terça-feira, 25 de agosto de 2009

Exames em Esclerodermia

Exames em esclerodermia

Usa-se a biópsia de pele para confirmar o diagnóstico de algumas doenças reumáticas tais como: escleroderma, lúpus eritematoso, psoríase, arterite (ou vasculite). O procedimento é realizado com anestesia local, de forma rápida, e não exige hospitalização.
Algumas vezes realiza-se biópsia de músculo, para identificar uma miosite ou doença neuro-muscular. Outro procedimento especializado é a capilaroscopia periungueal: é um exame que consiste na observação direta da rede microvascular (capilares sangüíneos) ao longo cutícula, na unha com o objetivo de diagnosticar, ou afastar um grupo de doenças reumáticas tais como: Esclerose Sistêmica (Esclerodermia), Doença Mista do Tecido Conjuntivo, Dermatomiosite e Polimiosite. Esse exame é geralmente realizado em pessoas com Fenômeno de Raynaud (episódios de palidez e/ou arroxeamento das mãos e pés desencadeados por frio ou estresse emocional), que pode ser um sintoma inicial de doença reumática, e também em alguns casos de diagnóstico difícil para se tentar caracterizar melhor uma doença reumática autoimune.
O exame é totalmente indolor (não invasivo), e é realizado com um microscópio especial (capilaroscópio). Para sua execução, é necessário que a cutícula não seja removida nem manipulada (empurrada) por pelo menos 2 semanas.
A escleroderma pode ter um quadro clínico, bem variado, sendo o principal a pele que fica endurescida (esclero= duro; derma=pele).
Dependendo do paciente existem uma série de complicações da esclerodermia em órgãos internos, nesse caso a doença chama-se de Esclerose Sistêmica, vem acompanhada de dores articulares (artralgias), ou sinais de artrite inflamatória, contrações em flexão das articulações e com contratauras musculares, comprometimento de nervos periféricos, miosite (inflamação de músculos) ou doença do músculo (miopatia).
Como é uma doença imunológica existe auto-anticorpos, que podem se sobrepor a outras doenças da série reumática como a síndrome de Sjogren (artrite reumatóide e doença das glândulas salivares e lacrimais), o lúpus, e a própria artrite reumatóide estão relacionadas.
As alterações musculoesqueléticas são os maiores distúrbios da esclerodermia.
R.Bergman e colaboradores, dermatologistas e reumatologistas da Faculdade de Medicina de Haifa, Israel, compararam a capilaroscopia em 106 pacientes com problemas reumáticos com 170 pessoas, normais. Um padrão tipo escleroderma-dermatomiosite na artérias da unhas foram encontradas em 19 (70,4%) dos 27 casos de escleroderma, 7 (63,6%) dos 11 de dermatomiosite, e 4 (50%) dos 8 pacientes doença mista do tecido conectivo, com significância estatística comparada com o grupo controle. (P<0,001). Esse padrão foi encontrado em 1 caso (4,5%) dos 22 pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e em 2 casos (5,3%) dos 38 pacientes com a Doença de Raynaud, mas sem sintomas reumáticos (P<0,01).
A capilaroscopia mostrou-se um exame útil no diagnóstico de doenças reumáticas.

Nenhum comentário: