terça-feira, 7 de junho de 2011

3 - Cuidados Pós-Parto

CUIDADOS PÓS-PARTO

O período logo após o parto chama-se Puerpério, também conhecido como pós-parto ou resguardo. Dura em torno de 6 a 8 semanas e só termina com o retorno das menstruações.
Em nenhuma outra fase da vida modificações físicas tão grandes acontecem em tão curto espaço de tempo. Todos os órgãos, principalmente os genitais, se recuperam das alterações ocorridas ao longo da gravidez e do parto e nessa fase se inicia a lactação. Além disso, importantes modificações psicológicas ocorrem.
Todas as suas dúvidas devem ser discutidas detalhadamente com o obstetra responsável pelo seu parto, pois é ele quem melhor conhece as particularidades individuais. Aproveite sua permanência na maternidade, também para aprender os cuidados básicos com o bebê. A alta médica geralmente ocorre entre 24 e 36 horas após o parto.

Esclareça algumas dúvidas sobre:

DIETA
Alimentos podem ser ingeridos imediatamente após o parto normal, mesmo quando foi empregada a anestesia local. Se foi empregada a analgesia (raqui ou peridural), algumas horas são necessárias até o término de seus efeitos. Os primeiros alimentos, preferencialmente líquidos, devem ser de fácil digestão e os vômitos e enjôos contra-indicam a alimentação sem autorização médica. Nos dias seguintes, uma dieta equilibrada que forneça em torno de 2500 calorias/dia é fundamental para a manutenção de um bom estado nutricional, para o retorno do peso e contorno corporal, para um bom funcionamento intestinal e uma adequada produção de leite. 0 consumo de proteínas deve ser maior, incentivando a ingestão de carnes magras, peixes, leite, queijo, ovos e leguminosas como a soja e o feijão. Fibras vegetais podem ser obtidas de legumes, verduras, frutas, germe ou farelo de trigo. Sais minerais e vitaminas encontram-se em carnes magras, leite, queijo, ovos, cereais integrais, legumes, verduras e frutas. Beba líquidos em abundância, principalmente leite, suco de frutas e água, pois a amamentação dá muita sede. Evite o excesso de açúcar, farinhas refinadas e também de gordura animal, frituras e condimentos. Evite o excesso de bebidas alcoólicas. No pós-parto, é freqüente a utilização de suplementos vitamínicos, principalmente aqueles contendo ferro.

PESO CORPORAL
Imediatamente após o parto, pela saída do recém-nascido (mais ou menos 3,5 kg), da placenta (mais ou menos 0,5 kg), do líquido amniótico e de sangue (mais ou menos 1 kg), ocorre uma diminuição em torno de 4,5 a 5,0 kg. Outros 1,5 a 2,0 kg adicionais serão perdidos nos próximos 10 dias pela eliminação do líquido retido no organismo ao longo da gravidez.

HIGIENE
Quando se sentir segura de que pode permanecer em pé sem se sentir mal, poderá tomar banho, lavando inclusive os cabelos. Os banhos diários são normais. Não são necessários cuidados especiais para as mamas das mulheres que amamentam. É importante o uso de absorvente genital pós-parto, e eles devem ser trocados com freqüência. Absorventes internos podem ser utilizados assim que a região genital cicatrizar, ao redor de 2 semanas após o parto normal, ou 3 semanas após o parto com episiotomia.

VESTUÁRIO
0 uso diário de um sutiã, proporcionando maior sustentação das mamas, diminui o estiramento dos ligamentos suspensores e da pele, prevenindo futura flacidez. O uso das cintas é opcional, mas não apresenta contra-indicações, devendo apenas ser evitado o desconforto pelo uso excessivamente apertado.

HÁBITOS
Não fume ou utilize drogas ilícitas, principalmente se estiver amamentando. Procure organizar uma rotina, dividindo tarefas que não dependam essencialmente de sua presença, para poder se dedicar mais ao recém-nascido.

ALOJAMENTO CONJUNTO
Atualmente, na maioria dos hospitais, o bebê permanece todo o tempo possível no mesmo quarto junto com a mãe e sob seus cuidados.

