sábado, 31 de janeiro de 2009

OUTRAS DOENÇAS REUMÁTICAS II

SÍNDROME DE SJOGREN (SS)
A SS é uma doença autoimune cronica, em que o sistema imunológico erroneamente ataca as glandulas produtoras de lagrimas e saliva, diminuindo a produção de ambas.
As caracteristicas principais sao: secura nos olhos e na boca. Pode tambem causar secura de pele, nariz e vagina e pode afetar outros orgaos do corpo, inclusive os rins, pulmoes, figado, pancreas e cerebro, vasos sanguineos.
Fadiga e dor nas articulações que podem comprometer de forma significativa a qualidade de vida do paciente.
Nove entre 10 pessoas com SS são mulheres. Mulheres jovens com SS podem apresentar complicaçoes na gravidez.

A SS poder ser: Primaria ou Secundaria.
Primaria: ocorre de forma isolada, sem a presença de outra doença de tecido conjuntivo.
Segundaria: os sintomas sao acompanhados de uma doença do tecido conjuntivo como artrite reumatoide, lupus ou esclerodermia. Os sintomas sao similares nas duas.

O paciente de SS nao desenvolve uma doença do tecido conjuntivo, porem, o inverso é mais comum, o paciente com uma das doenças cronicas do tecido conjuntivo, como a artrite reumatoide ou lupus, pode desenvolver a SS.

Se muitas das respostas às perguntas abaixo forem positivas, voce deveria ser avaliado para a SS:
- Voce tem os olhos demasiadamente secos, ou com a sensação de corpo estranho, areia ou queimação? Seus olhos sao sensiveis à luz?
- Voce tem dificuldade de engolir alimentos? Voce bebe agua frequentemente quando esta falando? A sua voz é rouca?
- Sua lingua é dolorida ou rachada? Voce tem ulcera na boca ou costuma ter infecçoes na cavidade oral? Suas glandulas abaixo e ao redor de suas mandibulas e ouvido costumam estar inchadas?
- Voce nota um aumento subito de caries dentarias e/ou perda de dentes?
- Voce percebe que seu nariz esta produzindo um muco espesso, pegajoso e mal-cheiroso?
voce nota que houve mudança noseu paladar ou olfato?
- Voce tem alguma doença de tecido conjuntivo como artrite reumatoide, lupus ou esclerodermia?

O diagnostico frequentemente nao é uma tarefa facil, uma vez que os sintomas da SS podem se assemelhar aos de outra doençass como o lupus, artrite reumatoide, a sindrome da fadiga cronica, a fibromialgia, a esclerose multipla e a doença de Alzheimer.

Nem todo ressecamento pode resultar de SS. Muitos medicamentos, inclusive os usados para o tratamento da hipertensao arterial, depressao, resfriados, alergias e problemas gastrointestinais, podem causar secura nos olhos e na boca.
Quando apresentar sua historia ao medico, nao deixe de mencionar todos os medicamemntos que voce esta tomando.

Alguns exames podem ser uteis para o diagnostico de SS, dentre os quais:
- Teste de Schirmer, para medir a produção de lagrima e teste do corante Rosa Bengala (feitos por um Oftalmologista);
- A medida da produçao de saliva, exame das glandulas salivares e/ou biopsia das glandulas salivares secundarias localizadas no labios com o objetivo de determinar a presença de linfocitos (realizado por Cirurgiao Dentista);
- Exame de sangue SS-A ou SS-B, solicitados por um Reumatologista;

Com uma conduta terapeutica apropriada, a qualiade de vida pode em muito ser melhorada.
Lagrimas artificiais e substitutos de saliva podem amenizar os sintomas de ressecamento.
Texto adaptado do site Lagrima Brasil.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

OUTRAS DOENÇAS REUMÁTICAS

GOTA
Gota é uma doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue e surtos de artrite aguda secundários ao depósito de cristais de monourato de sódio.
A concentração normal de ácido úrico no sangue é até 7,0 mg/100ml. Dependendo do país estudado, pode chegar a 18% a população com ácido úrico acima de 7mg%. Entretanto, somente 20% dos hiperuricêmicos terão gota. Ou seja, ter ácido úrico alto não é igual a gota.
É importante detectar quem tem ácido úrico elevado pois muitas vezes esses indivíduos têm pressão alta, são diabéticos e têm aumento de gordura no sangue com aterosclerose e a descoberta da hiperuricemia faz com que indiretamente sejam diagnosticados os problemas sérios que já existiam.
Outro risco para hiperuricemia é desenvolver cálculos renais de ácido úrico ou, raramente, doença renal.
É uma doença de homens adultos. As mulheres passarão a ter crise de gota após a menopausa. Pode haver diagnóstico de gota em homem e mulher jovem mas certamente são situações raras.

Como se desenvolve?
O mecanismo produtor da doença mais freqüente é a ausência congênita de um mecanismo enzimático que excreta ácido úrico pelos rins. Não havendo eliminação adequada, aumenta a concentração no sangue
Outro defeito enzimático, bem menos comum, produz excesso de ácido úrico. Os rins, mesmo normais, não conseguem eliminar a carga exagerada de ácido úrico e este acumula-se no sangue
Quando há hiperprodução há hiperexcreção renal de ácido úrico. Pode ser detectada medindo-se o ácido úrico em urina de 24 horas. Confirmando-se hiperexcreção, deve-se procurar outras causas menos comuns de hiperexcreção como policitemia vera (excesso de glóbulos vermelhos) e psoríase. Cabe ao médico orientar exames nesse sentido
Alguns medicamentos diminuem a excreção renal do ácido úrico. Exemplos freqüentes são diuréticos e ácido acetil salicílico em dose baixa. Se esses não devem ser retirados é preferível mantê-los e tratar a gota. Quando a causa da hiperuricemia não é enzimática fala-se em gota secundária.

Clínica
Pacientes gotosos podem permanecer 20 a 30 anos com ácido úrico elevado antes da primeira crise. Em alguns casos, já houve crise de cálculo urinário.
A crise de artrite é bastante típica: o indivíduo vai dormir bem e acorda de madrugada com uma dor insuportável que em mais de 50% das vezes compromete o dedo grande do pé.
Há situações de dor tão forte que os pacientes não toleram lençol sobre a região afetada. Pode haver febre baixa e calafrios. A crise inicial dura 3 a 10 dias e desaparece completamente. O paciente volta a levar vida normal. Fica sem tratamento porque não foi orientado ou porque não optou pelo que foi prescrito.
Nova crise pode voltar em meses ou anos. A mesma articulação ou outra pode ser afetada. Qualquer articulação pode ser atingida. As dos membros inferiores são preferidas mas encontram-se gotosos com graves deformidades nas mãos. Não havendo tratamento, os espaços entre as crises diminuem e sua intensidade aumenta. Os surtos ficam mais prolongados e, mais tarde, com tendência a envolver mais de uma articulação. Há casos em que algumas articulações não ficam mais livres de sintomas.
Gotosos que tiveram seu diagnóstico tardiamente e os que não se tratam têm cristais de monourato de sódio depositados nas articulações, tendões, bursas e cartilagens (tofos). Podem assumir volumes enormes e deformarem gravemente as articulações.
São muito característicos os tofos volumosos localizados nos cotovelos. Apesar de não ser comum, quando aparecem na cartilagem do ouvido são úteis para diagnóstico de gota.

Diagnóstico
Na primeira crise, o diagnóstico definitivo de gota só é feito se forem encontrados cristais de ácido úrico no líquido aspirado da articulação.
Na ausência de líquido articular, mesmo sendo no dedo grande do pé, a primeira crise não deve ser rotulada antes de um período de acompanhamento pois há outras causas de inflamação neste local. Lembrar que somente 20% dos hiperuricêmicos terão gota. Se exames e a evolução não definirem outra doença o paciente deve ser seguido como portador de gota.
Pode ser muito fácil quando houver uma história clássica de monoartrite aguda muito dolorosa de repetição e ácido úrico elevado. Esse pode estar normal na crise. Quando a suspeita for grande, repetir a dosagem 2 semanas após. Alterações radiológicas podem ser típicas.
Nos pacientes com doença crônica já com deformidades e RX alterado não há dificuldades diagnósticas mas provavelmente haverá no tratamento. Pacientes nesse estado têm gota de difícil controle ou não se tratam.

Tratamento
Gota não cura! Mas há tratamento garantido!
Já vimos que o ácido úrico aumenta devido a defeitos na eliminação renal ou na sua produção. Em ambas situações os defeitos são genéticos, isto é, são definitivos. Se não forem seguidos permanentemente dieta e, na grande maioria das vezes, tratamento medicamentoso, o ácido úrico volta a subir e mais cedo ou mais tarde nova crise de gota virá.
Curiosamente, grande número de gotosos não entende ou assume o abandono do tratamento. A conseqüência não é somente nova crise de artrite aguda muito dolorosa mas o risco de desenvolver deformidades articulares que poderão ser bastante incômodas. Não se justifica, atualmente, gotoso ter novas crises e, muito menos, deformidades estabelecidas.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

ARTROSE

ARTROSE
Sinonimos e Nomes Populares:
Osteoartrose, doença articular degenerativa. Os pacientes com freqüência referem-se à Osteoartrite como artritismo.
(Dr. Mauro W. Keiserman)

O que é?
É a doença articular mais freqüente e a cartilagem é o tecido inicialmente alterado. A cartilagem está aderida à superfície dos ossos que se articulam entre si. É formada por um tecido rico em proteínas, fibras colágenas e células.

