sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO LÚPUS

Aspectos Psicológicos do Lúpus
Buscando um Diagnóstico
Após o Diagnóstico
Vivendo com Lúpus: Pontos Chaves
Vivendo com Lúpus: Desenvolvendo Habilidades Eficientes Para Lidar com Ele
Vivendo com Lúpus: Um Amanhã mais Brilhante
O lúpus é uma doença crônica que desafia definições fáceis. Pode passar um bom tempo até se obter um diagnóstico. As dificuldades do diagnóstico aliadas à séria natureza crônica da doença, expõem o paciente, sua família e sua equipe médica à muitos desafios. Para pacientes com lúpus, os aspectos psicológicos podem ter um importante papel ao se viver com a doença.

Os profissionais de saúde precisam estar preparados para esses aspectos para poderem cuidar muito bem de pessoas com lúpus. Pelo fato do lúpus ser uma doença crônica com períodos de crises e remissões, qualquer exacerbação da doença pode levantar novas questões para o paciente ter que lidar. Este artigo descreve as preocupações típicas levantadas por pessoas que enfrentam o lúpus e por seus familiares. Todas essas preocupações são oportunidades para enfermeiros e médicos fornecerem orientação e ajudar as pessoas a explorarem seus sentimentos e resolver problemas.

Buscando um Diagnóstico
Pode levar um certo tempo até que uma pessoa seja definitivamente diagnosticada com lúpus. Durante esse período, o paciente pode ser confundido ou frustrado pela aparente incapacidade dos médicos que ele consulta para confirmar o diagnóstico. Ele pode perguntar, "Porque os médicos não sabem?". Parte das dificuldades, para o médico e para o paciente, reside no fato do diagnóstico parecer estar se escondendo em uma floresta de sintomas confusos, vagos e em constante mudança. O paciente pode expressar alguns dos seguintes sentimentos ou frustrações:
"Meus sintomas são estranhos – aparecem hoje e amanhã já sumiram".
"Não consigo lidar com meus sintomas. Hoje eu tenho um, amanhã aparece outro completamente diferente".
"Parece que ninguém acredita em mim. Minha família pensa que tudo é coisa da minha cabeça e quer que eu consulte um psiquiatra. Começo a pensar se não é coisa da minha cabeça".

Antes que o diagnóstico seja confirmado, muitas das necessidades primárias do paciente são de ordem emocional. O paciente com lúpus terá, com grande probabilidade, lidado intimamente por um longo tempo com seus sintomas antes que conheça suas causas. Realisticamente, ele/ela é a melhor autoridade nesses sintomas. Um paciente pode se sentir frustrado se, após descrever o que está sentindo, os outros não respeitarem os seus conhecimentos ou não compartilharem a convicção de que algo está errado. Se o médico, a família, ou os amigos, não dão apoio, o medo, raiva e o sentimento de isolamento do paciente só irão aumentar. Esses sentimentos aumentam o estresse que, por sua vez, pode exacerbar a doença.

Os profissionais de saúde podem ajudar a amenizar esses sentimentos ao sentir empatia durante esse período difícil, e ao reafirmar ao paciente que os sintomas são reais e merecem atenção especial. E mais, tratar o paciente como uma pessoa completa, e não apenas como uma matéria com uma doença, pode ter um imenso valor para estabelecer um relacionamento verdadeiro com ele. Tal relacionamento irá ajudar o paciente a falar abertamente sobre os sintomas ou preocupações que, de outra forma, ele teria receio em discutir.

Após o Diagnóstico
Os pacientes irão certamente experimentar uma sensação de alívio uma vez que sua condição passa a receber um nome e uma identidade tangível. Ao mesmo tempo, outras emoções – raiva, medo, depressão, confusão, pesar – também podem aparecer. Os pacientes podem expressar os seguintes sentimentos:
"Finalmente, um diagnóstico! Agora eu sei porque me sinto desse jeito".
"Porque eu?" "Que doença é essa que eu nunca ouvi falar"?
"Nunca poderei fazer planos, porque não sei o que o amanhã reserva".
"Me sinto culpado por ter lúpus e por todos os problemas que ele está causando à minha família". "Devo contar a todo mundo ou ficar quieto sobre o assunto?"
"Será que vou perder meu emprego?"
"Eu odeio essa doença. Ela está destruindo minha vida e minha família".
"Estou assustado/a".
"Será que vou morrer em breve?"
"Será que poderei ter filhos?"
"Como vou pagar por todas essas contas médicas e todos esses remedios? "

Após o diagnóstico, alguns pacientes vão ter um desejo insaciável por informações sobre a doença; outros podem precisar trabalhar essas intensas emoções antes de poderem agarrar a doença e começar a lidar com ela de forma produtiva. O relacionamento que o profissional de saúde tiver estabelecido com o paciente pode ser usado agora para fornecer-lhe informação, consolo, e uma atmosfera aceitável onde possa se ajustar emocionalmente. Esse relacionamento, baseado em harmonia, pode ser a base para esperança
(Como sempre digo: Nao se vive sem ESPERANÇA...) Continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

Fui diagnosticada com Lúpus há cerca de seis anos, após um período conturbado de minha vida, com muito sofrimento e insegurança e tudo o que foi postado parece descrever como me senti e como me sinto. Nos períodos que estou bem, chego a duvidar do diagnóstico, mas aí aparecem novos sintomas.
Hoje minha maior frustração é que apesar dos exames apresentarem um resultado "normal", doença estável, ainda assim tenho dores, agora encontro dificuldades para me movimentar, parece que estou enferrujando, não tenho mais elasticidade, aí me pergunto, para que tantos remédios, se continuo apresentando sintomas que se não são desesperadores, causam um mal estar, uma canseira cronica, uma hora estou super bem e em seguida, parece que toda a minha energia foi drenada. Estou cansada.

Cristina