VISITAS
As visitas, tanto na maternidade como em casa, não devem ser freqüentes ou prolongadas, pois trazem transtornos à rotina da mãe e do bebê.

DORES
Após o parto, o útero continua a se contrair. Isso é necessário para evitar o sangramento excessivo. Na maioria das vezes, estas contrações são indolores, mas algumas mulheres as percebem como cólicas, que podem ser intensas principalmente durante a amamentação. As dores abdominais originadas da operação cesariana ou as dores da episiotomia devem diminuir dia a dia, sendo perfeitamente controláveis pela utilização de analgésicos recomendados pelo obstetra, quando necessários.

MEDICAMENTOS

Somente podem ser utilizados medicamentos receitados pelo obstetra. Mulheres que amamentam devem ter cuidados redobrados, pois vários remédios passam para o leite e podem prejudicar o bebê.

LÓQUIOS
Assim é chamada a secreção genital que ocorre após o parto. Nos primeiros dias é sanguinolenta, após 10 dias torna-se amarelada, diminui a quantidade e desaparece entre 6 a 8 semanas. Não deve ter cheiro desagradável.

INVOLUÇÃO UTERINA
Após o parto, o útero pode ser facilmente palpável e seu fundo alcança a cicatriz umbilical. Regride progressivamente deixando de ser palpável no abdômen em torno de 2semanas após o parto.

EPISIOTOMIA
É o nome dado ao corte realizado na região genital com o objetivo de ampliar a passagem para o bebê. É costurado imediatamente após o parto com pontos que caem espontaneamente. Geralmente, não são necessários curativos locais ou outros cuidados além da higiene. Logo após o parto pode ser colocada uma bolsa de gelo no local para aliviar o desconforto.

FUNÇÃO URINÁRIA
A primeira micção pós-parto deve ocorrer espontaneamente em até 8 horas. As micções não devem ser dolorosas e nos primeiros dias o volume é maior devido à eliminação da água retida pelo organismo durante a gravidez.

FUNÇÃO INTESTINAL
Nos primeiros dias pós-parto pode existir uma tendência a persistir a constipação intestinal que ocorre na gravidez. A evacuação também fica prejudicada pelo receio de dor na região anal, por isso a primeira evacuação após o parto pode demorar alguns dias, principalmente se foi realizada a lavagem intestinal antes do parto. Eventualmente remédios laxativos podem ser receitados. Na região anal, podem aparecer ou se agravarem as hemorróidas, necessitando de cuidados específicos.

ATIVIDADES FÍSICAS
Exercícios passivos de flexão e extensão dos pés, pernas e coxas, assim como massagens nessas regiões devem ser realizadas imediatamente após o parto, com a finalidade de ativar a circulação sanguínea. Nos partos em que foi aplicada somente a anestesia local a mulher pode levantar da cama assim que se sentir disposta. Quando foi empregada analgesia (raqui ou peridural) deve-se aguardar que termine o seu efeito, o que ocorre após algumas horas. Antes de levantar-se pela primeira vez, é prudente elevar ao máximo a cabeceira da cama e assim permanecer por alguns minutos. A seguir, permanecer sentada na beirada da cama com as pernas para fora, por alguns minutos, até poder levantar e caminhar, sempre auxiliada por outra pessoa, pois podem ocorrer tonturas. É importante manter uma postura correta, principalmente na hora de amamentar para evitar que ocorram dores nas costas.

ATIVIDADE SEXUAL
Pode ser iniciada logo após a completa cicatrização das regiões traumatizadas na dependência do desejo individual. Nas primeiras relações sexuais, a penetração deve ser mais cuidadosa, pois o revestimento da vagina está mais fino e menos lubrificado.

PLANEJAMENTO FAMILIAR
Para evitar ou espaçar os períodos de gravidez, é aconselhável o uso de um método anticoncepcional. Amamentar com mamadas freqüentes em torno de 3 em 3 horas evita a ovulação e, portanto, a gravidez até o quinto mês pós-parto. No entanto mesmo as mulheres que amamentam como aquelas que não o fazem devem discutir com seu médico o uso de um método anticoncepcional efetivo.