Como se desenvolve?
A Osteoartrite (OA) tem início quando alguns constituintes protéicos modificam-se e outros diminuem em número ou tamanho. Há tentativa de reparação através da proliferação das células da cartilagem mas o resultado final do balanço entre destruição e regeneração é uma cartilagem que perde sua superfície lisa que permite adequado deslizamento das superfícies ósseas.
Este processo acompanha-se de liberação de enzimas que normalmente estão dentro das células cartilaginosas. A ação destas enzimas provoca reação inflamatória local a qual amplifica a lesão tecidual. Aparecem erosões na superfície articular da cartilagem que fica como se estivesse cheia de pequenas crateras. A progressão da doença leva ao comprometimento do osso adjacente o qual fica com fissuras e cistos.
Ao mesmo tempo, aparentemente como uma tentativa de aumentar a superfície de contato e procurando maior estabilidade, o osso prolifera. Mas não é um osso normal, sendo mais rígido e mais suscetível a microfraturas que ocorrem principalmente em articulações que suportam peso.
Aparentemente devido à reação inflamatória local todos os elementos da articulação sofrem hipertrofia: cápsula, tendões, músculos e ligamentos. As articulações sofrem aumento de volume e podem estar com calor local.
O grau de comprometimento é bastante variado. A doença pode evoluir até a destruição da articulação ou estacionar a qualquer momento. Há indivíduos que têm deformidades nos dedos e que nunca sentiram dor e outros que terão dor e progressiva piora da doença com conseqüentes deformidade e diminuição da função articular.
Não se conhece o gatilho inicial da Osteoartrite. Acredita-se que mecanismos diferentes levem às mesmas alterações na função e composição das estruturas articulares.

Freqüência
A doença torna-se evidente a partir dos 30 anos de idade. Estima-se que 35% das pessoas já tenha Osteoartrite (OA) em alguma articulação nesta idade, sendo a grande maioria sem sintomas. Joelhos e coluna cervical são os locais mais atingidos. Aos 50 anos aumenta muito a prevalência e a partir da década dos 70 anos 85% dos indivíduos terão alterações ao RX.

Fatores de risco
Osteoartrite (OA) nos dedos das mãos é mais freqüente em mulheres e tem grande incidência familiar, favorecendo um mecanismo genético.
Osteoartrite em articulações que recebem carga, como quadris e joelhos, são mais freqüentes em obesos o mesmo podendo acontecer com a coluna vertebral.
Defeitos posturais como pernas arqueadas ou pernas em xis favorecem Osteoartrite de joelhos. Posição inadequada do fêmur em relação à bacia leva à degeneração cartilaginosa em locais específicos da articulação coxo-femural.
Do mesmo modo, defeitos nos pés levarão à instalação de Osteoartrite, sendo o joanete o melhor modelo. Entretanto, há pacientes que sofrem outro tipo de OA no dedo grande do pé que não se relaciona com defeito postural.
Hiperelasticidade articular, mais comum em mulheres, pode permitir que as superfícies articulares ultrapassem seus limites anatômicos e a cartilagem, deslizando em superfícies duras, sofre erosão. Osteoartrite OA entre fêmur e rótula (femuropatelar) é um exemplo comum.
Doenças metabólicas como diabete e hipotireoidismo favorecem o desenvolvimento de Osteoartrite.
Outras doenças que afetam a cartilagem como artrite reumatóide, artrite infecciosa e doenças por depósitos de cristais (gota e condrocalcinose) podem apresentar-se com o mesmo tipo de lesão e são rotuladas como Osteoartrite (OA) secundária.

Manifestações clínicas
O que se sente
?
Antes da dor, os pacientes com OA podem reclamar de desconforto articular ou ao redor das articulações e cansaço. Posteriormente, aparece dor e, mais tarde, deformidades e limitação da função articular. No início, a dor surge após uso prolongado ou sobrecarga das articulações comprometidas.
Mais tarde, os pacientes reclamam que após longo período de inatividade como dormir ou sentar-se por muito tempo em Osteoartrite de quadrís ou joelhos, há dor no início do movimento que permanece alguns minutos.
São exemplos a dor discreta com rigidez que dura alguns minutos nos dedos pela manhã e nos joelhos também de manhã ou após algum tempo sentado. Nos pacientes que têm piora progressiva a dor fica mais forte e duradoura e as deformidades acentuam-se.
Na Osteoartrite de quadrís e joelhos, subir e descer escadas fica mais difícil assim como caminhadas mais longas.
A inflamação pode produzir aumento do líquido intra-articular. Nestas situações a dor aumenta, os movimentos ficam mais limitados e a palpação articular evidencia calor local além da presença do derrame.
Acredita-se que só o fato de uma articulação estar comprometida já é suficiente para que se desenvolva atrofia muscular, mas certamente a falta de movimentos completos e a inatividade são fatores coadjuvantes importantes. Em casos extremos, os pacientes necessitam fazer uso de bengalas ou muletas. Raramente um paciente com Osteoartrite de quadris ou joelhos vai para cadeira-de-rodas.

Osteoartrite (OA) das mãos.
É mais freqüente em mulheres. Pode haver comprometimento exclusivo das articulações próximas às unhas (interfalangianas distais). Após lenta evolução que não obrigatoriamente acompanha-se de dor e vermelhidão estas articulações ficam com proeminências ósseas duras e de distribuição irregular.
Com menor freqüência, podem ocorrer lesões semelhantes nas articulações interfalangianas proximais. A capacidade de preensão pode ficar bastante comprometida.
Local comumente envolvido é a articulação abaixo do polegar (trapéziometacarpiana). Com freqüência esta articulação, em ambas mãos, é a única envolvida.
A gravidade é bastante variável. Pode não afetar a função das mãos mas há casos de deslocamento do polegar para a região palmar e dor forte ao segurar-se objetos.

Osteoartrite (OA) dos pés
É comum o joanete. É o resultado de um defeito da posição dos ossos que formam a articulação do grande artelho com o médio-pé.
A Osteoartrite é conseqüente ao desgaste da cartilagem e do osso adjacente e conseqüente proliferação óssea anormal. Atrito provocado pelo uso de calçados forma uma bursa (cisto abaixo da pele) que inflama e dói.
Vários defeitos posturais ou da mecânica dos pés que não são corrigidos com calçados apropriados, exercícios, palmilhas ou cirurgia levam a lesões cartilaginosas e conseqüente OA. Os pés podem ficar bastante deformados e rígidos, dificultando a marcha e o uso de calçados.

Osteoartrite (OA) dos quadris (coxartrose)
A grande maioria das coxartroses é secundária a defeitos da bacia ou fêmur congênitos ou adquiridos precocemente.
Quando as duas articulações estão envolvidas, obesidade deve ser um fator importante. A dor pode localizar-se na virilha, nádega, parte externa ou interna da coxa e, menos freqüentemente, irradiar-se ou ser unicamente no joelho. Em todas as situações haverá progressiva limitação dos movimentos da coxa, sendo comum dificuldade para colocar calçados e vestir calças.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
Esta doença tem cura?
Qual a finalidade do tratamento?
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
Há interferência com outros remédios que estou usando?
Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?
Existem problemas com obesidade e dieta?
Qual a importância de exercícios e repouso?
Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?

sábado, 24 de janeiro de 2009

ARTRITE REUMATÓIDE: TRATAMENTO (II)

ARTRITE REUMATÓIDE: TRATAMENTO
Exames laboratoriais: avaliação da atividade inflamatória
Os testes utilizados são VSG (velocidade da sedimentação globular, também denominado hemossedimentação e eritrossedimentação), proteína C reativa e menos vezes alfa-1 glicoproteína ácida. Costumam estar elevados proporcionalmente à gravidade da doença e diminuir com o sucesso do tratamento. Não esquecer que estes testes não são específicos. Podem estar elevados em qualquer doença que provoque inflamação ou infecção.
O fator reumatóide (FR) é a anormalidade imunológica mais marcante da AR. Aparece em 80% dos pacientes e, portanto, utilizado como critério diagnóstico de primeira linha. Entretanto, além de não estar presente em 20% dos pacientes com AR, pode demorar até 1 ano para tornar-se positivo. Outro fato relevante a respeito do FR é a sua presença em outras doenças reumáticas e não reumáticas tais como hepatite crônica ativa, hepatite viral, lepra, tuberculose, doenças malignas e várias outras. Nestes casos, em geral, o título (concentração) costuma ser mais baixo.
O resultado do exame deve ser um número. Sugere-se não aceitar testes expressos em cruzes ou somente positivo ou negativo.
Exames descritos recentemente, fator perinuclear e anticorpos anti-queratina, são menos vezes positivos mas podem ser as únicas alterações precoces e, deste modo, proporcionar diagnóstico em fase inicial da doença. Este fato é importantíssimo para que o tratamento correto seja iniciado logo, evitando-se as deformidades já citadas.
Hemograma completo, plaquetas, transaminases e exame comum de urina são obrigatórios para que se possa avaliar os efeitos colaterais dos medicamentos usados. Ultimamente, pesquisa de vírus de hepatite (principalmente vírus C) têm sido incluídos na avaliação inicial e, eventualmente, durante a evolução.
Também são necessários exames para avaliar comprometimento dos rins e fígado e outros que a avaliação inicial ou evolução da doença indicar.

