quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AMIGOS, ESTOU EM FÉRIAS

Queridos amigos,
Estou, desde o dia 10 de setembro na Amazônia, terra dos meus pais, avós e bisavós. Ha dez anos nao vinha nestas terras abençoadas por Deus, meu paraíso terrestre. Amo tudo isto aqui: as matas, os rios, os peixes, sua gente, tudo, tudo é lindo e maravilhoso. Estou muito feliz, revendo familiares, amigas, o lugar onde passei a minha infância e adolescência, conhecendo novas amigas, enfim, agradeço a Deus pela oportunidade de poder desfrutar de tudo o que eu estou vivendo. No mais, somente saudade grande da minha familia querida, minhas fihas Tati e Dani e meu marido Bel, meu Tuga e minhas amigas que ficaram no Rio, mas que em breve estarei, novamente, com todos. Beijinhos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

LÚPUS E NEFRITE LÚPICA

Nefrologia/Rim/Rins
Rim e Lúpus

O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença que atinge órgãos diversos (dentre eles os rins) e de formas diversas em cada indivíduo.
O acometimento renal é freqüente em pacientes com lúpus e, em geral, corresponde a uma glomerulonefrite, que pode apresentar-se das formas mais variadas, indo desde alterações urinárias mínimas (hematúria e/ou proteinúria pequena) até insuficiência renal.
Considerando-se que a nefrite é uma das manifestações de atividade lúpica, devemos estar sempre atentos para a possibilidade de que venha a agravar-se ou a instalar-se num paciente que antes não apresentava lesão renal. Para tanto, além das informações fornecidas pelo paciente e os achados do exame físico, a realização de exames laboratoriais simples como o exame de urina (“Urina I”) e a determinação de creatinina no sangue são necessários. Outros exames podem ser adicionados a estes uma vez constatada a lesão renal.
Essa “nefrite” do lúpus é classificada pela Organização Mundial de Saúde em 6 tipos e essa classificação baseia-se nas informações obtidas ao fazermos uma biópsia renal. A biópsia do rim é um procedimento em que um minúsculo pedaço de tecido renal é retirado para exame anátomo-patológico.
No lúpus, é importante fazer-se esse tipo de biópsia, pois tratamentos diferentes são indicados de acordo com a classe de nefrite encontrada na análise da biópsia. Ela também serve para estabelecer se a doença evoluiu para uma fase crônica, na qual não se deve mais insistir em fazer tratamento imunossupressor. Além disso, dentre outras aplicações, é muito útil para esclarecer por que motivo um paciente com lúpus está evoluindo com insuficiência renal.
Sem dúvida um dos pontos de maior interesse em relação ao problema renal no lúpus é o tratamento. As drogas mais freqüentemente utilizadas com esse fim, em nosso meio, são: prednisona (por via oral), azatioprina (por via oral), metilprednisolona (por via endovenosa) e ciclofosfamida (por via oral e por via endovenosa). Essas duas últimas medicações são bastante empregadas sob a forma de “pulsoterapias” por via endovenosa.
A nefrite lúpica que não é tratada ou que não responde a tratamento pode evoluir para insuficiência renal crônica; mas, mesmo quando tratamentos imunossupressores não mais podem deter esse processo, o paciente dispõe de “tratamento conservador” para garantir-lhe pelo maior tempo possível a utilização do que lhe resta de função renal. Cuidados com dieta e controle rigoroso da pressão arterial são medidas simples que podem lentificar a progressão da doença renal crônica para um fase em que a diálise é imprescindível.
Há relatos de que cerca de 20 % dos pacientes com nefrite lúpica evoluem para insuficiência renal terminal. É bom lembrar, entretanto, que o paciente com lúpus tem uma sobrevida em diálise e após transplante renal tão boa quanto a de qualquer outro paciente não-lúpico e raramente apresenta qualquer tipo de atividade da doença (mesmo em outros órgãos) quando em diálise ou após transplante.
O temor que, há algumas décadas, todos tinham diante do acometimento renal já não se justifica em nossos dias, pois com a disponibilidade de esquemas de tratamento mais eficientes a sobrevida do paciente com lesão renal vem melhorando continuamente.

