sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL

O que é Artrite Reumatóide Juvenil

A artrite reumatóide juvenil é uma inflamação persistente das articulações (artrite) semelhante à artrite reumatóide do adulto, mas que inicia antes dos 16 anos de idade.A sua causa é desconhecida. Fatores hereditários podem aumentar o risco de ocorrência da artrite reumatóide juvenil.

Sintomas
Em aproximadamente 40% das crianças com artrite reumatóide juvenil, somente algumas articulações são afetadas.
Em 40% dos casos, muitas articulações são afetadas e, nos 20% restantes, a artrite reumatóide juvenil é sistêmica, isto é, ela afeta todo o corpo, não apenas as articulações, e é acompanhada por febre, uma condição denominada doença de Still.
A inflamação de apenas algumas poucas articulações ocorre tipicamente antes dos 4 anos de idade (geralmente em meninas) ou após os 8 anos (geralmente em meninos). A criança apresenta dor, edema e rigidez articular, mais comumente em um joelho, em um tornozelo ou em um cotovelo.
Ocasionalmente, uma ou duas articulações (p.ex., um dedo da mão ou do pé, um punho ou a mandíbula) tornam-se edemaciadas e rígidas. Os sintomas articulares podem persistir ou podem ser intermitentes (vêm e vão).As meninas apresentam uma propensão particular a apresentar iridociclite (inflamação da íris) crônica, a qual geralmente não causa sintomas e é detectada apenas durante um exame oftalmológico.
A iridociclite pode causar cegueira e, por essa razão, a criança deve ser acompanhada e a doença deve ser tratada imediatamente.A inflamação de várias articulações pode ocorrer em uma criança de qualquer idade. As meninas são mais afetadas que os meninos.
A dor, o edema e a rigidez articular podem começar gradualmente ou subitamente. Em geral, as articulações primeiramente afetadas são as dos joelhos,tornozelos, punhos e cotovelos. Posteriormente, podem ser afetadas as articulações de ambas as mãos, do pescoço, da mandíbula e dos quadris. Geralmente, a inflamação é simétrica, afetando a mesma articulação nos dois lados do corpo (p.ex., os dois joelhos ou os dois quadris).
A incidência da artrite reumatóide juvenil sistêmica é a mesma em ambos os sexos. A febre é intermitente, sendo geralmente mais elevada ao anoitecer (39 °C ou mais) e, a seguir, retorna rapidamente ao normal. Durante a febre, a criança pode sentir-se muito mal.
Uma erupção cutânea plana rósea ou cor salmão, principalmente no tronco e na porção superior dos membros superiores e inferiores, aparece durante pouco tempo (freqüentemente ao anoitecer), migra e desaparece e, em seguida, reaparece. Pode ocorrer aumento de volume do baço e de alguns linfonodos.
A dor, o edema e a rigidez articular podem ser os últimos sintomas a se manifestarem.Qualquer tipo de artrite reumatóide juvenil pode interferir no crescimento. Quando ela interfere no crescimento da mandíbula, a artrite reumatóide juvenil pode causar micrognatismo (queixo retraído).
O fator reumatóide, um anticorpo que é comumente detectado no sangue de adultos com artrite reumatóide, raramente está presente em crianças com artrite reumatóide juvenil. É mais freqüente o fator reumatóide estar presente em meninas que apresentam muitas articulações afetadas.

Prognóstico e Tratamento
Os sintomas da artrite reumatóide juvenil desaparecem completamente em até 75% das crianças. O prognóstico é pior para aquelas que apresentam muitas articulações afetadas e que também apresentam fator reumatóide.Geralmente, as doses elevadas de aspirina conseguem suprimir a dor e a inflamação articular. Outros antiinflamatórios não esteróides (p.ex., naproxeno e tolmetina) são freqüentemente prescritos no lugar da aspirina, pois o uso desta aumenta o risco de desenvolvimento da síndrome de Reye.
Uma criança pode ser medicada com corticosteróides orais quando a doença é sistêmica e grave. Contudo, esses medicamentos podem retardar a velocidade do crescimento e, quando possível, devem ser evitados.
Os corticosteróides também podem ser injetados diretamente nas articulações afetadas para aliviar a inflamação. Uma criança que não responde à aspirina ou a outros antiinflamatórios pode ser tratada com injeções de sais de ouro. A penicilamina, o metrotrexato e a hidroxicloroquina podem ser utilizados quando os sais de ouro são ineficazes ou produzem efeitos colaterais.
O exercício previne a rigidez articular. Imobilizadores podem impedir o bloqueio de uma articulação em uma posição complicada. Os olhos são examinados a cada 6 meses a fim de controlar a ocorrência da iridociclite (inflamação da íris).
A iridociclite é tratada com um colírio ou uma pomada de corticosteróide e com medicamentos que dilatam a pupila. Ocasionalmente, a cirurgia ocular é necessária.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