Exames por imagens
Os exames podem ser utilizados para diagnóstico, para estabelecer o estágio de comprometimento articular e para comparação com exames prévios visando avaliar a eficácia do tratamento.

Radiografias convencionais
Não mostram alterações específicas da Artrite Reumatóide (AR) em fase inicial mas edema e osteoporose articular e ausência de alterações que sugiram outra doença articular são úteis para encaminhar o diagnóstico. As deformidades aparecem em doença mais avançada.

Ecografia articular
Executada por especialista experiente pode detectar mínimas lesões que já ocorreram nos primeiros meses da Artrite Reumatóide(AR). Também é utilizada para avaliar lesòes em tendões.

Ressonância magnética
É bastante sensível para demonstrar inflamação articular e comprometimento cartilaginoso precoce e lesões em tecidos moles (tendões, ligamentos e nervos).

Critérios diagnósticos
São utilizados os critérios publicados em 1987 pelo Colégio Americano de Reumatologia, sendo necessários pelo menos quatro:
- artrite de três ou mais articulações vistas por médico e com envolvimento simultâneo com duração mínima de 6 semanas
- artrite de articulações das mãos, incluindo punhos, com duração mínima de 6 semanas
- artrite simétrica (para interfalangianas e metacarpofalangianas não é necessário o mesmo dedo)com duração mínima de 6 semanas
- rigidez matinal de mais de 1 hora com duração mínima de 6 semanas
- presença de fator reumatóide
- nódulos reumatóides
- alterações radiológicas sugestivas de Artrite Reumatóide (AR).

Como se trata?
Nos últimos 10 a 15 anos foram se modificando os esquemas do tratamento da Artrite Reumatóide (AR). Velhos remédios estão sendo melhor usados e novos estão surgindo. Verificou-se que o tratamento precoce e, muitas vezes, associação de vários medicamentos desde o início proporciona melhor prognóstico. Os médicos estão fazendo diagnóstico mais cedo (talvez porque os pacientes estejam mais alertas quanto ao especialista que procurar), possibilitando a introdução precoce do melhor tratamento. Desse modo, maior número de pacientes está evoluindo melhor e ficando com menos deformidades e limitações. Porém, quando a causa de uma doença não é conhecida não há um tratamento curativo. E ainda há uma parcela significativa de portadores de Artrite Reumatóide (AR) que não têm a melhora desejada.
Nesse momento, é importante salientar que a maioria das doenças clínicas não são curadas, somente controladas. Por exemplo, não se cura hipertensão arterial e diabete: os medicamentos deverão ser usados por toda vida. São curadas infecções porque é eliminado um agente externo conhecido. As cirurgias são mais eficazes porque corrigem defeitos ou extirpam o problema. Um indivíduo pode ser portador de uma doença grave e estar emocionalmente bem porque ela não provoca sintomas.
A desvantagem que um paciente com Artrite Reumatóide (AR) com má evolução tem é que a dor, a limitação de função ou a deformidade observável lembra-o que ele está doente. E mais:
- Amanhecer com dor e rigidez articular;
- Ter as atividades de parte ou todo dia limitadas;
- Não saber, ao deitar à noite, como será a manhã seguinte;
- Usar medicamentos que podem produzir efeitos colaterais;
- Fazer exames laboratoriais periódicos;
- Ter sempre que fazer exercícios sendo, muitas vezes, acompanhados de procedimentos fisioterápicos;
- Ter que consultar seu médico várias vezes ao ano; nem sempre sentir nele o amigo e conselheiro que o entende
- Ter a desventura de não encontrar na família e amigos a compreensão acerca de suas limitações ou, ao contrário, haver exagero ou superpreocupação quanto às suas reais limitações e dificuldades
Estes são problemas sérios que pacientes e médicos devem conhecer e manejar adequadamente. Assim, pacientes e familiares devem estar conscientes das possibilidades evolutivas da Artrite Reumatóide (AR) e serem orientados sobre o melhor modo de se conduzirem. O paciente pode precisar de períodos de repouso e deve ser respeitado e auxiliado nessas ocasiões. Seus professores ou colegas de trabalho também devem ser acionados.

Então, o que já vimos?
- O diagnóstico deve ser feito logo
- O tratamento mais eficaz, na maioria dos casos, é associação de medicamentos iniciada precocemente
- Os familiares, amigos e pessoal do ambiente de trabalho devem ser orientados ou estarem a par da situação
- Exercícios e outros procedimentos fisioterápicos devem ser iniciados em seguida (de acordo com tolerância)

Os medicamentos usados no tratamento da Artrite Reumatóide (AR) são divididos de acordo com o modo de ação em:
- analgésicos e antiinflamatórios não-esteróides
- corticoesteróides
- drogas modificadoras da doença (drogas remissivas)

Analgésicos e Antiinflamatórios não--esteróides (AINES)
Estes medicamentos não agem na evolução natural da doença. Não podem ser o único tratamento.
Os analgésicos têm efeito quando a dor não é forte. Sua vantagem é a boa tolerância pelo estômago e não aumentar a pressão arterial.
Os AINES são assim denominados porque não são cortisona (corticoesteróides). São muito úteis não só por sua ação antiinflamatória mas, principalmente no início do tratamento, devido à sua ação analgésica. Aliviam as dores enquanto as drogas modificadoras da doença, que têm ação lenta, estão atuando. Quando tolerados, podem ser usados continuamente e auxiliam na tentativa de usar-se doses baixas de corticóide ou até mesmo evitá-los. Os efeitos colaterais mais freqüentes são azia (pirose), gastrite e úlcera de estômago. Por reterem sódio, alguns pacientes poderão ficar com pés e pernas inchados. Hipertensos precisam ter muita atenção se usarem AINES por longo tempo.

Corticóides
A grande maioria dos portadores de Artrite Reumatóide (AR) usa corticóide. Deve ser usado em dose baixa e sempre com orientação médica. Obedecendo-se a esta regra básica os efeitos colaterais serão mínimos justificando-se os riscos face aos benefícios obtidos. Trabalhos recentes comparando-se tratamentos mostraram que quando usados desde o início, em dose baixa e associados às drogas modificadoras da doença o prognóstico será melhor e haverá menos erosões ósseas. Naqueles pacientes com mínima atividade inflamatória o reumatologista pode optar em usar AINES associados aos remissivos e aguardar algum tempo de evolução antes de decidir por corticóide.
Também podem ser usados em injeções intra-articulares (infiltrações). Há consenso em não repetí-las na mesma articulação mais do que 2 vezes ao ano.

Drogas modificadoras da doença
São assim chamadas porque suprimem em parte ou totalmente a atividade inflamatória e bloqueiam a evolução natural da doença. Devem ser usadas logo que o diagnóstico for confirmado. Há crescente consenso acerca da associação de pelo menos duas drogas remissivas desde o início do tratamento mas se o reumatologista observar que a doença está pouco agressiva ou se estiver preocupado com os efeitos colaterais dos medicamentos em casos específicos, está adequado iniciar-se com uma só droga.
Cada medicamento pode provocar seus efeitos colaterais. Não são freqüentes e serão evitados com exames laboratoriais periódicos e oftalmológicos quando forem usados antimaláricos.
Infelizmente, muitos pacientes receberão o tratamento ideal já com longo tempo de evolução e com deformidades estabelecidas. Além disto, não são todos pacientes que se beneficiam com os medicamentos oferecidos. Por este motivo, novas drogas estão surgindo e, lentamente, ocupando seu espaço. Mas mesmo as mais modernas, baseadas em conhecimentos mais finos do mecanismo íntimo da AR não funcionam em todos pacientes.

Cirurgia
Os tendões devem ser operados quando rompem ou, quando já bastante lesados, não conseguem manter a articulação estável e a função fica muito prejudicada. Muitos pacientes adaptam-se com suas limitações e recusam cirurgia.
Grandes destruições articulares levam a dor forte e incapacidade de praticar atos do dia a dia (caminhar, erguer-se de uma cadeira, sair da cama, usar o vaso sanitário, usar talheres). Nestes casos estão indicadas as próteses articulares cujos resultados, na maioria das vezes, são gratificantes.
Há alguns poucos pacientes que, a despeito do tratamento estar funcionando adequadamente, ficam com um "escape" em uma ou duas articulações as quais em pouco tempo provocam lesões destrutivas importantes. Nestes casos, estão indicadas cirurgias para retirada da membrana articular (sinóvia) extremamente inflamada e hipertrofiada. Após a cirurgia, os pacientes devem continuar o tratamento clínico pois é muito difícil a retirada completa da membrana sinovial e há risco dos pacientes retornarem à situação anterior.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
- Esta doença tem cura?
- Qual a finalidade do tratamento?
- O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
- Há interferência com outros remédios que estou usando?
- Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?
- Existem problemas com obesidade e dieta?
- Qual a importância de exercícios e repouso?
- Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ARTRITE REUMATÓIDE (AR)

Artrite Reumatóide
(Dr. Mauro W. Keiserman)
O que é?
Artrite reumatóide (AR) é uma doença crônica de causa desconhecida. A característica principal é a inflamação articular persistente mas há casos em que outros órgãos são comprometidos.

Qual é a freqüência:
É doença comum e a prevalência pode chegar a 1,5% da população em algumas regiões. É mais freqüente em mulheres e costuma iniciar-se entre 30 e 50 anos de idade, mas compromete também homens e crianças. Para que se desenvolva a doença são necessárias algumas combinações de defeitos genéticos e a presença de um ou mais estímulos externos, o que faz com que a incidência em familiares de pacientes com Artrite Reumatóide (AR) não seja grande.

