quinta-feira, 11 de março de 2010

GRIPE INFLUENZA - H1N1

GRIPE INFLUENZA A H1N1
Sinônimos: gripe do porco; gripe A

O que é?
É uma doença causada por uma das mutações (geralmente H1N1) do vírus Influenza A. É uma doença respiratória aguda altamente contagiosa, com morbidade alta, contudo, com mortalidade baixa (1-4% segundo dados da OMS) até agora. A maioria dos casos, por enquanto, ocorreram no México, mas, vários casos estão ocorrendo ao redor do mundo. Já nos porcos, a doença é considerada endêmica nos Estados Unidos, e surtos ocorreram na America do Norte e do Sul, Europa, África e partes do leste da Ásia.

Como ocorre?
O vírus se dissemina entre os porcos por aerosol da secreção respiratória destes pelo contato direto ou indireto. Eles podem ser infectados por vírus Influenza das aves, de humanos bem como de Influenza suíno. Os porcos podem ser infectados ao mesmo tempo por mais de um tipo de vírus, o que permite que estes se misturem. A infecção em humanos por Influenza suíno pode ocorrer em casos isolados ou surtos. Esta doença pode surgir após contato da pessoa sadia com porco infectado ou de pessoa sadia com pessoa infectada. No entanto, neste momento não há qualquer confirmacão de transmissão entre porcos e humanos. Assim, como na gripe comum, o contágio entre as pessoas se dá através de gotículas de saliva ao falar, espirrar ou tossir.

O que se sente?
Os sintomas lembram os sintomas da gripe. O individuo afetado pode ter inicio abrupto de febre alta associado à tosse, dores musculares e nas articulacões ("juntas"), dor de cabeça, coriza, garganta inflamada, calafrios e, às vezes, vômitos e diarreia. A doença pode evoluir para falta de ar e insuficiência respiratória.

Como se evita?
Estes casos de gripe suína podem ocorrer em qualquer época do ano. Contudo, tem incidência maior no outono-inverno nas zonas temperadas do globo. Muitos países vacinam rotineiramente as populacões suínas contra este vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) esta provideciando vacinação para a poplação.
Neste mês de março de 2010 teremos vacinas, aqui no Rio de Janeiro, obrigatoria para todos, inclusive portadores de doenças crônicas.
Não há problemas em ingerir carne de porco ou produtos derivados dela (salame, por exemplo). Para as pessoas que lidam diariamente com porcos, recomenda-se a prática de uma boa higiene, essencial sempre em todo contato com animais, especialmente durante abate, pós-abate e manuseio para prevenir exposição a estes agentes de doença. Animais doentes ou que tenham morrido de doença não devem ser processados nos abatedouros, e as autoridades competentes devem ser informadas sobre quaisquer eventos relevantes.

Para protecão pessoal devem ser utilizadas algumas medidas preventivas:
- evitar contato íntimo com pessoas que não estejam bem e que tenham febre ou tosse;
- lavar as mãos com água e sabão frequentemente e quando necessário;
- manter hábitos saudáveis como se alimentar corretamente, realizar atividades fisicas e manter sono adequado.

Se houver uma pessoa doente na mesma casa:
- deixar um aposento separado para o doente. Se isso não for possível, este deve manter-se a uma distância de 1 metro pelo menos dos outros;
- deve-se cobrir boca e nariz ao entrar em contato com o doente. Máscaras podem ser usadas com esta finalidade e depois dispensadas;
- lavagem de mãos após contato com o doente;
- não compartilhar utensilios como copos, toalhas, alimentos ou objeto de uso pessoal;
- deixar o local onde o doente está bem arejado. Deixar portas e janelas abertas para circular o ar;
- manter os utensílios domésticos limpos;
- O doente deverá também cobrir a boca e nariz com lenço ao tossir e espirrar. A lavagem de mãos deve frequente e, principalmente, após tossir ou espirrar será importante para prevenir o contágio de outras pessoas. Por essa mesma razão, durante a doença, recomende familiares e amigos para que não visite o doente.

As pessoas devem se manter atualizadas sobre o problema através de boletins da OMS.


