segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O LÚPUS NA INFÂNCIA (II)

O Lúpus na Infância (Continuação)
Os rins também podem ser afetados. Exames de urina podem revelar problemas que podem ser investigados mais profundamente através de outros testes. Ë comum coletar urina por 24 horas para exames mais específicos. Algumas vezes é necessário uma biópsia renal para avaliar a extensão dos danos nos rins. Esse resultado também determina diretrizes para o tratamento e para monitorar alterações com o passar do tempo.

O tratamento do lúpus depende de qual parte do corpo tenha sido atingida. Tomar cuidado com exposição a raios solares é importante para qualquer criança. É recomendável que se faça um planejamento das atividades da criança, para evitar exposição no horário de pique (10 às 15:00).
Deve se consultar a criança na hora de elaborar esse planejamento, para que ela entenda a importância de algumas restrições e coopere mais facilmente.

Outro aspecto importante do tratamento, é estar alerta para qualquer sinal de infeção. Os familiares devem estar cientes de que febre, cansaço excessivo e falta de ar pode ser um sinal de uma crise do lúpus ou de uma infecção. O médico pode precisar avaliar a criança na ocorrência de febres.

Existe um vasto número de medicamentos usados no tratamento do lúpus. Muitas crianças são tratadas com drogas antiinflamatórias não esteroidais (NSAID) que ajudam a diminuir a inflamação e dores nas juntas. Drogas antimaláricas, como o Plaquinol, algumas vezes são usadas para tratar as erupções cutâneas. Algumas vezes há a necessidade do uso de esteróides. A meta, ao se utilizar esteróides, é fazê-lo com a menor dose possível. Com a melhora dos sintomas, são ministradas doses cada vez menores até que o medicamento possa ser suspenso. Quando altas doses de esteróides são utilizadas por muito tempo, podem ocorrer efeitos colaterais como problemas nos olhos e diminuição no crescimento. Ministrar os esteróides em dias alternados pode ajudar a minimizar esses efeitos colaterais.

Outros medicamentos, usados principalmente quando os rins são atingidos, incluem o Cytoxan e Imuran. Elas são usadas para controlar a reação do sistema imunológico da criança para, assim , causar menos efeitos danosos ao corpo. Pesquisas recentes mostram que essas drogas podem ser usadas em crianças de forma segura, e podem controlar os efeitos mais graves do lúpus em órgão internos.

Uma doença crônica como o lúpus tem, é claro, um grande efeito na vida de uma criança. Normalmente, a criança precisa perder aulas durante as crises. É importante que se faça um contato com a escola assim que possível e mantenha esse contato durante as faltas. Um conselheiro escolar ou uma enfermeira podem fazer certos preparativos para ajudar a criança. Algumas crianças podem precisar de ajuda enquanto outras conseguem se virar sozinhas. Isso depende de como eles se sentem e de quanto tempo terão que ficar ausentes da escola.

Normalmente, as crianças com lúpus (assim como qualquer outra com uma doença crônica) necessitam de um plano especial de educação. Esta é uma avaliação de todas as necessidades da criança (educacionais, psicossociais e físicas) e devem ser elaborados por uma equipe em casa caso específico.

Qualquer doença que atinja alguém, pode causar reações nos demais membros da família. Isso pode ter seu lado positivo como pode ter seu lado negativo ao lidar com essa doença. Normalmente há um aumento das obrigações da família ao cuidar de uma criança doente. Isso também pode significar ausências dos pais no trabalho e dificuldades financeiras devido aos gastos médicos.
A
lgumas pesquisas têm sido realizadas para medir os efeitos causados numa família de uma criança com uma doença crônica. As famílias que obtiveram os melhores resultados, foram aquelas que não colocaram a criança no papel de doente, não limitando suas atividades na vida diária. Famílias forjadas num casamento sólido e com suporte de todos os familiares, amigos e/ou grupos religiosos, conseguem lidar melhor com uma doença crônica.

O grande número de adolescentes e mulheres jovens com lúpus, levanta outras preocupações especiais. Um problema bastante delicado para adolescentes é a mudança na sua aparência, normalmente no rosto, causada pelo lúpus. As erupções e o rosto inchado característico da doença, ou as acnes causadas pelos esteróides, podem levar a jovem a imaginar "Como eu pareço para o mundo?". É importante discutir isso da forma mais aberta possível com a adolescente, uma vez que esses assuntos são grandes fontes de estresse e angústia.

Preocupações com a sexualidade e gravidez também são importantes nas cabeças das adolescentes quando elas ficam doentes. Contraceptivos orais comuns, que cont6em estrogênio, podem aumentar os sintomas, não sendo recomendados. Algumas vezes a mini-pílula, que contém apenas o hormônio progesterona, é seguro para lúpicas. Diafragmas e preservativos também não apresentam problemas sérios, e todas essas opções devem ser analisadas e discutidas.

É importante que a mulher não fique grávida durante o período de atividade do lúpus. O lúpus parece não afetar a capacidade de ficar grávida, mas abortos são mais comuns quando a doença está em atividade. É perfeitamente possível ficar grávida e ter um bebê saudável, mas recomenda-se um planejamento cuidadoso com o médico para determinar qual o melhor momento. Existem muitos obstetras com vasta experiência em "gravidez de alto risco".

Devido aos muitos aspectos e ajustes necessários para um adolescente com lúpus, um aconselhamento individual pode ser necessário e de muita utilidade. Grupos de apoio parecem ser a forma ideal do adolescente obter apoio e a aceitação necessária de que eles necessitam. Adolescentes que freqüentam esses grupos relatam uma diminuição nos sentimentos de isolamento e aceitar melhor sua doença.

Houve um avanço considerável no prognóstico de crianças com lúpus nos últimos trinta anos. Isso deve-se aos avanços no diagnóstico e no tratamento.

E, o mais importante, as crianças e seus familiares devem procurar por um tratamento médico cuidadoso e competente, além de cultivar o suporte da sua equipe de saúde, sua escola e sua comunidade.

2 comentários:

bruna disse...

parabéns
Êidina,sua postagem sobre a doença está completa e super
esclarecedora,ao que tudo indica minha afilhada possui
esta,obrigada.beijos

Êidina Queiroz disse...

Bruna, fico feliz de poder ter ajudado, espero que sua afilhada tenha uma rápida melhora. Convido-a para visitar o blog, quantas vezes forem necessárias para esclarecimentos e conhecimento. Grata. Beijinho.