TENDINITES e BURSITES

O que são Tendinites e Bursites?

O que é Tendinite?
Tendinite é a inflamação ou irritação de um tendão. Tendões são espessas cordas fibrosas que prendem os músculos aos ossos. Eles servem para transmitir a força de contração muscular necessária para mover um osso.

O que é Bursite?Bursite é a inflamação ou irritação de uma "bursa". Esta é de um pequeno saco localizado entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele, ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas. Desde que os tendões e as bursas estão localizados próximas articulações, qualquer processo inflamatório nestes tecidos moles será percebido freqüentemente por pacientes como dor na articulação e, equivocadamente como artrite.
Os sintomas são semelhantes:
Dor e rigidez, agravadas por movimento;
Dor principalmente noturna;
Inchação local pode acontecer.

Qualquer tendão ou bursa no corpo humano pode ser afetado, mas aqueles localizados nos ombros, cotovelos, punhos, dedos, quadris, joelhos, tornozelos e pés, são os mais freqüentes. Tendinites e bursites são condições normalmente temporárias, mas podem se tornar crônicas e, ao contrário da artrite, eles não causam deformidade.

Causa
A causa mais comum de tendinites e bursites é o trauma local ou "overuse" (excesso) durante trabalho ou jogo, particularmente se o paciente tem um mau condicionamento físico, má postura, ou usa o membro afetado em uma posição forçada e desajeitada. Ocasionalmente uma infecção dentro da bursa ou ao redor do tendão será responsável pela inflamação. Tendinites e bursites podem estar associadas com outras doenças como Artrite Reumatoide, Gôta, ou Artrite Psoriásica, inclusive, existe uma maior freqüência nas Artrites Reativas.

Impacto na Saúde
Os problemas de ordem músculo-esquelética são comuns para pessoas de todas as idades, sendo uma das grandes causas de afastamento do trabalho.

Diagnóstico
O diagnóstico de uma tendinite e/ou uma bursite requer uma história médica cuidadosa e principalmente um exame físico bem feito. Somente assim podemos avaliar a real condição do paciente e planejar um tratamento específico Radiografias podem ser úteis para excluir anormalidades ósseas. Deve ser salientado que tendões e bursas não são visíveis em radiografias, no entanto o uso da ultra-sonografia e, mais recentemente da ressonância nuclear magnética trouxeram um auxílio extremamente importante na definição do local e grau da lesão Aspiração com agulha do local pode ser necessária para excluir infecção (artrite séptica), ou mesmo gôta. Exames laboratoriais podem ajudar em caso de alguma outra doença de base, como por exemplo, Artrite Reumatoide ou Diabetes, mas normalmente, não são necessários para diagnosticar a maioria dos casos.

Tratamento
O tratamento destas duas condições está baseado na causa em si. Em casos de "overuse" ou trauma, o repouso é útil. Posicionamento correto durante atividades traumatizantes é importante para prevenir lesões reincidentes. Um adequado aquecimento prévio e cuidar da postura é fundamental. O uso de "splints" (talas de plástico) na área afetada como imobilização, calor úmido, e outras modalidades de terapia física ajudam na melhoria da dor aguda. Os anti-inflamatórios ajudam no controle do processo inflamatório. Corticosteroides, seja como infiltração da área afetada, ou de uso sistêmico, podem ser úteis. Se uma infecção está presente, um antibiótico é necessário. A intervenção cirúrgica de tendinites ou bursites é infreqüente. Uma vez controlado o ataque agudo, deve ser iniciado o trabalho de prevenção e/ou correção dos fatores causais. Melhora da ergonomia, da qualidade muscular, e principalmente, da auto-estima, são fundamentais no sentido de prevenir novas lesões e/ou recorrências das antigas.