Como se trata?
A maioria dos casos de gripe suína se recuperam completamente da doença sem a necessidade de suporte hospitalar ou de antivirais. Alguns casos ocorridos nos Estados Unidos de gripe suína em humanos foram sensíveis ao uso de oseltamivir e zanamivir, mas, resistentes à amantadina e remantadina. Ou seja, estes últimos não foram eficazes. Entretanto, ainda não existem informações suficientes que recomendem o uso rotineiro de antivirais nos casos de gripe suína. Há relatos de depósitos destes antivirais pelo governo em caso de necessidade e vários laboratórios da Europa e da America do Norte têm permissão para produção de tais medicações. Existem relatos de sucesso usando oseltamivir em tempo hábil (dentro de 48h após início dos sintomas) mesmo em casos graves. O doente deverá ficar em casa, afastado do trabalho ou escola e evitar locais com acúmulo de pessoas durante a doença. Repouso e manter boa hidratacão também será importante durante sua recuperação.

Como o médico faz o diagnóstico?
A suspeita é feita naquelas pessoas com quadro de sinais e sintomas compatíveis. Nestes casos deverão serão coletados um aspirado nasofaríngeo através de kit específico disponíveis em locais que atendam casos suspeitos

domingo, 7 de março de 2010

DOENÇAS REUMÁTICAS NA INFÂNCIA

Reumatologia Pediátrica
(Doenças Reumáticas na Infância)

A maioria das pessoas pensa que as doenças reumáticas são exclusividade da população adulta. De fato, muitas das condições ditas "reumáticas" são associadas a doenças degenerativas, como o desgaste de cartilagens, o enfraquecimento muscular e a perda de massa óssea. No entanto, existe um número grande de reumatismos que também pode afetar a população infantil. Essas doenças geram nas crianças sintomas semelhantes aos que afetam os adultos, como dor e rigidez nas articulações e, o que é pior, algumas doenças reumáticas podem gerar dano e limitação permanentes comprometendo o futuro do pequeno paciente. A disciplina clínica que inclui o estudo das desordens inflamatórias e não inflamatórias na criança é a Reumatologia Pediátrica.

As raízes desta especialidade estão na reumatologia do adulto, mas como a experiência com estas doenças na infância foi se acumulando e mostrou várias particularidades, ficou evidente que o assunto requeria uma abordagem pediátrica específica, o que foi feito pela primeira vez na Inglaterra, logo após a Segunda Guerra Mundial, espalhando-se em seguida pelo mundo inteiro. Ainda hoje muitos dos conhecimentos utilizados no tratamento desses pacientes foram herdados da experiência com o adulto, mas fica cada vez mais claro que esse tipo de conduta deixa lacunas e perguntas sem respostas.

Sabe-se que o paciente infantil responde de maneira diferente às drogas, está mais propenso a certas complicações e que precisa de apoio psicológico e cuidados de reabilitação especiais, necessitando de uma equipe familiarizada com essas particularidades e treinada para melhor atender essas demandas.

Várias doenças reumáticas são vistas na infância sendo as mais comuns a artrite crônica da infância, o lúpus eritematoso sistêmico, a dermatopolimiosite e as espondiloartropatias, que são doenças de caráter crônico, provocadas por distúrbios no sistema de defesa do organismo, ou sistema auto-imune. Esses casos precisam de avaliação do especialista e tem potencial para deixar seqüelas permanentes, mas se forem precocemente bem tratadas , possibilita-se à criança uma vida praticamente normal. Outros reumatismos desse tipo que também podem acometer a criança são as vasculites e, mais raramente, a esclerodermia.

A presença de bactérias nas articulações pode levar a uma forma grave de reumatismo que é a artrite séptica .

Infecções também estão relacionadas a uma outra forma de doença reumática, as artrites reativas, onde a apresentação clássica é um tipo de reumatismo muito conhecido e, até pouco tempo atrás, freqüente em nosso meio: a febre reumática. O surgimento dos antibióticos e a melhoria nas condições gerais de vida da população mundial reduziram drasticamente o número de crianças afetadas por esse mal.

Com maior freqüência, manifestam-se nessa fase sintomas envolvendo o aparelho músculo esquelético. Nesse grupo encontram-se as famosas dores do crescimento e também dores decorrentes de defeitos ortopédicos e de má postura, muito comuns no consultório do reumatologista pediátrico. A atuação do médico nessa fase como educador postural e estimulador da prática de exercícios físicos tem papel fundamental na prevenção de doenças músculo-esqueléticas da fase adulta.

