segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ESCLERODERMIA

Reumatologia/Doenças Auto-Imune
A esclerodermia

"A esclerodermia, doença que acomete 30 a cada 100.000 habitantes e tem origem desconhecida e ainda sem tratamento, causa cicatrizes nos tecidos, na pele e órgãos internos, produzindo endurecimento. Talvez por essa razão a doença seja conhecida, popularmente, por transformar as pessoas em pedras".

O que é Esclerodermia e suas Causas
De acordo com o Dr. Valério Santini, médico reumatologista do Rio Grande do Sul, esclerodermia é uma doença caracterizada pelo endurecimento da pele, provocando esclerose cutânea. Do grego skléros, que quer dizer duro, e dermia, que quer dizer pele, a esclerodermia, pele dura portanto, pode comprometer os tecidos conjuntivos de qualquer parte do corpo, sendo possível observar lesões em órgãos e estruturas dos mais diversos, define o dicionário. Em uma definição mais completa e técnica, a Sociedade Brasileira de Reumatologia – SBR, explica que se trata de uma doença sistêmica, autoimune e crônica. O espessamento, ou acometimento, da pele é causado pelo aumento no depósito de colágeno, um tipo de tecido que tem por função unir as células.

Há diversas formas de esclerodermia: esclerodermia progressiva; localizada; esclerodermia de Buschke; esclerodermia de placas. Vale ressaltar, no entanto, que segundo a SBR, existem duas manifestações mais importantes desta doença: localizada e sistêmica. A localizada afeta, principalmente, a pele e o sistema de músculo-esquelético. Já a sistêmica pode afetar vasos sangüíneos, pulmões, coração e rins.

Como conseqüência, a esclerodermia pode reduzir a velocidade dos movimentos dos intestinos, causar artrite, além de produzir quadros de boca e olho seco. Estes sintomas, ao lado do espasmo da circulação sangüínea em mãos e pés, resultantes do frio, desencadeia a Síndrome de Raynaud.

A causa da Esclerodermia é desconhecida, embora, de acordo com a SBR, em alguns casos, em uma minoria, a doença é associada à exposição de produtos químicos ou à toxinas, ou como uma complicação do transplante de medula óssea. Os fatores genéticos, as células, e os vírus, podem ser determinantes para o desenvolvimento da doença, embora ela "raramente tenha um padrão hereditário", informa a SBR. Em uma explicação mais teórica, a esclerodermia está associada "com ativação de algumas células do sistema imune chamadas fibroblastos, responsáveis pela produção do tecido cicatricial em pele e órgãos, danificando as células endoteliais dos vasos sangüíneos da microcirculação, provocando diminuição da quantidade de sangue no local, dano tecidual e cicatrização", define a SBR

.A Dra. Shelley Ensz, presidente do Scleroderma Federation, afirma que o diagnóstico requer tempo e pode ser bastante difícil, talvez porque seja uma "doença relativamente nova e que poucos médicos possuam amplos conhecimentos sobre o tema". As etapas iniciais da doença também podem ser confundidas com sintomas de outras doenças, como Lúpus e Artrite. De acordo com a SBR, o diagnóstico da esclerodermia é baseado na história clínica do paciente e nos achados dos exames físicos, podendo ser demorado naqueles cujas alterações na pele não são significativas. "Os exames laboratoriais, radiológicos e testes de função pulmonar ajudam a determinar a extensão e severidade do comprometimento do organismo", diz a SBR.
(Continua...)

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