O papel do Reumatologista tratando Tendinites/Bursites
A maioria dos casos de tendinites e bursites são auto limitados, mas se por um acaso, aquela lesão / dor não está evoluindo a contento, o reumatologista, como o perito em patologias musculo-esqueléticas não cirúrgicas, é o profissional mais indicado para avaliar e tratar estas doenças.
Autor: Dr. Marcelo Cruz Rezende - reumatologista

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ESPONDILITE ANQUILOSANTE

O que é Espondilite Anquilosante?

A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença reumática que causa inflamação na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas (no final da coluna com os ossos da bacia), podendo, às vezes, também atacar os olhos e válvulas do coração. Os sintomas podem variar de simples dores nas costas, na grande maioria das vezes nas nádegas, até uma doença grave, que ataca a coluna, juntas e outros locais do corpo, resultando em grande incapacidade devido à um “congelamento” das vértebras da coluna que com o decorrer do tempo, vão dificultar inclusive um simples passo para caminhar.
A EA faz parte de um grupo de doenças conhecidas como espondiloartropatias, onde estão incluídas a Síndrome de Reiter, alguns casos de Artrite Psoriásica, e a Doença Inflamatória Intestinal (Chron, Retocolite Ulcerativa, etc.).

Causa
A causa de EA não é conhecida, mas tudo que se relaciona com as espondiloartropatias tem haver com um padrão genético, devida a existência de um marcador genético comum (HLA-B27), que está presente na maioria dos indivíduos afetados, tornando essas pessoas predispostas a ter a doença.
Em alguns casos, a doença ocorre, nestas pessoas, depois de serem acometidas de uma infecção intestinal ou urinária. Afeta principalmente o adolescente e/ou adultos jovens, especialmente do sexo masculino, com uma incidência 03 vezes maior que nas mulheres, que normalmente tem uma doença mais moderada em sua gravidade. Afeta menos negros africanos e japoneses, e é mais comum em alguns índios norte-americanos.

Diagnóstico
Um diagnóstico tardio é comum porque os sintomas são atribuídos freqüentemente as doenças comuns da coluna, tais como dores posturais, traumática ou psicossomáticas. Embora a maioria dos sintomas comecem na coluna lombar , devido ao grande e freqüente acometimento das articulações sacroilíacas, esta doença também pode envolver o pescoço (coluna cervical) e/ou as costas (coluna torácica) da mesma forma.
Além das sacroilíacas, artrite também pode acontecer nas grandes articulações periféricas (ombros e quadris), mas também pequenas juntas podem se inflamar, como as dos pés e mãos. Alguns pacientes têm lesões oculares, às vezes, importantes, e nos casos mais graves, é fundamental uma avaliação cardiológica, devido à lesões valvulares.
Sintomas gerais como febre (muitas vezes alta), fadiga, mal estar geral ,perda de peso, e anemia são comuns. A avaliação laboratorial pode revelar inflamação, anemia. Um resultado positivo do HLA-B27 ajuda a fechar o diagnóstico. Radiografias e outros exames de imagem podem demonstrar alterações características e confirmar a doença.

Tratamento
A severidade de envolvimento articular e o grau de sintomas sistêmicos pode variar enormemente de um indivíduo para outro. Um diagnóstico precoce e preciso , levando ao tratamento correto pode minimizar anos de dor e inaptidão. Este consiste em antiinflamatórios não hormonais (AINH),dos quais a Indometacina é um dos mais eficazes, ás vezes, corticosteroides e, principalmente de medicamentos de base como a Sulfazalasina e o Metrothexate, que ajudarão no controle da evolução da doença.
Exercícios são essenciais, especialmente se iniciados precocemente e de modo constante, e vão manter a flexibilidade e tonicidade muscular. Exercícios aeróbicos auxiliam na qualidade cardio-pulmonar, sendo a natação o mais indicado, especialmente se associado a alongamentos. Com isto, mesmo que o paciente tenha uma coluna anquilosada (“congelada”), pode manter uma qualidade de vida acima da média.
Infelizmente como se trata de uma doença crônica, de “tratamento eterno”, as pessoas freqüentemente desistem e, não continuam a terapia ( a grande maioria é adolescente), acarretando uma crescente incapacidade, que vai se tornando permanente.