Como se desenvolve?
Existe uma predisposição genética e alguns genes foram identificados. Não se conhece a causa da Artrite Reumatóide (AR) e pensa-se que haja vários estímulos diferentes, quando em contato com indivíduos que têm defeitos de origem genética no sistema imune, desencadeiem resposta inflamatória. A persistência dos estímulos ou a incapacidade do sistema imune em controlar a inflamação levam à cronicidade da doença. A membrana sinovial prolifera e libera enzimas produzidas por células localmente. Tanto a invasão da membrana sinovial como a ação das enzimas provocam destruição das estruturas articulares (cartilagem e ossos vizinhos) e juxta-articulares (tendões e ligamentos).

O que se sente?
A forma mais freqüente de início da doença é artrite simétrica (por exemplo: os dois punhos, os dedos das duas mãos) e aditiva (as primeiras articulações comprometidas permanecem e outras vão se somando). Costuma ser de instalação lenta e pouco agressiva, localizando-se inicialmente nas pequenas articulações das mãos.
Existem formas agudas e rapidamente limitantes. Com menor freqüência, começa em grandes articulações ou de modo assimétrico. Pode permanecer assim ou evoluir para poliartrite simétrica clássica. Todas as articulações periféricas podem ser envolvidas e os danos à coluna cervical podem ser muito graves. Somente em AR muito agressiva haverá artrite nas articulações interfalangianas distais dos dedos e será de instalação tardia. Artrite temporomandibular é comum.
Uma característica da Artrite Reumatóide (AR) é a rigidez matinal. Após uma noite de sono, os pacientes amanhecem com importante dificuldade em movimentar as articulações, a qual permanece por mais de 1 hora. Nos casos mais graves a rigidez matinal alivia somente parcialmente, permanecendo dor e limitação de movimentos permanentemente. Alguns pacientes queixam-se de mal-estar, fadiga e dor muscular que podem acompanhar ou anteceder a artrite. Rigidez matinal e fadiga no final da tarde são usados para avaliar atividade da doença.
As alterações destrutivas articulares são variáveis em um mesmo enfermo e entre a população com Artrite Reumatóide (AR). Há casos bastante benignos e com alterações discretas ou ausentes e outros em que as deformidades instalam-se progressivamente e tornam-se extremamente graves mesmo com tratamento adequado.
Alguns pacientes com Artrite Reumatóide (AR) típica contam que durante meses ou anos tiveram surtos passageiros de artrite em várias ou poucas articulações, antes da doença tornar-se crônica.
O curso clínico mais comum é caracterizado por alívio parcial da atividade inflamatória. Menos vezes, há inatividade por períodos variáveis de meses ou anos. Nos casos mais graves a doença evolue progressivamente levando, com o passar do tempo, a grave incapacidade articular.

Manifestações clínicas extra-articulares:
Nódulos reumatóides
São nódulos localizados debaixo da pele principalmente em áreas de apoio como cotovelos. Geralmente aparecem em casos mais graves. Raramente ocorrem nos pulmões, coração, olhos ou outros órgãos. (figura ao lado)

Comprometimento ocular
A alteração mais freqüente é a inflamação das glândulas lacrimais (Síndrome de Sjögren). Conseqüentemente, há diminuição da produção de lágrima. Os olhos ficam irritados e com sensação de estarem com areia. Quando não tratados adequadamente, a córnea fica sujeita a erosão e infecção.
Também podem estar inflamadas outras estruturas dos olhos. A mais grave é a esclerite; quando a esclerite é grave, pode ocorrer perfuração do globo ocular.

Manifestações musculares
Raramente ocorre inflamação do músculo. Por outro lado, inflamação articular e desuso são causas obrigatórias de hipotrofia muscular. Medicamentos de uso habitual na Artrite Reumatóide (AR) como corticóides e antimaláricos podem ser causa de fraqueza muscular e, às vezes, é difícil distingüir entre as manifestações da doença e as dos medicamentos. Nesses casos, se o paciente melhora sua força com exercícios, os medicamentos não seriam a causa.

Sistema nervoso
É comum o comprometimento das raízes nervosas periféricas. Quando somente as raízes sensitivas são atingidas o sintoma é formigamento ou queimação, como se o paciente estivesse usando luvas ou botas e o prognóstico é bom, ao contrário dos casos menos freqüentes de neuropatia motora.
Também são comuns as neuropatias por compressão devido à inflamação e proliferação do tecido articular. O sintoma mais comum é formigamento nos dedos polegar, indicador e médio devido à compressão do nervo mediano ao nível do punho.
Afrouxamento ou destruição de ligamentos na coluna cervical permitem deslizamento da 1a vértebra que pode comprimir a medula. As conseqüências são distúrbios sensitivos e motores nos membros superiores e inferiores. Deslocamentos maiores da vértebra podem levar a paralisia e mesmo a parada respiratória e morte.

Sangue
Anemia leve se relaciona com a atividade da Artrite Reumatóide (AR). Quando a hemoglobina está abaixo de 10g/ml ou hematócrito abaixo de 30 com doença controlada, deve-se procurar perda sangüínea pelo estômago devido ao uso continuado de antiinflamatórios.
A associação de Artrite Reumatóide (AR) com aumento do volume do baço, anemia, queda de glóbulos brancos e outras manifestações da doença chama-se síndrome de Felty.

Vasculite
A manifestação clínica da vasculite depende da intensidade da lesão, localização e tamanho do vaso. Inflamações ao redor das unhas não são raras e têm boa evolução.
Os pacientes com Artrite Reumatóide grave podem apresentar áreas extensas de vasculite cutânea provocando úlceras de difícil controle.

REUMATISMO - O que é isso?

REUMATISMO
(Dr. Mauro W. Keiserman)
Breve passeio pela história da Reumatologia.
O que é reumatismo?
Sob a denominação reumatismo estão mais de 100 doenças diferentes. Muitos pensam em reumatismo quando sentem dores ao longo dos músculos e tendões (os pacientes freqüentemente mostram tendões e os identificam como nervos). Outros, referem-se às doenças articulares. Todos estão certos, mas falta muito mais...

Nos modernos livros-texto de reumatologia não há a preocupação em conceituar-se reumatismo. Realmente, a diversidade de doenças reumáticas existentes impede uma definição que abranja adequadamente todas elas pois os mecanismos causadores das doenças e os órgãos atingidos variam bastante.

Para que o leitor fique familiarizado com o tema, propomos um breve passeio pela história da reumatologia.

Iniciemos com Hipócrates. Ele foi um médico grego que viveu no século VI a.C. e é considerado o pai da medicina. Hipócrates descreveu doenças com tal precisão que podemos presumir, hoje, quais sejam.

Ele pensava que a artrite era causada por fluídos que vinham da bile e do cérebro. Em grego, fluir, correr é rheuma e esta palavra foi utilizada, mais tarde, para reunir as doenças que cursam com artrite.

Hipócrates descreveu a podagra (podos é pé e agra é ataque); logo, estava vendo pacientes com ataque agudo de inflamação no pé. Provavelmente, tratava-se de gota. Esta doença ocorre, principalmente, em homens adultos que têm o ácido úrico no sangue acima do valor normal (as mulheres só terão ácido úrico alto após a menopausa; antes é raríssimo). Artrite gotosa pode ocorrer em outras articulações, mas a mais freqüente forma de início é na articulação do dedão do pé com o primeiro metatarsiano e a expressão podagra é utilizada para este evento.

Também descreveu a gonagra (gonos = joelho, em grego). Artrite aguda do joelho pode ser gota mas muitas diferentes infecções, doenças inflamatórias de causa desconhecida como artrite reumatóide, uma doença da pele, psoríase, outro cristal (de cálcio) podem iniciar deste modo e também devem ser lembradas.

Hipócrates citou a artrite na criança que cura. Deve ser febre reumática. Esta doença é secundária a uma infecção por um tipo especial de estreptococo na garganta. Cerca de 4% das crianças não tratadas com antibiótico terão, em duas semanas, artrite que migra pelas articulações e desaparece espontaneamente em semanas. O grave problema da febre reumática é o comprometimento simultâneo do coração, levando a lesões valvulares irreversíveis.

A artrite das puérperas suscita pensar-se em artrite purulenta pelo gonococo (havendo infecção genital, o parto cria condições para disseminação das bactérias pelo sangue) e, também, em lúpus.

Nesta última doença, a inflamação pode ocorrer em qualquer órgão mas são muito mais freqüentes dermatite e artrite. Início ou agudização após parto são comuns.

Outra descrição interessante é o reumatismo das histéricas. Tratam-se de mulheres queixando-se de dor generalizada e que têm importante componente psiquiátrico associado. Durante muito tempo usou-se o nome reumatismo psicogênico para esta doença e, atualmente, ela é conhecida como fibromialgia. Sono não-reparador, dor difusa pelo corpo e fadiga são as características principais da fibromialgia. Certamente não é uma doença psicogênica mas as pacientes com fibromialgia têm um componente psiquiátrico associado que se presume ser conseqüente ao mesmo defeito que gera os sintomas orgânicos.

O que aprendemos até aqui?
Doenças diferentes provocam artrite. Toda vez que houver artrite não-traumática há um reumatismo. As articulações são o local preferencial dos reumatismos mas estes podem comprometer outros órgãos.

