quinta-feira, 27 de novembro de 2008

MEDICAMENTOS USADOS NO TRATAMENTO DO LÚPUS (IV)

Esteróides Usados no Tratamento do Lúpus
Robert S. Katz, M.D.Presbyterian St. Lukes Medical CenterAssociate Professor, Rush Medical CollegeChicago, Illinois

Muitos dos sintomas do lúpus são resultados de inflamações em vários tecidos do corpo. A cortisona, fabricada naturalmente pelas glândulas supra-renais e também artificialmente, é reconhecida por ter um efeito anti-inflamatório marcante.

A cortisona e seus derivados são os chamados esteróides, as drogas conhecidas com mais efetiva ação anti-inflamatória. O seu uso pode reduzir substancialmente o inchaço, ardor, sensibilidade e dor, sintomas associados à inflamação.

A dosagem de esteróides deve ser mantida no nível mais baixo possível, e não deve ser interrompida abruptamente se estiver sendo usada por mais de quatro semanas. Após esse período, as glândulas supra-renais podem sofrer um encolhimento, e podem não produzir cortisona o bastante se os esteróides sintéticos são descontinuados de uma única vez. Uma lenta redução na dosagem permite que as glândulas recuperem sua habilidade de produzir a cortisona natural. Por isso, a ingestão de prednisona ou de outro esteróide não deve ser interrompida abruptamente.

Os pacientes lúpicos devem discutir as razões do uso de esteróides com seu médico, além de poder optar por terapias alternativas.

Prednisona
Os esteróides produzidos pela parte mais externa (córtex) das glândulas supra-renais são chamados de "corticosteróides". A prednisona é o corticosteróide sintético mais usado no tratamento de lúpus. Ela vem em comprimidos de 5 e 20 miligramas (mg). Pode ser ministrada, no máximo, até 4 vezes por dia, no mínimo, uma vez dia sim dia não ou em qualquer dosagem entre esses números. Menos de 10 mg por dia é considerado uma dose baixa; de 11 a 40 mg é uma dose moderada; e de 41 a 100 mg por dia é uma dose alta.

Os esteróides também podem ser ministrados por via intra-venosa ou injetada diretamente nas juntas. Ocasionalmente, doses bastante altas podem ser ministradas por um curto período. Este tratamento, conhecido como "pulsoterapia", consiste em ministrar por via intra-venosa 1000 mg de metil-prednisona diariamente, durante três dias.

A prednisona é uma droga extremamente efetiva e pode ser necessária para controlar a atividade do lúpus. Embora muitos dos pacientes não precisem do uso contínuo de esteróides, aqueles que apresentem doença grave ou ativa e os rins afetados seriamente, podem requerer um tratamento de longo prazo com esteróides.

Normalmente há um alívio imediato da maioria dos sintomas após o início do tratamento com corticosteróides. Quando há a ocorrência de pleurise ou pericardite, doses baixas ou moderadas de esteróides são muito úteis. Os esteróides sempre podem ser completamente evitados nos casos mais brandos do lúpus (por exemplo, aqueles que envolvem apenas as juntas e a pele).

Além da prednisona, alguns outros derivados da cortisona incluem a hidrocortisona, metil-prednisona (Medrol) e dexametasona (Decadron).

Efeitos Colaterais
Alguns dos efeitos colaterais mais comuns do uso de esteróides incluem mudanças na aparência, tais como acne, desenvolvimento de uma face arredondada, e um aumento de apetite que leva a um ganho de peso. Os esteróides também podem causar uma redistribuição de gordura, levando a um inchaço na face e no abdomen, mas com uma magreza nos braços e pernas. Em alguns casos, a pele fica mais frágil, o que pode facilitar o aparecimento de machucados.

Os efeitos colaterais do uso de esteróides incluem irritabilidade, agitação, euforia ou depressão. A insônia também pode ser um efeito colateral. Essas mudanças na aparência e no humor são mais notáveis com o uso de altas doses de esteróides.

Um aumento na suscetibilidade à infecções pode ocorrer com o uso de altas doses de esteróides. A prednisona também pode agravar a diabete, glaucoma e a pressão alta, e com freqüência aumenta os níveis de colesterol e de triglicérides no sangue. Em crianças, os esteróides podem inibir o crescimento.

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