O papel do reumatologista tratando EA
Os Reumatologista são os únicos médicos treinados a diagnosticar e tratar a Espondilite Anquilosante, atuando muitas vezes como educadores para outros médicos e leigos quando necessário. Também são os líderes nos campos da pesquisa básica e clínica desta patologia, melhorando nossa compreensão e otimizando o tratamento.
( Dr. Marcelo Cruz Rezende - reumatologista)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Exames em Esclerodermia

Exames em esclerodermia

Usa-se a biópsia de pele para confirmar o diagnóstico de algumas doenças reumáticas tais como: escleroderma, lúpus eritematoso, psoríase, arterite (ou vasculite). O procedimento é realizado com anestesia local, de forma rápida, e não exige hospitalização.
Algumas vezes realiza-se biópsia de músculo, para identificar uma miosite ou doença neuro-muscular. Outro procedimento especializado é a capilaroscopia periungueal: é um exame que consiste na observação direta da rede microvascular (capilares sangüíneos) ao longo cutícula, na unha com o objetivo de diagnosticar, ou afastar um grupo de doenças reumáticas tais como: Esclerose Sistêmica (Esclerodermia), Doença Mista do Tecido Conjuntivo, Dermatomiosite e Polimiosite. Esse exame é geralmente realizado em pessoas com Fenômeno de Raynaud (episódios de palidez e/ou arroxeamento das mãos e pés desencadeados por frio ou estresse emocional), que pode ser um sintoma inicial de doença reumática, e também em alguns casos de diagnóstico difícil para se tentar caracterizar melhor uma doença reumática autoimune.
O exame é totalmente indolor (não invasivo), e é realizado com um microscópio especial (capilaroscópio). Para sua execução, é necessário que a cutícula não seja removida nem manipulada (empurrada) por pelo menos 2 semanas.
A escleroderma pode ter um quadro clínico, bem variado, sendo o principal a pele que fica endurescida (esclero= duro; derma=pele).
Dependendo do paciente existem uma série de complicações da esclerodermia em órgãos internos, nesse caso a doença chama-se de Esclerose Sistêmica, vem acompanhada de dores articulares (artralgias), ou sinais de artrite inflamatória, contrações em flexão das articulações e com contratauras musculares, comprometimento de nervos periféricos, miosite (inflamação de músculos) ou doença do músculo (miopatia).
Como é uma doença imunológica existe auto-anticorpos, que podem se sobrepor a outras doenças da série reumática como a síndrome de Sjogren (artrite reumatóide e doença das glândulas salivares e lacrimais), o lúpus, e a própria artrite reumatóide estão relacionadas.
As alterações musculoesqueléticas são os maiores distúrbios da esclerodermia.
R.Bergman e colaboradores, dermatologistas e reumatologistas da Faculdade de Medicina de Haifa, Israel, compararam a capilaroscopia em 106 pacientes com problemas reumáticos com 170 pessoas, normais. Um padrão tipo escleroderma-dermatomiosite na artérias da unhas foram encontradas em 19 (70,4%) dos 27 casos de escleroderma, 7 (63,6%) dos 11 de dermatomiosite, e 4 (50%) dos 8 pacientes doença mista do tecido conectivo, com significância estatística comparada com o grupo controle. (P<0,001). Esse padrão foi encontrado em 1 caso (4,5%) dos 22 pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e em 2 casos (5,3%) dos 38 pacientes com a Doença de Raynaud, mas sem sintomas reumáticos (P<0,01).
A capilaroscopia mostrou-se um exame útil no diagnóstico de doenças reumáticas.

sábado, 22 de agosto de 2009

As Manifestações da Esclerodermia II

Manifestações Cardíacas:
A insuficiência ventricular direita pode aparecer em conseqüência da hipertensãopulmonar, causada pela fibrose intersticial difusa. Podem aparecer focos de tecido conectivo intramiocárdicos, lesões das válvulas aorica e mitral e também lesões do pericárdio, mas com pouca expressão clínica.