Também há reumatismos que não atingem as articulações. Mas, antes de finalizar esta pequena introdução, ainda há informações que devem ser apresentadas as quais permitirão ao leitor entendimento maior do tema:
- A doença articular mais freqüente é a artrose (ou osteoartrite). O tecido primariamente comprometido é a cartilagem articular.
- A coluna vertebral é uma "pilha de articulações" que também são atingidas em alguns reumatismos. Dor na coluna pode ser reumatismo.
- Artrite reumatóide, lupus, dermatopolimiosite (inflamação da pele e músculos), esclerodermia/esclerose sistêmica (inflamação e fibrose da pele e outros órgãos), vasculites (inflamação de artérias ou veias) têm mecanismo auto-imune (anticorpos dirigidos contra constituintes próprios do organismo provocando inflamação). Estas doenças são reumáticas na medida em que cursam com artrite ou têm mecanismos semelhantes na sua origem.
- Várias doenças reumáticas podem iniciar na infância ou adolescência. Febre reumática não é a causa mais freqüente de artrite em criança.
- A expressão "reumatismo no sangue" não deve ser utilizada. O sangue é utilizado para exames laboratoriais que identificarão as alterações inerentes a cada doença.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

OSTEOARTROSE DO QUADRIL

Artrose, osteoartrite. Quadril: articulação coxo-femoral, bacia. (abc da saúde)

O que é?
É uma doença da articulação (junta) degenerativa (que desgasta), que atinge 5 a 10% da população e que ocorre com maior freqüência em adultos de meia idade e idosos, principalmente acima de 65 anos. Algumas vezes não apresenta uma causa específica ou conhecida, entretanto, na maior parte dos casos, ela é conseqüência de outras doenças, como defeitos congênitos do quadril, artrite reumatóide, necrose avascular da cabeça femoral, doenças ocorridas na infância e após traumatismos. De qualquer forma, ocorre um desgaste da cartilagem articular (que forra as extremidades das superfícies das juntas dos ossos) que de uma superfície absolutamente lisa e harmônica transforma-se em uma superfície áspera e irregular.

O que se sente?
Os primeiros sintomas podem ser um leve desconforto na região inguinal (virilha), nádega, coxa ou mesmo no joelho ou alguma rigidez articular (endurecimento da junta). Normalmente a dor piora com atividade física, mesmo que leve, e melhora com repouso.
Com o passar do tempo os sintomas tendem a se intensificar e a dor e a rigidez podem estar presentes mesmo em repouso. Muitas vezes o paciente percebe que está com dificuldade de vestir as meias ou calçar os sapatos. Isto é um sinal de que a cartilagem está cada vez mais fina e irregular. Quando finalmente o tecido cartilaginoso se esgota, o movimento passa a acontecer osso com osso o que é extremamente doloroso. O paciente neste estágio diminui sensivelmente a capacidade de movimentação de rotação, flexão e extensão da bacia e percebe que está cada vez mais limitado nos seus movimentos e que o mancar torna-se evidente.

Como se faz o diagnóstico?
A história detalhada do paciente é importante, uma vez que as osteoartroses podem estar relacionadas ao alcoolismo, anemia falciforme, uso prolongado de corticosteróides, atividades físicas de alto impacto, doenças na infância, traumatismos e fraturas do quadril entre outras. O exame físico da articulação coxo-femoral (quadril) demonstra, normalmente, diminuição da mobilidade articular (rotações interna e externa, adução, abdução e flexão) e dor à mobilização passiva do quadril. O diagnóstico é confirmado através de radiografias que mostram alterações articulares características. Eventualmente, outros exames como cintilografia óssea ou ressonância nuclear magnética podem ser necessários para fazer diagnóstico precoce ou diferencial com outras patologias.

Como se trata?
Tratamento não cirúrgico:

Evitar esportes de alto impacto como futebol, tênis e corridas
Fazer um programa suave de fisioterapia
Praticar atividades físicas moderadas na piscina como natação ou hidroginástica
Exercitar-se em bicicleta ergométrica sem carga
Utilizar, sob prescrição médica, antiinflamatórios não esteróides
Evitar carregar peso, subir escadas ou ladeiras
Diminuir o peso corporal, se necessário

Tratamento cirúrgico:
O tratamento cirúrgico está indicado nos estágios avançados da doença. Este estágio é determinado pela dor intensa e diminuição incapacitante da mobilidade do quadril. Em alguns casos a cirurgia indicada é a osteotomia (modificação da posição do fêmur ou da bacia). Mas, na maioria das vezes a artroplastia total do quadril é a cirurgia de eleição e consiste na substituição da articulação por uma prótese. Este procedimento elimina a dor e devolve a mobilidade da articulação.

É importante salientar que apesar dos benefícios que a cirurgia proporciona (alívio da dor e melhora da mobilidade) o paciente deverá continuar evitando esportes de impacto e atividades que sobrecarreguem a prótese, pois o sucesso e a duração da vida útil da cirurgia dependem muito dos cuidados pós-operatórios recomendados pelo médico.

Como se previne?
A artrose primária (sem causa específica) é de difícil prevenção, uma vez que ela se manifesta insidiosamente em indivíduos saudáveis previamente. Nos pacientes com alguma história de patologia prévia do quadril, todas as medidas citadas no tratamento não cirúrgico devem ser adotadas visando retardar ou mesmo evitar seu aparecimento. Deve-se ressaltar que o alcoolismo, o tabagismo o uso de drogas ilícitas além de corticoterapia por tempo prolongado são fatores de risco evitáveis de necrose avascular da cabeça do fêmur, uma das causadoras de osteoartrose do quadril.

domingo, 11 de janeiro de 2009

... E POR FALAR EM CANSAÇO II... E A POSTURA, COMO ESTÁ?

Como Dormir
Ao escolher um colchão, observe se ele é bem firme, pois se ele for muito macio a pressão sobre suas costas será maior. Lembre-se de que os colchões não duram para sempre e que talvez esteja na hora de comprar outro, caso o seu tenha mais de 5 anos. Algumas pessoas se dão muito bem com colchões d’água.

Procure dormir na posição mais confortável possível. Se o seu pescoço ou as suas costas estiverem doloridos, experimente usar um travesseiro anatômico. Você pode tentar usar um desses métodos para aliviar a dor embora seus resultados variem de pessoa para pessoa.

Às pessoas que sofrem de artrite nas costas, recomenda-se dormir parte da noite de bruços. Esta posição ajuda a melhorar a postura e principalmente evita a formação de corcunda.

À medida que seus músculos forem se fortalecendo com o programa regular de exercícios, geralmente depois de algumas semanas ou meses, naturalmente sua postura melhorará. Além disso, esses simples cuidados protegerão suas costas de esforços desnecessários e os resultados serão surpreendentes.


Como Ficar em Pé
Ao ficar em pé ou andar, lembre-se de que mesmo uma pequena curvatura das costas aumenta a pressão sobre a coluna lombar. ao contrário, se você ficar em pé com as costas bem eretas, a pressão será bem menor. Não é necessário ter uma postura perfeita, mas apenas ter alguns cuidados com a coluna.

Se as suas atividades diárias exigem que passe grandes períodos de tempo em pé, prefira sapatos confortáveis que lhe dêem bom apoio. Tente evitar saltos altos. Um sapato esportivo, bem leve, é uma boa opção.

Evite ficar na mesma posição por muito tempo. Você pode experimentar pôr uma esteira de borracha no lugar em que tiver de ficar durante bastante tempo. A esteira lhe dará algum apoio para os pés e as costas.

Quando você fica em pé, ocasionalmente pode descansar ou “apoiar” um pé numa caixa ou cadeira para maior conforto. Contraia os músculos abdominais. Evite a posição “curvada”, o que aumenta a pressão nas costas.


Como Sentar-se
Você sabia que ao longo do dia as vértebras na parte inferior da coluna têm de suportar uma pressão equivalente a 3 ou 4 vezes o peso do seu corpo? Quando você se senta sem apoiar as costas, por exemplo, a pressão sobre a parte inferior das costas é 40% maior do que quando está de pé! A pressão é ainda maior se você se sentar com as costas curvadas. Pense no número de vezes – ou de horas – que você faz isso a cada dia!

Existem inúmeras maneiras simples de se evitar a sobrecarga das costas. Por exemplo: colocar uma almofada na cadeira; encostar bem a parte inferior das costas contra o encosto da cadeira; ou então usar um suporte para a coluna lombar. O uso de cadeiras com braços também é muito aconselhável, e alguns automóveis até já possuem um apoio para a coluna no banco do motorista, com o propósito de diminuir a pressão exercida sobre ela durante viagens muito longas.

A cadeira ideal deve proporcionar apoio firme para a parte inferior das costas e permitir que se sente com as costas bem eretas. Os pés devem alcançar o chão sem dificuldade – e isso é de primordial importância, seja na sua cadeira de trabalho, seja em casa. Sentar-se de maneira imprópria pode ser a principal causa de sobrecarga em sua coluna.

Se o seu trabalho exigir que você passe longos períodos de tempo sentado, levante-se por alguns minutos a cada hora ou 2 horas, a fim de esticar as costas ou andar um pouco.

Preste atenção na altura da sua mesa de trabalho. Se ela for muito alta, ou então baixa demais, a pressão sobre sua espinha – da parte inferior das costas ao pescoço – será ainda maior. Talvez seja necessário fazer um ajuste para torná-la mais confortável.