DEPRESSÃO PÓS-PARTO
É comum que, ao assumir uma nova identidade, a mulher se sinta insegura quanto às possibilidades de criar o filho, quanto ao sucesso da amamentação e às mudanças físicas pelas quais está passando. Ocorrem mudanças na sua rotina e nas suas outras atividades, sendo muitas vezes difícil para a mãe conciliar todas estas tarefas.

CONSULTA MÉDICA DE REVISÃO
Geralmente realizada algumas semanas após o parto, serve para o médico se assegurar de que as modificações que ocorreram nesse período são normais, avaliar a amamentação, indicar tratamento para queixas existentes e facilitar a discussão de outros assuntos.

GINÁSTICA
Os exercícios para a musculatura que forma o assoalho da bacia podem ser iniciados no dia seguinte ao parto, realizados várias vezes ao dia e praticados por toda a vida. Eles reforçam a sustentação da bexiga e do intestino, fortalecendo a vagina e diminuindo o risco do aparecimento futuro de problemas como perda de urina (incontinência urinária) e queda da bexiga.
Os exercícios físicos para corrigir a flacidez abdominal e o contorno corporal podem ser iniciados após 2 semanas do parto normal, iniciando com poucos minutos, até atingir 20 a 30 minutos por dia. De maneira semelhante, pode ser iniciada a prática desportiva. Quando o parto tiver sido cesariana, seu início deve aguardar em torno de 6 semanas.
As seguintes atividades físicas podem melhorar suas condições musculares e devem ser iniciadas após permissão médica e realizados em local e horário adequado.

EXERCÍCIOS

Exercício 1 - Deite-se de costas, sem travesseiro, com as pernas esticadas juntas e os braços ao lado do corpo. Respire profundamente expandindo o peito e contraindo a barriga.

Exercício 2 - Partindo da posição indicada no exercício anterior, dobre a cabeça para frente e toque o peito com o queixo mantendo relaxado o restante do corpo.

Exercício 3 - Partindo da posição indicada no exercício 1 levante uma das pernas, dobrando o joelho até encostar a coxa na barriga. Faça este exercício alternando a perna direita com a esquerda.

Exercício 4 - Partindo da posição indicada no exercício 1, levante uma das pernas o mais que puder, sem dobrar o joelho. Após alguns segundos, abaixe a perna lentamente. Faça este exercício alternando a perna direita com a esquerda.

Exercício 5 - Partindo da posição indicada no exercício 1, levante as duas pernas juntas o mais que puder, sem dobrar os joelhos. Após alguns segundos, abaixe as pernas lentamente até retornar a posição inicial.

Exercício 6 - Deite-se de costas, sem travesseiro, com as pernas esticadas e cruze os braços sobre o peito. Sem mover os pés e as pernas, levante a cabeça e os ombros alguns centímetros do chão. Fique assim por alguns instantes e retorne a posição inicial.

Exercício 7 - Partindo da posição indicada no exercício 6, sem mover os pés e as pernas, levante o tronco até ficar sentada. Após alguns instantes retorne a posição inicial. Este exercício pode ser realizado com as mãos entrelaçadas atrás da cabeça

Exercício 8 - Após tente ficar sentada e incline-se para frente 3 vezes, antes de retornar a posição inicial.

Exercício 9 - Deite-se de costas, sem travesseiro, com as pernas ligeiramente afastadas e dobradas, com os pés apoiados no chão, e os braços ao longo do corpo. Levante os quadris de modo que o corpo fique apoiado somente nos pés e nos ombros. Junte os joelhos e contraia os músculos da vagina, ânus e nádegas e retorne a posição inicial.

Exercício 10 - Apóie-se sobre os cotovelos e os joelhos, mantendo as costas retas, e contraia a barriga, mantendo-a assim por alguns segundos. Aumente diariamente esse tempo até alguns minutos

2 - Depressão Pós-Parto

DEPRESSÃO PÓS-PARTO
O pós-parto é um período de risco psiquiátrico aumentado no ciclo de vida da mulher. A depressão pós-parto, também conhecida como postpartum blues, pode se manifestar com intensidade variável, tornando-se um fator que dificulta o estabelecimento de um vínculo afetivo seguro entre mãe e filho, podendo interferir nas futuras relações interpessoais estabelecidas pela criança.