Profa. Dra. Gianna Mastroianni Pesquisadora Associada da Disciplina de Nefrologia da Escola Paulista de Medicina Coordenadora do Ambulatório de Glomerulopatias da Universidade Federal de São Paulo

sábado, 5 de setembro de 2009

HERPES ZOSTER e FIBROMIALGIA

Reumatologia/Doenças Auto-Imune
Dores do Herpes Zoster (ou cobreiro) e fibromialgia

O herpes zoster é uma doença viral, auto-limitada, causada pelo mesmo vírus causador da varicela (catapora), tendo um ciclo evolutivo de cerca de 15 dias. Antes do surgimento das lesões na pele, ocorrem no local sintomas dolorosos ou parestésicos (formigamento, pontadas, "pele sensível" ou queimação) devido à inflamação do nervo. Nesse período as pessoas com fibromialgia, que já têm uma sensibilidade à dor, ficam mais atacadas de dores pelo corpo. No decorrer da doença os sintomas dolorosos podem se agravar tornando-se muitas vezes insuportáveis, principalmente, quando atinge pessoas mais idosas. A dor melhora gradativamente, mas, nas pessoas idosas, pode permanecer por meses ou anos após o final do quadro cutâneo, caracterizando a chamada “neuralgia pós-herpética”. Essa dor é diferente da fibromialgia porque só doi, e muito, um trajeto de um nervo, sendo que na fibromialgia as dores são pelo corpo todo. Outra diferença é que acomete homens e mulheres, na mesma proporção, sendo mais frequente na idade adulta e nos idosos.

As manifestações cutâneas iniciam-se por vesículas que podem confluir formando bolhas contendo líquido transparente ou ligeiramente amarelado, seguindo o trajeto de um nervo. Em alguns dias, as lesões secam e formam crostas que serão liberadas gradativamente deixando discretas manchas no local que tendem a desaparecer. As lesões da pele tem involução espontânea.

Na grande maioria das vezes, as manifestações limitam-se a um lado do corpo, por onde passa o nervo atingido, sendo raro o acometimento bilateral. Na fibromialgia as dores são em ambos os lados do corpo. Os nervos atingidos, com maior frequência, são os intercostais, mas outros nervos podem ser afetados. O tratamento do herpes é feito com anti-viróticos, e deve ser iniciado desde o aparecimento dos sintomas iniciais visando evitar o dano irreparável ao nervo atingido que resultará na neuralgia pós-herpética. Medidas “folclóricas” de rezas, benzimentos e outras práticas devem ser evitadas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

GOTA ÚRICA - Doença Auto-Imune/Reumática

Doenças Auto-Imune
Gota úrica

O que é ácido úrico ?
Quando as células do corpo são destruídas para que novas células se instalem no organismo, os núcleos de cada uma eliminam substâncias que devem ser excretadas pelo corpo. O ácido úrico é uma delas e deve ser jogado fora pela urina.

O que é gota ?
A gota acontece quando há um acúmulo de ácido úrico no sangue. Isso pode acontecer tanto pela produção excessiva quando pela eliminação deficiente da substância. Com o aumento da concentração de ácido úrico no sangue, ocorre a deposição de cristais nos tecidos, principalmente nas articulações, causando inflamação. Se não tratada a tempo, a gota pode debilitar órgãos como os rins. Os cristais de ácido úrico se depositam nos rins produzindo alterações funcionais desse órgão. Pode haver formação de cálculos, produzindo cólicas renais. Também podem ocorrer depósitos de cristais debaixo da pele, formando protuberâncias localizadas nos dedos, cotovelos e orelhas. São os chamados tofos.
Acima de que nível de concentração no sangue podemos dizer que o ácido úrico está elevado, em indivíduos do sexo masculino e feminino ?O aumento da concentração de ácido úrico no sangue (HIPERURICEMIA), é definido como um nível de ácido maior que 7,0 mg/dl em homens e maior que 6,0 mg/dl em mulheres.