Sentar-se adequadamente pode diminuir bastante a sua dor nas costas. Tente sentar-se numa cadeira firme, com as nádegas bem encostadas às costas da cadeira, os pés confortavelmente apoiados no chão e as costas eretas. Os braços da cadeira servem para descansar os braços, e isso resulta em menos pressão e dor nas costas.

Cadeiras com descanso para os braços também resultam em menor pressão e dor nas costas, mas é bom saber que os braços de sua cadeira de trabalho devem ficar abaixo do nível da mesa, de forma que você não precise se inclinar para a frente para trabalhar. Quando precisar permanecer sentado por longos períodos de tempo, use uma almofada à altura da parte inferior das costas.

sábado, 10 de janeiro de 2009

... E POR FALAR EM CANSAÇO...

Dicas Para uma Boa Noite de Sono
Todos nós já estivemos lá ... movendo e virando-se durante metade da noite e desligando o alarme justamente quando acabamos de dormir. Insônia é uma das maiores reclamações vistas pelos médicos. As dificuldades para dormir afetam mais as mulheres do que os homens e a tendência para ter distúrbios no sono aumenta com a idade.

Muitos medicamentos usados pelo paciente de Lupus pode causar dificuldades para dormir (por exemplo, a prednisona). Maus hábitos também são uma forte causa para a interrupção do sono. Fumar, beber, uso de drogas e cafeína, calor e cochiladas diurnas são todos erros grosseiros.

Ao contrário do que se acredita, nem todo mundo precisa de 8 horas de sono para descansar bem. Alguns podem conseguir e estar totalmente descansados em apenas 6 horas. A quantidade que você precisa depende do seu corpo; então escute seus sinais e dê atenção a eles. Lembre-se que obter um sono de boa qualidade é uma parte importante do controle do Lupus. Veja várias dicas abaixo para se ter um sono de qualidade.
- vá para a cama apenas quando você estiver cansado. Tenha a certeza de estar em sua posição mais confortável para seu corpo relaxar e ficar pronto para dormir.
- transforme o horário de dormir em um ritual relaxante. Isto ajuda seu corpo e mente a saberem que é hora de ir para cama.
- se você se deitar por mais de 20 minutos, levante-se e faça alguma coisa até que você se sinta com sono, evitando que a ansiedade de não conseguir dormir torne mais difícil a tarefa.
- tente ir para cama e acordar sempre na mesma hora do dia (inclusive fins-de-semana), assim você ajuda o seu corpo a regular e fixar seu relógio biológico.
- pare de adiar seu despertar. Saia da cama quando o alarme tocar de manhã, ou limite-se a apenas mais 20 minutos.
- cheque seus medicamentos. Muitos deles podem interromper seu sono.
- evite trabalhar, comer, fazer contas, assistir televisão, ver filmes ou ler livros de terror na cama – eles irão apenas te causar medo ou ansiedade.
- não cochile se possível (sei que é difícil para os pacientes de Lupus seguir esta regra), para que seu corpo se acostume a ir para a cama à noite. Ou limite-se à 20 minutos.
- elimine ao máximo tudo que causa a interrupção do sono: esposos que roncam, camas pequenas, diferenças de temperatura, animais, crianças, bichos de pelúcia na cama.
- tire o relógio perto de você para que você não veja as horas.
- mantenha a temperatura do quarto um pouco mais fria – quanto mais frio o quarto melhor você dorme. - muita luz interfere no sono. Mantenha as luzes mais fracas no seu quarto e use persianas e cortinas para manter as luzes externas fora do quarto.
- mantenha o barulho longe do quarto que só mantém seus sentidos alertos.
- leia um livro ou revista bastante chata.
- faça uma massagem ou exercícios de meditação – eles ajudam não só a relaxar como também elimina os pensamentos e tarefas estressantes de sua cabeça até a manhã seguinte.
- tome um banho relaxante (não muito quente pois estimula seus sentidos). Use velas em vez de luz forte e coloque uma música de fundo relaxante se quiser.
- experimente uma xícara de chá de ervas (limão, menta e camomila) ou leite quente.
- não beba produtos cafeínados ou álcool depois de 18:00 hs. Isso também inclui chocolate.
- tenha certeza de que sua cama é confortável e não abuse de travesseiros.
- tenha certeza de que embora o quarto esteja frio, você esteja aquecido.
- lembre-se de se exercitar regularmente, mas pela manhã ou pelo menos 5 horas antes de dormir.
- coma bem! Evite porcarias, pois te estimula e provoca dificuldades digestivas.
- se ainda assim você estiver tendo problemas para dormir, vá ao médico.

contribuição de Heather Galusha-Phillips - "Lupus Foundation of Greater Washington".

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

LÚPUS E FIBROMIALGIA III

FIBROMIALGIA – 3º Parte
O único achado relevante ao exame físico é a presença dos pontos dolorosos ou "tender points". Os exames laboratoriais habitualmente são normais, na fibromialgia primária. Assim sendo, o seu diagnóstico é clínico e feito por um especialista que conheça a doença. A presença de outras doenças não exclui o diagnóstico de fibromialgia, podendo estar associada ao Lupus Eritematoso Sistêmico (vários pacientes que começam apresentar fadiga, podem estar apresentando fibromialgia associada), osteoartrose, artrite reumatóide, hérnia de disco, osteoporose e outras doenças. Sua etiopatogenia ainda não está completamente elucidada.

Diversos estudos mostram que os sintomas da fibromialgia devem ser decorrentes das alterações nos mecanismos de modulação da dor, onde encontramos uma diminuição dos níveis de serotonina (substância analgésica) e um aumento dos níveis de substância P (substância algógena), no sistema nervoso central, em indivíduos geneticamente predispostos, sendo assim os pacientes portadores de fibromialgia são extremamente "queixosos e doloridos". Há estudos mostrando uma diminuição da perfusão sanguínea no tálamo e núcleo caudado, importantes regiões do cérebro envolvidas com a percepção dolorosa.

Também encontramos os distúrbios do sono bem como uma piora de suas queixas com o estresse emocional. Pelo estado de dor crônica os pacientes tornam-se inativos e conseqüentemente descondicionados, sendo assim, o seu tratamento jamais pode ser realizado apenas com medicamentos.O tratamento da fibromialgia tem por objetivo aumentar a analgesia central e periférica, melhorar os distúrbios do sono, minimizar os distúrbios de humor e assim melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. O tratamento divide-se em farmacológico (com medicamentos) e não farmacológico.

O tratamento farmacológico, quando utilizado isoladamente, não apresenta bons resultados. Os antiinflamatórios quando utilizados isoladamente apresentam baixa eficácia. Diversas medicações que atuam no Sistema Nervoso Central, especialmente os antidepressivos tricíclicos apresentam resultados satisfatórios. O tratamento não farmacológico é obrigatório e deve-se iniciar através da educação do paciente, onde devemos frizar que a fibromialgia trata-se de uma doença real e não imaginária e que não deforma e nem aleija.

Os pacientes devem ser orientados a realizar exercícios de alongamento ou hidroterapia bem como atividades que melhorem da performance cárdio-respiratória. Temos que melhorar o condicionamento físico destes pacientes, porém de caráter lento e progressivo. Também podemos sugerir a psicoterapia, em casos de ansiedade ou depressão extremas. A acupuntura, vem sendo bastante utilizada no tratamento de síndromes dolorosas, levando a diminuição da ansiedade e da dor mostra bons resultados no tratamento da fibromialgia quando realizada por um médico que conheça com detalhas esta doença. Outras modalidades incluem técnicas de relaxamento, eletro-estimulação transcutânea e terapia cognitiva-comportamental, isoladamente ou em grupo.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
Há outra doença associada?
Qual a finalidade do tratamento?
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
Há interferência com outros remédios que estou usando?
Quais os efeitos colaterias?
Problemas com obesidade?
Qual a importância de exercícios?
Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

LÚPUS E FIBROMIALGIA II

FIBROMIALGIA - Segunda Parte
Diagnóstico e Tratamento
Somente o reumatologista poderá firmar o diagnóstico preciso da Fibromialgia. As dores generalizadas devem ter mais de três meses de duração, deve existir dor à palpação em 11 dos 18 tender points: inserção dos músculos occipitais, trapézio, acima da borda medial da espinha da escápula, quadrantes externos superiores das nádegas, proeminências dos trocânteres maiores (fêmur); cervical baixa, segunda junção costocondral, a 2cm distal ao epicôndilo (cotovelo), coxim adiposo medial e proximal à linha articular do joelho.

Geralmente acomete pessoas com personalidade perfeccionista podendo causar dor de cabeça, insônia e diminuição do humor. Estes sintomas podem confundir com polimialgia reumática (VHS aumenta), dermatomiosite, hipotireoidismo e espondilite anquilosante.

Essas informações não são completas, visam somente instruir o paciente em alguns pontos mais importantes, devendo o paciente consultar seu reumatologista periodicamente e ler a bula dos medicamentos que toma.

Qual a melhor forma de tratamento?
No tratamento, devem ser usados analgésicos; não parece haver vantagem no uso de anti-inflamatórios ou cortisona em caráter permanente.
São drogas obrigatórias os antidepressivos tricíclicos (principalmente amitriptilina e ciclobenzaprina)que agem sobre a serotonina no cérebro e têm efeito analgésico no sistema nervoso central.

Condicionamento muscular orientado por conhecedores da doença e seu entendimento pelos pacientes são indispensáveis. Pacientes com manifestações psiquiátricas mais intensas devem ter atendimento especializado.