Manifestações Renais:
A esclerodermia causa nos doentes uma nefropatia rapidamente fatal. Esta nefropatia se origina de uma notável diminuição da luz das artérias interlobulares em conseqüência de um grande espessamento da sua íntima.

Outras Manifestações:
Polineurite e mononeurites;
Ceratite, esclerite, catarata, nódulos retinianos;
Rouquidão;
Emagrecimento.
Laboratório:
VSG aumentado;
Anemia;
Hipergamaglobulinemia (IgG);
FAN-Positivo;
FR (Positivo em 30% dos casos);
Anti Scl-70;
Anticentromero;
Anti-RNA;
Anti-Th;
Anti-U3RNP;
Anti-U1RNP;
Anti-PM-Scl;
Biópsia da pele;
Biópsia da polpa digital.
http://group.msn.com/

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

AS MANIFESTAÇÕES DA ESCLERODERMIA

As manifestações da esclerodermia

Manifestações Cutâneas:
As manifestações cutâneas da esclerodermia são a esclerose da pele, a síndrome de Raynaud, as ulcerações digitais, as teleangiectasias, a despigmentação da pele e a calcinose.

Manifestações Ósseas:
No decorrer da esclerodermia aparece uma osteólise das falanges distais dos dedos das mãos. Após a absorção das falanges distais, a osteólise pode acometer as falanges médias. Uma desmineralização óssea difusa dos ossos das mãos é comum na esclerodermia. Osteonecrose na cabeça femural, em ausência do uso de corticóide, também pode ser observada. As osteólises da esclerodermia são, provavelmente, de origem vascular.

Manifestações Articulares:
As artralgias sem sinais nítidos são as manifestações articulares mais freqüentes. Acometem, principalmente, as grandes articulações: pulsos, joelhos, tíbio-tárcicas, cotovelos, mas podem também acometer as articulações das mãos.

Manifestações Musculares:
As manifestações musculares mais freqüentes são: diminuição da força e atrofiamuscular. As enzimas de origem muscular estão alteradas, Aldolase, CPK, TGO, TGP e Creatinuria aumentada.

Manifestações Digestivas:
O tubo digestivo é muito acometido pela esclerodermia progressiva e o principalsintoma é a disfagia. As partes mais acometidas são o esofago, o duodeno e o intestino delgado. Os transtornos são causados por: 1- Fibrose Progressiva, 2- Arteriopatia, 3- Alterações degenerativas e atrofia das fibras musculares lisas do tubo digestivo. Estas alterações ocorrem na submucosa, e causam uma diminuição e o desaparecimento dos movimentos peristálticos dos órgãos do tubo digestivo que forem acometidos. A microstomia é outro achado freqüente na esclerodermia. Teleangiectasia nos lábios também podem aparecer. A esclerodermia muitas vezes se acompanha de uma Síndrome de Sjögren.

Manifestações Pulmonares:
O comprometimento pulmonar é freqüente. Trata-se de uma fibrose intersticial difusa. O sintoma mais importante desta fibrose é a dispnéia que, lentamente, vai progredindo. Podemos ouvir criptações nas bases pulmonares. A insuficiência respiratória da esclerodermia é do tipo restritiva. (Continua...)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Esclerodermia IV

Propostas de Tratamento
Segundo Dr. Valério Santini, há alternativas de tratamentos medicamentosos, através de substâncias vasoativas, antiinflamatórios, drogas que modifiquem o colágeno, imunossupressores.

Entretanto, de acordo com a Scleroderma Foundation do estado de Minessota, atualmente não existem tratamentos comprovados, ou cura para algumas das formas de Esclerodermia. Há tratamentos efetivos para alguns sintomas, principalmente os relacionados ao tipo difuso. Há algumas terapêuticas sendo experimentadas que se mostram promissoras, como o transplante de medula óssea.

A SBR partilha da opinião de que não há ainda nenhuma cura conhecida para Esclerodermia e que nenhum tratamento capaz de alterar o curso global da doença foi cientificamente provado. No entanto, "a substância D-penicillamina tenha se mostrado de algum valor neste aspecto", publica.

Além disso, alguns tratamentos "órgãos-específicos" têm se mostrado efetivos para Esclerodermia, como o uso de bloqueadores do canal de cálcio para a Síndrome de Raynaud e as drogas anti-hipertensivas para a lesão renal e hipertensão arterial.