Apesar das controvérsias, vários fatores podem ser mencionados como possível causa da depressão pós-parto, entre eles:

Fatores biológicos
São os resultantes da grande variação nos níveis de hormônios sexuais (estrogênio e progesterona) circulantes e de uma alteração no metabolismo das catecolaminas causando alteração no humor, podendo contribuir para a instalação do quadro depressivo.
Fatores psicológicos
São os originados de sentimentos conflituosos da mulher em relação:
- a si mesma, como mãe
- ao bebê
- ao companheiro
- a si mesma, como filha de sua própria mãe

Outros fatores, relacionados às condições do parto, à situação social e familiar da mulher gerando sobrecarga, também podem desencadear esses distúrbios.

Sintomatologia
A intensidade dos sintomas geralmente define os diferentes quadros depressivos do período pós-parto. A depressão pós-parto (Postpartum blues), é um distúrbio emocional comum, podendo ser considerada uma reação esperada no período pós-parto imediato e que geralmente ocorre na primeira semana depois do nascimento da criança. Entre 50% a 80% de todas as mulheres apresentarão reações emocionais.
Os sintomas incluem crises de choro, fadiga, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, confusão e lapsos curtos de memória. As reações emocionais não psicóticas ocorridas no período de pós-parto se resolvem espontaneamente em até seis meses, sendo que o manejo consiste em deixar a paciente verbalizar seus sentimentos, enfatizando a normalidade da sua alteração.

Psicose Puerperal e Síndrome Depressiva Crônica
São quadros depressivos que também ocorrem no período do pós-parto.
Na Psicose Puerperal, os sintomas aparecem nos três primeiros meses pós-parto e são mais intensos e duradouros, com episódios psicóticos, necessitando acompanhamento psicológico e internação hospitalar.
A Síndrome Depressiva Crônica é um episódio depressivo e não psicótico, com humor disfórico, distúrbio do sono, modificação do apetite, fadiga, culpa excessiva e pensamentos suicidas. O tratamento deve ser psicológico e medicamentoso, pois os sintomas podem persistir por até um ano.
Desde o século passado existem publicações sobre os transtornos do período pós-parto e, apesar do assunto ainda causar controvérsias, é importante o seu diagnóstico precoce, ajudando as mulheres na resolução de seus conflitos para o estabelecimento de vínculos adequados entre a mãe e seu filho.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

1 - Síndrome de Tensão Pré-Menstrual

SÍNDROME DE TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL
Também conhecida por TPM, é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual podendo ser tão severos que interfiram significativamente na vida da mulher.

A TPM é uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social.

A tendência hoje é acreditar que a função fisiológica do ovário seja o gatilho que dispara os sintomas da síndrome alterando a atividade da serotonina (neurotransmissor) em nível de sistema nervoso central.

O tratamento depende da severidade dos sintomas e incluem modificações alimentares, comportamentais e tratamentos medicamentosos.

Os sintomas mais comuns incluem:
POR ORDEM DE FREQUÊNCIA: DESCONFORTO ABDOMINAL, MASTALGIA CEFALÉIA, FADIGA, IRRITABILIDADE, TENSÃO, HUMOR DEPRIMIDO, HUMOR LÁBIL, AUMENTO DO APETITE, ESQUECIMENTO E DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO, ACNE, HIPERSENSIBILIDADE AOS ESTÍMULOS, RAIVA, CHORO FÁCIL, CALORÕES, PALPITAÇÕES e TONTURAS.
- Irritabilidade (nervosismo),
- Ansiedade (alteração do humor com sentimentos de hostilidade e raiva),
- Depressão (com sensação de desvalia, distúrbio do sono, dificuldade de concentração)
- Cefaléia (dor de cabeça),
- Mastalgia (dor ou aumento da sensibilidade das mamas),
- Retenção de líquidos (inchaço ou dor nas pernas),
- Cansaço,
- Desejos por alguns alimentos como chocolates, doces e comidas salgadas.

