quinta-feira, 13 de novembro de 2008

LÚPUS E O PROBLEMA DE PELE (II)

Lesões Cutâneas Subagudas
O segundo tipo de lesão específica do lúpus foi mais recentemente descrita por Sontheimer e Gilliam no final dos anos 70. Essa lesão é caracterizada como uma lesão discóide, eritematosa (avermelhada), não cicatricial que é muito fotossensível (piora quando exposta a raios ultravioletas).
Esse tipo de lesão ocorre em pacientes que, em 50% das vezes, apresentam características do lúpus eritematoso sistêmico. Problemas renais, entretanto, são incomuns nesses pacientes. Essas lesões cutâneas também ocorrem em pessoas que apresentam apenas evidências clínicas de problemas na pele, e não mostram nenhum sintoma do lúpus sistêmico. Aproximadamente 70% das pessoas com essas lesões têm anticorpos anti-Ro (SSA).

A lesão cutânea subaguda do lúpus pode, algumas vezes, imitar as lesões da psoríase ou aparecer como lesões discóides não cicatriciais. Essas lesões podem ocorrer na face (asa de borboleta) ou podem cobrir vastas áreas do corpo. Ao contrário das lesões discóides, essas lesões não produzem cicatriz permanente, mas podem ser de grande significância cosmética/estética.
Essas lesões também podem ser observadas como uma característica da síndrome lúpica neonatal. Crianças com lúpus neonatal, nascidas de mães com anticorpos anti-Ro (SSA), podem desenvolver uma erupção lúpica transitória que desaparece por volta dos seis meses de idade. No momento, as melhores evidências sugerem que o anticorpo anti-Ro (SSA) passa para o feto via placenta, tendo um papel significativo na doença de pele lúpica.

Lesões lúpicas não específicas: Alopecia
As lesões lúpicas não específicas incluem várias forma de perda de cabelo (alopecia) que não estão relacionadas à presença de lesões lúpicas discóides no couro cabeludo. Pacientes com lúpus sistêmico severamente acometidos da doença podem, após um certo tempo, desenvolver uma perda de cabelos transitória, onde grandes quantidades de cabelo entram em uma fase de dormência e caem. Contudo, eles são rapidamente repostos. Ainda, uma crise grave do lúpus eritematoso sistêmico podem resultar em um crescimento capilar irregular, o que faz com que o cabelo fique frágil e quebre facilmente. O cabelo se quebra sobre a superfície do couro cabeludo, dando a aparência característica denominada "cabelo lúpico".

Vasculite
Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico podem desenvolver uma doença inflamatória dos vasos sangüíneos (vasculite). São várias as manifestações cutâneas da vasculite.
As lesões podem aparecer como protuberâncias avermelhadas por vastas áreas do corpo. Essas lesões também podem aparecer como pequenas linhas vermelhas na borda das unhas (cutícula) ou nas pontas dos dedos ou como manchas vermelhas nas pernas. Além disso, essas manchas avermelhadas podem ulcerar. Algumas vezes, os vasos sangüíneos envolvidos nesse processo inflamatório podem estar localizados numa parte mais profunda da pele, produzindo nódulos avermelhados e doloridos. Eles são normalmente encontrados nas pernas.

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