Os sintomas do tubo digestivo, em especial a esofagite de refluxo causada pela esclerodermia, podem ser controlados com antiácidos e outras substâncias, como a ranitidina. "Alguns antibióticos, dietas especiais e medicamentos podem melhorar a absorção de nutrientes em pacientes com comprometimento intestinal", complementa a SBR.

As dores músculo-esqueléticas podem ser controladas com antiinflamatórios não hormonais, como, piroxicam, indometacina, diclofenacos, etc. A reabilitação, através de fisioterapia, é fundamental para a qualidade de vida dos pacientes com esclerodermia.

A SBR alerta para o fato que, como os reumatologistas são treinados especialmente nas doenças autoimunes, como a Esclerodermia, seu papel é fundamental no diagnóstico e tratamento desta doença. "Como muitos órgãos são acometidos, há necessidade de um especialista que esteja atualizado nas características das doenças imunológicas, assim como na avaliação generalista desta patologia", conclui a SBR.
Fonte:
http://group.msn.com

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Esclerodermia III

A esclerodermia progressiva também agride muito o tubo digestivo, que apresenta, como principal sintoma, explica o Dr. Santini, a disfagia. O esôfago, o duodeno e o intestino delgado são as partes mais atingidas do tubo digestivo.

Os pulmões são freqüentemente comprometidos pela esclerodermia. Trata-se de uma fibrose intersticial difusa. O sintoma mais importante desta fibrose é a dispnéia que, lentamente, vai progredindo. Podemos ouvir crepitações nas bases pulmonares. A insuficiência respiratória da esclerodermia é do tipo restritiva.

Como manifestação cardíaca, o Dr. Santini cita a "insuficiência ventricular direita como uma decorrência da hipertensão pulmonar, causada pela fibrose intersticial difusa". Segundo o Dr. Santini, podem aparecer focos de tecido conectivo intramiocárdicos, lesões das válvulas aórtica e mitral e também lesões do pericárdio, mas com pouca expressão clínica.

A esclerodermia causa nos doentes, de acordo com o Dr. Santini, uma afecção nos rins rapidamente fatal. "Esta nefropatia se origina de uma notável diminuição da luz das artérias interlobulares em conseqüência de um grande espessamento da sua íntima", explica.

O Dr. Santini cita ainda como outras manifestações comuns da esclerodermia à polineurite e mononeurites (inflamação de um ou mais nervos); Ceratite (inflamação da córnea), esclerite, catarata, nódulos retinianos, rouquidão e emagrecimento. (Continua...)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Esclerodermia II

É fundamental esclarecer, segundo a Dra. Ensz que a Esclerodermia não está classificada entre as doenças contagiosas, ou seja, não se "pega" a doença por apertos de mãos, abraços, contatos sexuais, com sangue e fluidos do corpo, por transmissão aérea (tosse, espirro). A doutora afirma, ainda, que a doença não possui relação com o câncer.

Dados Estatísticos
Conforme dados da Scleroderma Federation, dos Estados Unidos, a enfermidade crônica afeta entre 150.000 e 500.000 americanos, predominantemente mulheres, com início entre os 30 e 50 anos de idade. A taxa de prevalência é de 30 pessoas por cada 100.000 habitantes e a proporção é de quatro mulheres por cada homem afetado.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, 60 a 70 % dos pacientes apresentam uma taxa de sobrevida de 05 anos, sendo que o acometimento pulmonar, cardíaco e renal é a causa mais comum de óbito.