No tratamento da criança com doença reumática a abordagem também é multidisciplinar. Os tratamentos disponíveis incluem drogas específicas e terapia física, mas muitas vezes é preciso a realização de cirurgia para correção de seqüelas, daí a necessidade de vários profissionais de cada área. Os componentes dessa equipe são:
- o paciente e sua família
- a escola
- o ortopedista pediátrico
- o oftalmologista
- o fisioterapeuta
- o terapeuta ocupacional
- a nutricionista
- o psiquiatra ou psicólogo e
coordenando a equipe, o reumatologista pediátrico

Faz-se fundamental a difusão desse tipo de conhecimento entre a população e os profissionais de saúde, facilitando o acesso dos pacientes a esse tipo de atendimento especializado. A detecção precoce desses problemas e seu pronto tratamento possibilitam a prevenção de danos permanentes e uma vida plena para a criança.

Sinais de Alerta Gerais

Como dito anteriormente, a identificação precoce de doenças reumáticas na infância é fundamental para evitar seqüelas permanentes, por isso deve-se levar a criança para avaliação ao verificar a presença de certos sintomas ou sinais, que podem ser:
- Dor articular ou dor nas costas referidas de modo mais persistente
- Articulação acometida de aspecto alterado: presença de inchaço, calor e vermelhidão no local
- Dor persistente ao longo dos membros superiores ou inferiores
- Presença de febre por mais de três semanas
- Presença de perda de peso e atraso no crescimento
- Presença de prostração e cansaço, modificando o padrão normal de atividades da criança
- Presença de fraqueza muscular
- Presença de depressão
- Presença de queixas visuais
- Presença de limitação funcional, ou seja, a criança começa a mostrar incapacidade para tarefas do dia a dia que antes eram executados com facilidade, necessita de auxílio dos adultos, fica dependente da ajuda dos outros e restringe suas atividades. Por exemplo, necessita de auxílio para sair da cama pela manhã, para vestir-se, para subir/ descer escadas

Na presença dessas queixas, recomenda-se visitar o pediatra o mais rápido possível , evitando adiar a consulta. Evitar usar medicamentos por conta própria ou "simpatias" e remédios caseiros. Nessa oportunidade, será avaliada a necessidade de acompanhamento especializado, conforme a situação.

quarta-feira, 3 de março de 2010

PRESSÃO BAIXA

PRESSÃO BAIXA

Sinônimos: Hipotensão arterial, Choque, Hipotensão postural

O que é?

Pressão arterial baixa pode significar ou não uma doença, um sinal indicativo de uma doença de maior ou menor gravidade. Nos casos de doenças mais graves, a queda da pressão é uma das manifestações de enfermidades que costumam estar acompanhadas de outros sinais e sintomas que dominam o quadro clínico.

Podemos dizer que a grande maioria das pessoas que se queixa, atribuindo seus sintomas à queda da pressão arterial, são pessoas sadias, que não estão doentes, pelo menos fisicamente. Quem pode dizer se a pessoa apresenta alguma doença que provoca a baixa da pressão é o médico.

Ter a pressão arterial baixa é uma das queixas mais freqüentes e, na grande maioria dos casos, é um sinal de boa saúde. Os médicos afirmam isso por saberem que os portadores de pressão arterial baixa costumam ser saudáveis e que, provavelmente, terão vida longa.

Níveis

Em se tratando de pessoas adultas, considera-se como pressão arterial baixa, quando os níveis da máxima estão abaixo de 90 mm Hg (ou 9 cm de Hg). Existem pessoas sadias que apresentam níveis até mais baixos e que, nem por isso, apresentam sintomas. Por sua vez, há pessoas com uma pressão arterial habitualmente alta que, quando apresentam algum problema de saúde, esta pressão poderá cair para níveis inferiores aos que estão habituados. Por exemplo: alguém que apresente uma pressão arterial máxima de 110 mm, quando o seu habitual é de 180 m HG Hg, poderá sentir, nesta situação, manifestações decorrentes da queda dos níveis de pressão habituais. Nestes casos, um médico deverá avaliar e orientar o tratamento.

Quando devemos nos preocupar?

Em algumas situações de doenças mais graves, podem ocorrer quedas de pressão significativas que provocam manifestações, inclusive a morte.

