quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ESPONDILITE ANQUILOSANTE

O que é Espondilite Anquilosante?

A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença reumática que causa inflamação na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas (no final da coluna com os ossos da bacia), podendo, às vezes, também atacar os olhos e válvulas do coração. Os sintomas podem variar de simples dores nas costas, na grande maioria das vezes nas nádegas, até uma doença grave, que ataca a coluna, juntas e outros locais do corpo, resultando em grande incapacidade devido à um “congelamento” das vértebras da coluna que com o decorrer do tempo, vão dificultar inclusive um simples passo para caminhar.
A EA faz parte de um grupo de doenças conhecidas como espondiloartropatias, onde estão incluídas a Síndrome de Reiter, alguns casos de Artrite Psoriásica, e a Doença Inflamatória Intestinal (Chron, Retocolite Ulcerativa, etc.).

Causa
A causa de EA não é conhecida, mas tudo que se relaciona com as espondiloartropatias tem haver com um padrão genético, devida a existência de um marcador genético comum (HLA-B27), que está presente na maioria dos indivíduos afetados, tornando essas pessoas predispostas a ter a doença.
Em alguns casos, a doença ocorre, nestas pessoas, depois de serem acometidas de uma infecção intestinal ou urinária. Afeta principalmente o adolescente e/ou adultos jovens, especialmente do sexo masculino, com uma incidência 03 vezes maior que nas mulheres, que normalmente tem uma doença mais moderada em sua gravidade. Afeta menos negros africanos e japoneses, e é mais comum em alguns índios norte-americanos.

Diagnóstico
Um diagnóstico tardio é comum porque os sintomas são atribuídos freqüentemente as doenças comuns da coluna, tais como dores posturais, traumática ou psicossomáticas. Embora a maioria dos sintomas comecem na coluna lombar , devido ao grande e freqüente acometimento das articulações sacroilíacas, esta doença também pode envolver o pescoço (coluna cervical) e/ou as costas (coluna torácica) da mesma forma.
Além das sacroilíacas, artrite também pode acontecer nas grandes articulações periféricas (ombros e quadris), mas também pequenas juntas podem se inflamar, como as dos pés e mãos. Alguns pacientes têm lesões oculares, às vezes, importantes, e nos casos mais graves, é fundamental uma avaliação cardiológica, devido à lesões valvulares.
Sintomas gerais como febre (muitas vezes alta), fadiga, mal estar geral ,perda de peso, e anemia são comuns. A avaliação laboratorial pode revelar inflamação, anemia. Um resultado positivo do HLA-B27 ajuda a fechar o diagnóstico. Radiografias e outros exames de imagem podem demonstrar alterações características e confirmar a doença.

Tratamento
A severidade de envolvimento articular e o grau de sintomas sistêmicos pode variar enormemente de um indivíduo para outro. Um diagnóstico precoce e preciso , levando ao tratamento correto pode minimizar anos de dor e inaptidão. Este consiste em antiinflamatórios não hormonais (AINH),dos quais a Indometacina é um dos mais eficazes, ás vezes, corticosteroides e, principalmente de medicamentos de base como a Sulfazalasina e o Metrothexate, que ajudarão no controle da evolução da doença.
Exercícios são essenciais, especialmente se iniciados precocemente e de modo constante, e vão manter a flexibilidade e tonicidade muscular. Exercícios aeróbicos auxiliam na qualidade cardio-pulmonar, sendo a natação o mais indicado, especialmente se associado a alongamentos. Com isto, mesmo que o paciente tenha uma coluna anquilosada (“congelada”), pode manter uma qualidade de vida acima da média.
Infelizmente como se trata de uma doença crônica, de “tratamento eterno”, as pessoas freqüentemente desistem e, não continuam a terapia ( a grande maioria é adolescente), acarretando uma crescente incapacidade, que vai se tornando permanente.

O papel do reumatologista tratando EA
Os Reumatologista são os únicos médicos treinados a diagnosticar e tratar a Espondilite Anquilosante, atuando muitas vezes como educadores para outros médicos e leigos quando necessário. Também são os líderes nos campos da pesquisa básica e clínica desta patologia, melhorando nossa compreensão e otimizando o tratamento.
( Dr. Marcelo Cruz Rezende - reumatologista)

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