Dado o impacto da fibromialgia na qualidade de vida dos pacientes, o pesquisador Luiz Paulo Marques de Souza conduziu um estudo sobre os efeitos de técnicas de relaxamento em pacientes com fibromialgia, realizado no Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP.

A pesquisa com o título “A utilização de técnicas de relaxamento no acompanhamento de pacientes com fibromialgia”, foi vencedora da categoria dor crônica, no Prêmio de Incentivo à Pesquisa em dor aguda e dor crônica Anador, e avaliou duas diferentes técnicas de relaxamento: o Método de Jacobson, também conhecido com Relaxamento Muscular Progressivo, e a técnica de visualização dirigida.

Alguns estudos laboratoriais demonstram que no paciente com fibromialgia, a serotonina – substância analgésica que proporciona dentre outras coisas o controle da dor - é reduzida. Portanto, é necessário que essa substância seja produzida ou captada pelo sistema nervoso central por meio de medicamentos, ou meios coadjuvantes, como acupuntura, exercícios físicos ou, como no caso da pesquisa, de técnicas de relaxamento.

No Método de Jacobson, no momento em que tensiona os músculos, o indivíduo sente um incômodo, que pode aumentar o fenômeno doloroso. A tensão, no entanto, funciona como um exercício físico e, após a descontração muscular, acredita-se que o cérebro passe a produzir substâncias como a serotonina, fazendo com que o indivíduo obtenha uma resposta de alívio. A técnica favorece também a regulação do tônus muscular, liberando-se a energia, até então ocupada por um dinamismo corporal alterado e caracterizado por bloqueios musculares.

Já a técnica da Visualização Dirigida, faz com o paciente pratique exercícios tranqüilizadores, de forma que a imaginação conduza a um estado de relaxamento. O indivíduo muda o foco de atenção, que é a dor, para outro que, no caso da pesquisa, era uma sensação imaginária que massageia o corpo. Por meio de imagens e sons agradáveis, o organismo cria meios para conseguir o alívio do corpo, ativando o chamado “Circuito de Reforço e Gratificação”, responsável pela intermediação dos efeitos prazerosos, como por exemplo, recordações ou músicas de nossa preferência. A ação terapêutica de se buscar sensações agradáveis pode proporcionar mudanças favoráveis no humor e percepção corporal, alterando a disponibilidade de neurotransmissores, em especial, no caso da dor, a serotonina e a dopamina.

A maioria das pessoas, 88,2% no grupo de relaxamento e 82,3% do grupo de visualização, referiu sentir bem-estar após o exercício. Para um tratamento bem sucedido, é necessário que terapeuta esteja familiarizado com as técnicas e tenha formação acadêmica na área de saúde. É importante lembrar que, em nenhum momento, estas técnicas substituem o tratamento medicamentoso, sendo necessários critérios na escolha da técnica. (Continua...)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

LÚPUS E FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA
A fibromialgia é uma desordem crônica que causa dor e rigidez por todos os tecidos que suportam e movimentam os ossos e juntas. A dor e pontos localizados de sensibilidade podem ocorrer nos músculos e tendões, particularmente naqueles do pescoço, espinha, ombros e quadril. Os pacientes podem sentir dores generalizadas, fadiga e distúrbios do sono.
Caracteriza-se por dor muscular e tendinosa difusa crônica em pontos dolorosos de localização anatômica específica.

Definida, tambem, como:
A fibromialgia é uma síndrome de amplificação dolorosa crônica, não inflamatória, caracterizada pela presença de dor músculo-esquelética difusa, ou seja, acima e abaixo da cintura, do lado direito e esquerdo e pelo menos um segmento da coluna, acompanhada pela palpação de múltiplos pontos dolorosos ou "tender points". Se fossemos resumir, os pacientes queixam-se de dor no corpo todo.

Acomete 2% da população e encontra-se entre as principais síndromes diagnosticadas e tratadas pelos Reumatologistas (14-20%), sendo 80-90% no sexo feminino com idade média variando entre 30-60 anos. Também acomete crianças e idosos, bem como pacientes do sexo masculino.

A dor, cuja intensidade varia de moderada a severa é o seu principal sintoma, podendo iniciar-se em uma região do corpo, particularmente nos ombros e pescoço, tornando-se generalizada, depois de um certo tempo. Além da dor persistente, 90% dos pacientes exibem fadiga, ou seja, um cansaço extremo.

Os sintomas são dor generalizada ("dói tudo") e um ou mais dos seguintes:
- fadiga
- sono superficial e não reparador (desperta mais cansado do que quando deitou à noite)
- depressão psíquica
- ansiedade
- dor de cabeça (pode ser enxaqueca)
- dormência de mãos e pés
- dor abdominal com períodos de prisão de ventre intercalados com diarréia

Em nenhum momento haverá inflamação ou deformidade nas articulações e os movimentos não estão limitados.

Caracteristicamente, os portadores de fibromialgia têm os sintomas por anos sem modificações importantes. Os problemas são dor e fadiga.

A dor, cuja intensidade varia de moderada a severa é o seu principal sintoma, podendo iniciar-se em uma região do corpo, particularmente nos ombros e pescoço, tornando-se generalizada, depois de um certo tempo. Além da dor persistente, 90% dos pacientes exibem fadiga, ou seja, um cansaço extremo.

Outros sintomas comumente relatados são os distúrbios do sono, caracterizados por um sono não reparador, ou seja, os pacientes reclamam que "dormem, acordam cansados e com dor", cefaléia (dor de cabeça) de caráter tensional ou do tipo formigamento nos braços e pernas (muitos pacientes procuram o pronto socorro acreditando que estão tendo um infarto do coração ou derrame cerebral), sensibilidade ao frio referindo que suas dores pioram no inverno, vertigem, dificuldade de concentração e déficit de memória, boca e olho seco, batedeira no peito, sensação de inchaço no corpo, tensão pré menstrual e irritabilidade.

Os distúrbios do humor são comumente encontrados nestes pacientes, particularmente a ansiedade e a depressão. 25% apresentam depressão major no momento do diagnóstico e 50% história de depressão. Porém é impossível determinar se os fatores psicológicos são primários, concomitantes ou secundários.

Alguns pacientes são capazes de identificar alguns fatores que precipitam ou agravam seu quadro doloroso entre eles, os quadros virais, traumas físicos (acidentes automobilísticos), traumas psíquicos (problemas com filhos, divórcios e outros), mudanças climáticas (especialmente o frio e a umidade), sedentarismo e a ansiedade são os mais relatados.

Porém, o único achado relevante ao exame físico é a presença dos pontos dolorosos ou "tender points". Os exames laboratoriais habitualmente são normais, na fibromialgia primária. Assim sendo, o seu diagnóstico é clínico e feito por um especialista que conheça a doença. A presença de outras doenças não exclui o diagnóstico de fibromialgia, podendo estar associada ao Lupus Eritematoso Sistêmico (vários pacientes que começam apresentar fadiga, podem estar apresentando fibromialgia associada), osteoartrose, artrite reumatóide, hérnia de disco, osteoporose e outras doenças. Sua etiopatogenia ainda não está completamente elucidada.

Diversos estudos mostram que os sintomas da fibromialgia devem ser decorrentes das alterações nos mecanismos de modulação da dor, onde encontramos uma diminuição dos níveis de serotonina (substância analgésica) e um aumento dos níveis de substância P (substância algógena), no sistema nervoso central, em indivíduos geneticamente predispostos, sendo assim os pacientes portadores de fibromialgia são extremamente "queixosos e doloridos". Há estudos mostrando uma diminuição da perfusão sanguínea no tálamo e núcleo caudado, importantes regiões do cérebro envolvidas com a percepção dolorosa.

Também encontramos os distúrbios do sono bem como uma piora de suas queixas com o estresse emocional. Pelo estado de dor crônica os pacientes tornam-se inativos e conseqüentemente descondicionados, sendo assim, o seu tratamento jamais pode ser realizado apenas com medicamentos.

Como se desenvolve?
A causa e os mecanismos que provocam fibromialgia não estão perfeitamente esclarecidos. Não há nenhuma evidência concreta de que possa ser transmitida nem se verifica maior prevalência em familiares.

Diminuição de serotonina e outros neurotransmissores provocam maior sensibilidade aos estímulos dolorosos e podem estar implicados na diminuição do fluxo de sangue que ocorre nos músculos e tecidos superficiais encontrados na fibromialgia. (Continua...)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

LÚPUS E FENÔMENO DE RAYNAUD

FENÔMENO/DOENÇA DE RAYNAUD
O Fenômeno de Raynaud é uma alteração da coloração da pele que ocorre em crises, sendo caracterizada por palidez, cianose e rubor de aparecimento sequencial. Nem sempre ocorrem as três fases. Podem surgir palidez e cianose e cianose e rubor. As crises podem durar minutos ou horas, sendo o exame físico normal nos intervalos.

Na maioria das vezes acomete as mãos e os dedos, porém também pode envolver os pés, pododáctilos, nariz e orelha. Habitualmente é simétrico, porém pode acometer um dedo isoladamente.O fenômeno de Raynaud, caracteristicamente, deve ser reproduzido após exposição ao frio ou ao teste de imersão em água gelada.

O fenômeno de Raynaud costuma ser desencadeado pelo frio, uso do cigarro e por alterações emocionais, sendo mais comum nas mulheres.