Principais Sintomas
Independente de sua localização na pele, a esclerodermia apresenta um aumento das fibras colágenas. Como conseqüência, ocorre um espessamento e esclerose dos locais da pele e dos órgãos interessados. Segundo Dr. Santini, o acometimento vascular ocorre principalmente em artérias e arteríolas. Lesões das fibras musculares lisas acompanham regularmente a esclerodermia e causam esclerose do tubo digestivo.
Como manifestação cutânea, o Dr. Santini menciona a Síndrome de Raynaud, a própria esclerose, que dá nome à doença, as ulcerações digitais, as teleangiectasias, a despigmentação e a calcinose. Com provável origem vascular, nos ossos pode aparecer uma osteólise, ou seja, uma destruição do tecido ósseo das falanges distais dos dedos das mãos, que pode estender-se para as falanges médias, sendo comum uma desmineralização óssea difusa dos ossos das mãos. É possível que este sintoma progrida para a morte óssea da cabeça femural, isto é, do osso da coxa.
Nas articulações, as dores sem sinais nítidos são o sintoma mais freqüente e acometem, segundo o Dr. Santini, principalmente, as grandes articulações: pulsos, joelhos, tíbio-tárcicas, cotovelos, embora também possam avançar contra as articulações das mãos.
Nos músculos, as manifestações mais freqüentes incluem a diminuição da força e a atrofia. As enzimas de origem muscular ficam alteradas com a esclerodermia.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ESCLERODERMIA

Reumatologia/Doenças Auto-Imune
A esclerodermia

"A esclerodermia, doença que acomete 30 a cada 100.000 habitantes e tem origem desconhecida e ainda sem tratamento, causa cicatrizes nos tecidos, na pele e órgãos internos, produzindo endurecimento. Talvez por essa razão a doença seja conhecida, popularmente, por transformar as pessoas em pedras".

O que é Esclerodermia e suas Causas
De acordo com o Dr. Valério Santini, médico reumatologista do Rio Grande do Sul, esclerodermia é uma doença caracterizada pelo endurecimento da pele, provocando esclerose cutânea. Do grego skléros, que quer dizer duro, e dermia, que quer dizer pele, a esclerodermia, pele dura portanto, pode comprometer os tecidos conjuntivos de qualquer parte do corpo, sendo possível observar lesões em órgãos e estruturas dos mais diversos, define o dicionário. Em uma definição mais completa e técnica, a Sociedade Brasileira de Reumatologia – SBR, explica que se trata de uma doença sistêmica, autoimune e crônica. O espessamento, ou acometimento, da pele é causado pelo aumento no depósito de colágeno, um tipo de tecido que tem por função unir as células.

Há diversas formas de esclerodermia: esclerodermia progressiva; localizada; esclerodermia de Buschke; esclerodermia de placas. Vale ressaltar, no entanto, que segundo a SBR, existem duas manifestações mais importantes desta doença: localizada e sistêmica. A localizada afeta, principalmente, a pele e o sistema de músculo-esquelético. Já a sistêmica pode afetar vasos sangüíneos, pulmões, coração e rins.

Como conseqüência, a esclerodermia pode reduzir a velocidade dos movimentos dos intestinos, causar artrite, além de produzir quadros de boca e olho seco. Estes sintomas, ao lado do espasmo da circulação sangüínea em mãos e pés, resultantes do frio, desencadeia a Síndrome de Raynaud.

A causa da Esclerodermia é desconhecida, embora, de acordo com a SBR, em alguns casos, em uma minoria, a doença é associada à exposição de produtos químicos ou à toxinas, ou como uma complicação do transplante de medula óssea. Os fatores genéticos, as células, e os vírus, podem ser determinantes para o desenvolvimento da doença, embora ela "raramente tenha um padrão hereditário", informa a SBR. Em uma explicação mais teórica, a esclerodermia está associada "com ativação de algumas células do sistema imune chamadas fibroblastos, responsáveis pela produção do tecido cicatricial em pele e órgãos, danificando as células endoteliais dos vasos sangüíneos da microcirculação, provocando diminuição da quantidade de sangue no local, dano tecidual e cicatrização", define a SBR

.A Dra. Shelley Ensz, presidente do Scleroderma Federation, afirma que o diagnóstico requer tempo e pode ser bastante difícil, talvez porque seja uma "doença relativamente nova e que poucos médicos possuam amplos conhecimentos sobre o tema". As etapas iniciais da doença também podem ser confundidas com sintomas de outras doenças, como Lúpus e Artrite. De acordo com a SBR, o diagnóstico da esclerodermia é baseado na história clínica do paciente e nos achados dos exames físicos, podendo ser demorado naqueles cujas alterações na pele não são significativas. "Os exames laboratoriais, radiológicos e testes de função pulmonar ajudam a determinar a extensão e severidade do comprometimento do organismo", diz a SBR.
(Continua...)