quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O LÚPUS NEONATAL (Bebês filhos de Lúpicas)

O que as futuras mamães lúpicas devem saber

O lúpus neonatal é o nome utilizado para defi nir uma síndrome
encontrada em recém-nascidos caracterizada principalmente
por lesões cutâneas, diminuição de glóbulos brancos e, mais
raramente, acometimento cardíaco (bloqueio cardíaco congênito),
causadas pelos anticorpos anti-Ro/SSA da mãe que passam para o
feto através da placenta. Estes anticorpos duram por 4 a 6 meses e
desaparecem espontaneamente, não necessitando tratamento.
Quais são as manifestações do lúpus neonatal?
As manifestações mais freqüentes do lúpus neonatal são lesões
cutâneas que podem estar presentes ao nascimento, mas, geralmente
surgem após algumas semanas de vida. As lesões cutâneas
costumam ser avermelhadas e tipicamente surgem em áreas
expostas ao sol, como na face e no couro cabeludo. Elas costumam
melhorar após alguns meses e desaparecem espontaneamente,
sem deixar cicatriz.

A manifestação mais grave do lúpus neonatal é o bloqueio
cardíaco que faz com que os batimentos cardíacos do bebê tenham
uma frequência bem menor do que o normal. O bloqueio cardíaco
pode ser diagnosticado ainda durante a gravidez, geralmente entre
a 18ª e 24ª semanas de gestação, através da ecocardiografi a fetal.
Se uma alteração de ritmo cardíaco for detectada, a paciente deve
ser encaminhada para um especialista para receber tratamento. O
tratamento de bebês com bloqueio cardíaco completo é feito com
a implantação de marca-passo cardíaco, para melhorar o batimento
do coração.
Outras manifestações menos freqüentes incluem anemia, diminuição
de plaquetas ou de glóbulos brancos e alterações de exames
do fígado que geralmente são manifestações leves e regridem sem
tratamento.

Qual a chance de uma paciente com lúpus eritematoso
sistêmico ter um bebê com lúpus neonatal?
O lúpus neonatal é extremamente raro, ocorrendo em aproximadamente
1 caso para 12.500 nascimentos e a chance de
uma mãe com lúpus eritematoso sistêmico ter um bebê com lúpus
neonatal é bastante baixa. Grávidas com LES ou que desejam
engravidar devem realizar exames de sangue que ajudam a predizer
a chance de o bebê nascer com alguma manifestação do lúpus neonatal.
Assim, são solicitados exames como a pesquisa de anticorpo
anti-Ro/SS-A e anti-La/SS-B. As chances de ter um fi lho com
lupus neonatal é maior em pacientes que já tiveram um fi lho com
o mesmo problema.

Há alguma maneira de prevenir o desenvolvimento do
lúpus neonatal?
Não, mas deve se dar atenção à identificação de gestantes com
este risco para se evitar maiores complicações para o recém
nascido. Mães com anticorpos anti-Ro e/ou anti-La, ou mães que
já tiveram um fi lho com manifestações do lúpus neonatal são as
que possuem maior risco. Nesses casos, deve ser realizado ecocardiografi
a fetal, periodicamente, especialmente entre a 18ª e 24ª
semanas de gestação. Se os batimentos cardíacos forem normais, a
criança deverá nascer saudável. Entretanto, se qualquer anormalidade
for detectada, a gestante deverá receber medicamentos e ser
encaminhada para acompanhamento especializado.

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