Alteração no fluxo sanguíneo da pele é o principal mecanismo de regulação da temperatura corpórea. Vasoconstrição periférica em resposta ao frio é fisiológica e normal, e vasoconstrição suficiente para produzir palidez ou cianose pode ocorrer na população normal em exposição prolongada ou severa ao frio.

O fenômeno de Raynaud habitualmente segue o seguinte cronograma: na primeira fase ocorre vasoespasmo com consequente diminuição do fluxo sanguíneo para a rede capilar das extremidades causando a palidez. Na segunda fase, desaparecendo o espasmo das arteríolas e dos capilares arteriais, surge espasmo dos capilares venosos e vênulas, com estase sanguínea levando a maior extração de oxigênio com aumento de hemoglobina reduzida, resultando na cianose. Na terceira fase, desaparece o vasoespasmo e ocorre vasodilatação com a rede capilar preenchida por sangue arterializada e portanto causando o rubor. A hiperidrose pode estar associada.

Quando o fenômeno de Raynaud acontece sem doença básica é denominada de Fenômeno de Raynaud ou Fenômeno de Raynaud Primário.
Quando ocorre associado a outras doenças, é denominado de fenômeno de Raynaud Secundário ou Doença de Raynaud.

Várias doenças podem estar associadas ao fenômeno de Raynaud:
1. Medicamentos/drogas: cafeína, nicotina, estrogênio, derivados da ergotamina, simpaticomiméticos, beta-bloqueadores, anticoncepcionais orais, bleomicina, vinblastina, ciclosporina, clonidina.
2. Neoplasias
3. Doenças arteriais: trombangeite obliterante, arterites, artereoesclerose obliterante.
4. Neurogênicas: hemiplegias, hemiparesias, polineuropatia.
5. Doenças hematológicas: policitemia, trombocitopenia, crioproteinemia, mieloma.
6. Compressão neurovascular: síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do túnel carpiano, síndrome de compressão da cintura escapular.
7. Doenças do tecido conjuntivo: lupus eritematoso sistêmico, esclerodermia, artrite reumatóide, polimiosite.
8. Profissionais trabalhadores com instrumentos de perfusão e/ou vibração.
9. Outras: hipotireoidismo, Doenças de Cushing, Doença de Graves e insuficiência arterial crônica.

Cerca de 13% dos portadores de fenômeno de Raynaud apresentarão Doença de Raynaud entre 2,8 e 10 anos pós o seu aparecimento, sendo condição associada mais frequente a esclerodermia.

Diagnóstico Clínico
Para o diagnóstico de Doença de Raynaud é necessário:
1. Presença do fenômeno de Raynaud.
2. Presença de artérias pérvias.
3. Ausência de qualquer doença causal num prazo mínimo de dois anos.
4. Crises são reproduzidas após exposição ao frio ou teste de imersão em água gelada.

Exames Complementares
- exames laboratoriais para detectar doenças associadas devem ser solicitados: hemograma, VHS, urinálise, Fator Reumatóide, FAN, pesquisa de Células LE, Sorologia para hepatite, Eletroforese de Proteínas, Crioglobulinemina, Complemento C3 e C4, Imunoglobulinas. Poucos pacientes portadores de Fenomeno de Raynaud desenvolverão Esclerodermia (esclerose sistêmica) se a investigação laboratorial for negativa por ocasião do seu aparecimento.
- radiografias do tórax em PA e perfil e Rx das mãos
- avaliação da circulação digital por Doppler e eventualmente a arteriografia nos pacientes refratários ao tratamento ou suspeitos de terem lesões proximais.

Diagnóstico Diferencial
Na maioria das vezes o diagnóstico é fácil, porém deve ser diferenciado da hiperidrose, hipersensibilidade ao frio, livedo reticularis, acrocianose, isquemia arterial severa e arterites.

Tratamento
O tratamento é feito com medidas ambientais afastando da exposição ao frio e a nicotina e outras drogas. Fatores emocionais devem ser adequadamente avaliados e se, necessário com apoio psicológico. Doenças coexistentes devem ser tratadas.

Agentes simpaticolíticos, bloqueadores do canal de cálcio e vasodilatadores são utilizados isoladamente ou associados (nifedipina, guanetidina, reserpina, prazocin, tolazoline, fenoxibenzidamina.

Tratamento Cirúrgico
Na maioria das vezes o tratamento cirúrgico é recomendado após período de utilização das medidas relacionadas acima. A simpatectomia oferece paliação aliviando a dor, cicatrizando as feridas e sinais de isquemia e, segundo a nossa experiência proporcionado alívio imediato da dor, da sensação de frios nas mãos com aumento da temperatura local, portanto com melhor qualidade de vida.

A literatura não apresenta consenso no que se refere a resultados a longo prazo. Todos os nossos pacientes submetidos a SIMPATECTOMIA TORÁCICA POR VIDEOTORACOSCOPIA para fenômeno/doença de Raynaud de mãos e dedos apresentaram melhora espetacular no pós operatório imediato e temos pacientes com cerca de 5 anos de cirurgia sem apresentar recidiva, estando em observação.

Conclusão
A Simpatectomia Torácica por Vídeotoracoscopia está indicada nos portadores de FENÔMENO/DOENÇA DE RAYNAUD das mãos e dedos quando as medidas gerais e o tratamento medicamentoso não obtiveram sucesso.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

DISFUNÇÃO COGNITIVA EM PACIENTES COM LÚPUS

Disfunção cognitiva – é uma das principais manifestações neurológicas do Lupus, caracterizada por confusão, fadiga, memória fraca e dificuldade na articulação de pensamentos.

Pacientes com lupus eritematoso sistêmico (LES), frequentemente reclamam de dificuldades cognitivas. Eles relatam redução na atenção, memória fraca, e dificuldade na procura de palavras. Para alguns pacientes, estas deficiências são uma significativa fonte de incapacidade, com grande impacto nas funções sociais, educacionais e ocupacionais.
Pacientes relatam, por exemplo, que não se lembram dos nomes de pessoas em ocasiões sociais, ou não estudam efetivamente no curso da faculdade, ou falham no seguimento das responsabilidades do trabalho.

A avaliação neuropsicológica é o procedimento de diagnóstico para identificação de danos na função cognitiva. As baterias de testes neuropsicológicos avaliam a integridade funcional do cérebro, através do acesso a uma grande variedade de funções cognitivas como a atenção, memória, linguagem, capacidade espaço-visual, formação conceitual e função motora.

A performance de um paciente na avaliação neuropsicológica é comparada com dados normativos derivados de indivíduos demograficamente similares e saudáveis. Os danos cognitivos são identificados em pacientes cuja performance represente um declínio significativo em relação a um nível funcional anterior.

Deficiências cognitivas tem sido relatadas em 21 a 66% dos pacientes com LES. Elas são observadas em testes de atenção, memória espaço-visual e verbal, linguagem, construção e velocidade. As deficiências cognitivas tem sido identificadas em pacientes com doenças cerebrais ativas, como derrames, em pacientes com histórico de doença cerebral já resolvida, e em pacientes sem histórico de envolvimento cerebral.

O histórico natural ou o curso clínico da disfunção cognitiva em pacientes com LES não é claro. As deficiências cognitivas podem persistir, se resolver, ou caminhar para um declínio progressivo do funcionamento cognitivo. Em alguns estudos isolados, pesquisadores usaram eficazmente uma dosagem baixa de corticosteróides no tratamento das dificuldades cognitivas em pacientes com LES. Maiores estudos, no entanto, mostraram que as deficiências cognitivas flutuam durante o passar do tempo e podem ser solucionadas sem intervenções terapêuticas específicas.

As causas da disfunção cognitiva em pacientes de LES não são bem entendidas. A atividade generalizada da doença e o envolvimento específico de órgãos, como a doença renal e hipertensão, tem sido consideradas na alta prevalência da disfunção cognitiva em pacientes com LES. A terapia medicamentosa com corticosteróides, mecanismos imunológicos, e mesmo o stress emocional tem sido considerados. Nenhum destes fatores tem sido consistentemente associados a disfunção cognitiva em pacientes com LES.

Há um crescente papel da avaliação neuropsicológica na gestão das dificuldades cognitivas em pacientes com LES. Avaliações neuropsicológicas formais e objetivas podem ser usadas para estimar e confirmar deficiências cognitivas reportadas; terapias com corticosteróides ou outras drogas podem tratá-las com sucesso. As avaliações podem ser usadas também para monitorar o curso da disfunção cognitiva e documentar a resposta do paciente ao tratamento medicamentoso. Mesmo na ausência de tratamento definitivo ou cura, avaliações neuropsicológicas podem ser usadas:
- para descrever forças e fraquezas cognitivas;
- para acessar o impacto funcional das fraquezas cognitivas;
- para recomendar tratamentos incluindo técnicas de remediação do comportamento cognitivo, instruções vocacionais e psicoterapia.

Pacientes com LES podem se sentir aliviados em aprender que há uma evidência real de disfunção cognitiva, e usar avaliações descritivas de funcionamento cognitivo para modificar demandas profissionais e familiares, e melhorar a performance em uma determinada área.Pacientes com baixa capacidade de memória verbal, por exemplo, podem se beneficiar de técnicas de reabilitação cognitiva como, por exemplo, aprender a manter um determinado calendário ou a significativamente reduzir distração. As principais metas de uma avaliação neuropsicológica são melhorar as funções do dia-a-dia e a qualidade de vida.