Qual a incidência da Gota ?
É mais comum nos homens ou nas mulheres ?Dois por cento da população mundial sofre de gota; Entre os doentes, há uma mulher para cada oito homens.A gota é a causa mais comum de inflamação da articulação em homens acima de 40 anos de idade. Na mulher é uma doença rara. Sua incidência aumenta após a menopausa.

Como é a crise aguda de gota ?
É típico que as primeiras crises acometam somente uma articulação (85% dos casos). Iniciam-se abruptamente, geralmente durante a noite ou de madrugada. A articulação envolvida torna-se dolorosa, quente, avermelhada e inchada. Pode ocorrer febre baixa.
As primeiras crises normalmente se resolvem espontaneamente em 3 a 4 dias.
Se a gota não for tratada com atenção desde sua primeira manifestação, é possível que a doença atinja outras articulações e se torne crônica, com crises permanentes. A chamada gota crônica é o estágio mais sério da doença, pois as complicações já se instalaram em outros órgãos do corpo, além das articulações. Neste caso, podem surgir por exemplo deformidades e defeitos irreversíveis nas articulações.

Quais são as articulações mais afetadas na gota ?
A articulação do pé, por ser naturalmente desprotegida, é geralmente a primeira a ser atingida pela gota. A dor é aguda e súbita e a região onde a crise acontece fica vermelha e muito inchada. Os sintomas da primeira manifestação da doença duram entre três e quatro dias. Se não for feito um tratamento devido desde a primeira manifestação da gota, as crises continuarão e poderão atingir outras articulações como as do joelho.As articulações do dorso do pé, tornozelos, dedos, punho, cotovelo, mãos e ombros também poderão ser atingidas.

Quais os fatores que podem desencadear uma crise de gota ?
»
Ingestão de álcool, principalmente vinho tinto e cerveja
» Dieta rica em alimentos que aumentam o ácido úrico
» Trauma físico» Uso de diuréticos

Como se trata a crise aguda de gota ?
A crise aguda de gota é tratada com colchicina, antiinflamatórios ou a associação de ambos. Mas, tais produtos só podem ser administrados sob prescrição e orientação médica.A automedicação nunca deve existir. Somente o médico está credenciado a tratar da gota em qualquer de suas fases. As instruções médicas devem ser rigorosamente seguidas.

Quais os cuidados que devem ser tomados pelo paciente ?
Os portadores de gota devem ter cuidado com agentes que podem desencadear a crise, tais como traumas articulares e excesso de determinados alimentos (espinafre, tomate, álcool...). O único modo de evitar o aparecimento dos tofos é o tratamento regular sob orientação do REUMATOLOGISTA. Uma vez estabelecida a gota crônica (tofos), devem ser evitadas infecções locais, para isso é importante evitar traumas (por exemplo, usar calçados que não machuquem os pés) e , caso saia alguma secreção esbranquiçada do tofo, deve-se lavar a lesão com soro fisiológico 0,9% e fazer um curativo; além disso, o médico deve ser procurado para avaliar a necessidade de antibióticos para evitar um processo de osteomielite (infecção do osso).

Que personalidades famosas já foram acometidas pela gota ?
Isaac Newton, Michelangelo, Benjamin Franklin, Charles Darwin.

Orientação dietética
Quase todos os alimentos possuem ácido úrico (AU), assim uma dieta que restrinja seu consumo absoluto é praticamente impossível de ser realizada. No entanto, algumas medidas dietéticas devem ser adotadas:
» evitar uma dieta hipercalórica, pois leva à obesidade que é um fator de risco para os portadores de gota;» evitar o consumo de gorduras ("colesterol");
» evitar o consumo excessivo de álcool, sobretudo os fermentados (cerveja e vinho), pois podem desencadear a crise aguda;
» evitar o uso diário de alguns alimentos ricos em AU (miúdos, frutos-do-mar, enlatados...)
» aumentar a ingesta hídrica ('beber mais água");» tratar as doenças associadas, tais como a hipertensão arterial e o diabete melito.
Enfim, mantendo uma dieta mais saudável, o paciente terá uma melhor qualidade de vida.