domingo, 21 de dezembro de 2008

O LÚPUS NA INFÂNCIA

O Lúpus na Infância

Cerca de 20 a 25% de todos os casos de lúpus ocorrem em crianças. O fato de não se saber o número exato de casos, esse não é um problema raro. As meninas têm cerca de três a sete vezes mais lúpus do que os meninos. Muitas pesquisas estão sendo feitas para tenta estudar as muitas possíveis causas do lúpus. Vários estudos mostram que há uma tendência do lúpus ocorrer em membros de uma mesma família. Já sabe-se que existem certos fatores hereditários, chamados tipo HLA, que tornam uma pessoa mais suscetível a desenvolver o LES.

Também existe uma certa falta hereditária de proteínas dos sistema imunológico (complementos ou imunoglobulinas) que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver o lúpus. Quando uma pessoa suscetível é exposta a um "gatilho", como um vírus ou outro fator ambiental, o lúpus pode aparecer.

Um tipo particular de lúpus pode se desenvolver em crianças de mães que tenham LES. É chamado de "lúpus neonatal" e está associado a um anticorpo Anti-Ro da mãe. Um bebê com lúpus neonatal pode ter erupções cutâneas na pele, couro cabeludo ou no tórax. Muito raramente, esses bebês também podem nascer com um ritmo anormal nos batimentos cardíacos (bloqueio cardíaco congênito). Durante os primeiros seis meses até um ano, as erupções desaparecem mas o problema cardíaco pode ser mais sério, sendo necessário o uso de um marcapasso.

O lúpus eritematoso sistêmico na infância pode variar da forma mais branda até casos mais graves, e afetam cada indivíduo de maneira diferente. O curso habitual do lúpus inclui períodos de crise (quando os sintomas estão ativos) e períodos de remissão (quando os sintomas somem). Certos agentes como infecções (que podem ser mais freqüentes na infância) e alterações hormonais podem levar a uma crise dos sintomas. Isso pode explicar porque o lúpus é mais comum em meninas após a puberdade e as crises durante a menstruação e a gravidez. Em crianças, assim como em adultos, a exposição aos raios solares também podem trazer alguns sintomas.

Complicação graves dos lúpus são mais comuns quando órgãos como os rins, coração ou sistema nervoso central são envolvidos. O momento mais comum para se descobrir quais sistemas do corpo estão envolvidos é quando o lúpus é diagnosticado pela primeira vez. Com o passar do tempo, a probabilidade de um novo sistema do corpo ser atingido diminui.

O diagnóstico do lúpus envolve um completo exame físico e, normalmente, vários exames de laboratório. Existem algumas linhas gerais desenvolvidas pela American College of Rheumatology que são usadas para diagnosticar o LES. Quatro daqueles onze sintomas selecionados e/ou exames devem estar presentes para que se faça um diagnóstico definitivo (critérios).

Os sintomas do lúpus podem começar de formas variadas. Uma criança pode ficar bastante debilitada ou apresentar apenas sintomas mais leves. Os sintomas mais comuns em crianças são: erupções cutâneas, febre, fadiga, dores nas juntas e inchaços. Perda de apetite e de peso são particularmente comuns em crianças durante a fase ativa da doença.

Inflamação dos rins (nefrite), inflamação da membrana que reveste o coração (pericardite), aumento do fígado e baço, baixa contagem sangüínea (citopenia),podem ser mais freqüentes em crianças do que em adultos.

Muitas crianças têm erupções cutâneas que podem aparecer no rosto e em qualquer parte do corpo. Ulcerações na boca e nariz também são comuns. Perda de cabelos (alopecia) pode varias de uma gradual afinamento e mudança de textura, até a queda de grandes quantidades de cabelos ao se pentear.

Os sintomas do sistema nervoso central (afetando o cérebro e a coluna vertebral) podem ocorrer e causar dor de cabeça, convulsões, ou uma alteração na capacidade de memorizar e raciocinar. Também podem ocorrer alterações visuais, tornando importantes visitas regulares ao oftalmologista. Mudanças no humor e comportamento podem ocorrer nessas crianças com lúpus. Estas podem ser reações perfeitamente compreensíveis ao fato de se ter uma doença. Sentimentos de tristeza ou irritabilidade não significam, necessariamente, que há uma envolvimento do sistema nervoso central. Contudo, é importante observar atentamente o comportamento da criança para determinar se essas alterações são devidas ao lúpus ou às reações da criança à doença. Exames como spinal taps (pancadinhas na espinha?), EEGS e raios-X e tomografia do cérebro podem ser úteis para determinar o que é causado pelo lúpus e o que tem origem psicossocial. (Continua...)

Um comentário:

Tony Madureira disse...

Olá,

Passei para saber como estavas.

Boa semana.

Bjs