A situação de pressão baixa mais grave é denominada de choque, que acontece quando a pressão do sangue nas artérias é insuficiente para manter a irrigação dos tecidos. É o que pode acontecer em:
- hemorragias externas profusas (abundantes)
- reações alérgicas a medicamentos
- picadas de insetos
- envenenamentos
- traumatismos
- desidratação
- sangramentos internos
- queimaduras extensas e profundas
- intoxicações severas
- doenças da glândula supra-renal
- algumas doenças do coração, agudas ou crônicas
- moléstias agudas dos pulmões, tanto dos seus vasos quanto em infecções severas

São situações clínicas graves e alarmantes, acompanhadas de outros sintomas, tais como: dores, suores abundantes, aceleração dos batimentos cardíacos, perdas de consciência, parada do funcionamento dos rins, etc.

Nestas doenças, os sintomas dominantes são as manifestações decorrentes destas enfermidades, e a pressão baixa é um achado do exame clínico que ajuda o médico a fazer o diagnóstico. Estes pacientes, de um modo geral, nem se dão conta de que sua pressão arterial caiu.

Tais situações clínicas costumam exigir atendimento médico de urgência, podendo a sua protelação até ser fatal! Situações Crônicas

Além das doenças mais agudas já citadas, outras enfermidades, ditas crônicas e consideradas como debilitantes, podem provocar diminuição dos níveis de pressão arterial. Os sintomas causados por estas enfermidades também dominam o quadro clínico e a diminuição da pressão é somente mais uma das manifestações do quadro clínico da doença principal.

A grande maioria dos casos de diminuição da pressão arterial não tem maior significado clínico, embora possam ser desagradáveis para os acometidos e apresentem algumas conseqüências, de uma maneira geral, menos graves.

Outras Causas para a Queda de Pressão

Uma das causas mais freqüentes de diminuição da pressão arterial é denominada de hipotensão postural, que acontece quando as pessoas, ao mudarem subitamente a posição do corpo, sentem tonturas ou a visão turva, sensação que passa em alguns segundos. É o que ocorre quando alguém, depois de estar durante muito tempo agachado, ao levantar-se subitamente, sente-te tonto e a visão embaralhada, chegando a oscilar o corpo ou mesmo a cair. Todavia, isso nem sempre significa doença, e acontece principalmente em pessoas não condicionadas fisicamente.
Pessoas desidratadas, como as que recebem altas doses de diuréticos, também podem apresentar quedas de pressão ao mudarem subitamente de uma posição para outra.
As baixas de pressão arterial são também uma manifestação freqüente em pessoas convalescendo de doenças ou que permaneceram por muitos dias acamadas. Nestes casos, a freqüência cardíaca costuma subir de 15 ou mais batimentos por minuto devido à diminuição da pressão arterial.
Pessoas que recebem certos medicamentos para baixar a pressão arterial, ou portadores de doenças neurológicas, endócrinas, como diabete,também podem apresentar queda de pressão, ao passarem da posição deitada, ou sentada, para ficarem de pé. Nestas situações, a queda de pressão provoca nenhuma ou apenas uma discreta elevação da freqüência dos batimentos do coração.

Observação Importante

A grande maioria das pessoas que afirma ou acredita ter a pressão baixa costuma fazê-lo por se sentir cansada, adinâmica, sem vontade para agir, sonolenta, foge do trabalho, tem constantemente desejos de deitar, sem vontade de fazer sexo, e acorda mais cansada do que estava à noite ao ir dormir; além disso, diz sentir muito frio.

Estas manifestações são mais provavelmente sintomas de depressão.

Pode acontecer dos pacientes atribuirem estes sintomas à pressão baixa por terem entendido mal as informações do médico que, ao falar em manifestações sugestivas "de depressão", seja interpretado como tendo se referido à manifestações decorrentes "da pressão". Depressão e queda de pressão são coisas diferentes, nem sempre bem explicadas aos que consultam por estes sintomas. Pessoas que apresentam sintomas depressivos, assim como as que têm quedas de pressão transitórias, provocadas por mudanças de posição corporal, costumam melhorar de seus sintomas ao fazerem exercícios físicos regularmente. Isto acontece, em primeiro lugar, por liberarem as endorfinas com a atividade física, desse modo, abafando as sensações depressivas. Em segundo lugar, por condicionarem o corpo e, por isso, podem obter mais rápida acomodação da pressão arterial e distribuição do sangue quando houver mudança da posição corporal.