames também podem ser usados para determinar a gravidade do comprometimento dos músculos: quanto mais alto os níveis dessas enzimas no sangue, mais grave é a miosite. Tais exames são, portanto, úteis no diagnóstico e no acompanhamento do curso da doença e na resposta à terapia.
Assim como o eletrocardiograma (ECG) reflete os danos nos músculos cardíacos, o eletromiograma (EMG) pode ser usado para determinar a natureza do dano muscular na miosite lúpica.
Quando a inflamação está presente, o EMG mostra uma resposta elétrica característica. Um exame microscópico de uma amostra do tecido muscular (biópsia) também pode ser feito em um músculo dolorido para confirmar a presença da inflamação e para ajudar a identificar a sua gravidade.

Tratamento.
Corticóides (prednisona) são necessariamente prescritos para o tratamento da miosite lúpica. Altas doses (50 mg ou mais por dia de prednisona ou equivalente) são dadas inicialmente para suprimir e controlar a inflamação.
A dose do esteróide é gradualmente reduzida assim que a inflamação cessa, como determinado pelos sintomas e níveis de enzimas no sangue do paciente. A grande maioria de pessoas com lúpus respondem prontamente ao uso de corticóides. Raramente é necessário o reforço do tratamento com medicamentos imunossupressivos ou citotóxicos.
Uma vez que a fase inflamatória aguda passa, um programa bem dirigido de exercícios deve ser posto em prática para ajudar o paciente a recuperar a resistência muscular normal e suas funções.

As Complicações Músculo-Esqueléticas do Lúpus e seu Tratamento
Corticóides, tomados isoladamente ou em combinação com agentes citotóxicos, são usados para controlar certas manisfestações do lúpus (ex. envolvimento dos órgãos superiores, miosite, anormalidades sangüíneas graves).
Tal tratamento, quando requerido em altas e constantes doses, pode algumas vezes acarretar danos aos ossos e fraqueza muscular.
Contudo, tais complicações causadas apenas pelos medicamentos são raras, mas são devidas a uma combinação de fatores. Por exemplo, pacientes lúpicos podem ser mais suscetíveis à infecções, incluindo infecções nas juntas, devido ao uso de corticóides e de medicamentos imunossupressivos.
Lúpicos que tomam esteróides por muito períodos prolongados podem desenvolver necrose isquêmica dos ossos (também chamada necrose ascética ou necrose avascular).
Esta condição é causada por uma alteração no fluxo sangüíneo em determinada porção do osso, o que causa uma necrose naquela área. Uma vez que o corpo repara essa área, uma fraqueza do osso ocorre e uma porção da superfície desse osso pode entrar em colapso.
O quadril, ombros e joelhos são as áreas mais comumente afetadas. O sintoma inicial da necrose isquêmica é uma dor nas juntas quando estas se movimentam ou suportam algum peso. Ao progredir essa situação, as dores também são sentidas mesmo com a pessoa em repouso, especialmente à noite.
Eventualmente ocorre uma diminuição no alcance dos movimentos das juntas afetadas. Atualmente não há tratamento para essa condição, mas uma descompressão cirúrgica com agulha parece retardar o processo. Em algumas pessoas com lúpus, uma substiuição completa das juntas se torna necessário para resolver o problema.
Tratamento prolongado com corticóides também pode elevar o risco do paciente desenvolver ósteoporose.
Ósteoporose, que é uma diminuição da massa óssea, que o indivíduo está mais sujeito a uma fratura ou a uma compressão de vértebras na espinha. Ósteoporose é um problema comum, especialmente em idosos e pessoas inativas, com lúpus ou não e com o uso de corticóides ou não. As mulheres têm maior propensão a desenvolver a ósteoporose do que os homens porque têm menor massa óssea. O uso de cálcio e vitamina D, como complemento a exercícios regulares, podem ajudar a evitar a osteoporose.
Um programa regular e bem feito de exercícios é importante para evitar a fraqueza muscular em pessoas com miosite lúpica.

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