Deve ser realizado um controle objetivo do ciclo menstrual (através de um diário) pelo período mínimo de dois ciclos. Devem ser excluídos outros transtornos como hiper ou hipotireoidismo, perimenopausa, enxaqueca, fadiga crônica, síndrome do intestino irritável ou exacerbação pré-menstrual de doenças psiquátricas; depressão, que pode se intensificar nesse período (magnificação pré- menstrual).

História, exame físico cuidadoso, avaliação endócrina ginecológica quando o ciclo menstrual é irregular, perfil bioquímico, hemograma e TSH para excluir condições médicas que podem apresentar sintomas que simulem uma TPM. Importante fazer o diagnóstico diferencial com a condição psiquiátrica: distúbio disfórico pré-menstrual.

O tratamento medicamentoso inclui o manejo específico de cada sintoma e deve ser individualizado. A maioria dos tratamentos medicamentosos propostos não se mostraram mais eficazes do que tratamentos placebo (progesterona, espironolactona, óleo de prímula e vitaminas B6 e E, ingestão de cálcio e magnésio). A fluoxetina, foi a única droga que mostrou eficácia, entretanto foi aprovada pelo FDA apenas para PMDD (Forma mais severa de TPM, com prevalência dos sintomas de raiva, irritabilidade e tensão). Na Europa esta droga não é aprovada na Europa para uso nem mesmo em PMDD.

Medidas preventivas são igualmente importantes e incluem:
- orientação: explicar que a TPM não é grave e que os sintomas podem variar a cada ciclo,
- modificações alimentares com diminuição da gordura, sal, açúcar e cafeína (café, chá, bebidas a base de colas),
- fracionamento das refeições,
- dieta com boas fontes de cálcio (leite e iogurte desnatado) e magnésio (espinafre), diminuição da ingestão de álcool,
- parar de fumar,
- fazer exercícios regulares (aeróbicos: 20 minutos 3 vezes por semana),
- manejar o estresse.

MULHER

PROBLEMAS FEMININOS

As proximas postagens serao sobre doenças exclusivas da mulher.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

INFECÇÃO XII (Infecção Hospitalar)

INFECÇÃO HOSPITALAR

O que é
?
Qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia.

O diagnóstico de infecção hospitalar envolve o uso de alguns critérios técnicos, previamente estabelecidos:
- Observação direta do paciente ou análise de seu prontuário.
- Resultados de exames de laboratório.
- Quando não houver evidência clínica ou laboratorial de infecção no momento da internação no hospital, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar após 72 horas da admissão no hospital.
- Também são convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas da internação, quando associadas a procedimentos médicos realizados durante esse período.
- Os pacientes transferidos de outro hospital são considerados portadores de infecção hospitalar do seu hospital de origem.
- As infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas pela placenta ou das associadas a bolsa rota superior a 24 horas.

Como se adquire?
Qualquer pessoa que é obrigada a internar-se em ambiente hospitalar para tratamento médico está sujeita a contrair uma infecção hospitalar, que está diretamente relacionada ao tempo de internação e procedimento a ser realizado.
Em procedimentos cirúrgicos sempre existem mais riscos de contrair infecção do que em uma internação sem procedimentos já que Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou Centros Cirúrgicos são locais onde há muito mais chances de contrair infecção.

O que se sente?
Os sintomas são relacionados ao local do procedimento ou envolvem algum sistema, como respiratório ou urinário. Pacientes graves podem ter comprometimento de todo o organismo.

Como se trata?
Após o diagnóstico de infecção hospitalar, o tratamento é feito sempre com antibióticos injetáveis e por período de 14 a 30 dias.

Como se previne?
A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende muito mais da instituição hospitalar e de seus trabalhadores do que dos pacientes, já que ninguém se interna com intenção de contrair doenças dentro do hospital.
Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e estado.

VERMINOSES

VERMINOSES
Sinônimo: parasitoses intestinais

O que é?

Infecções intestinais causadas por uma variedade de agentes muito comuns em pessoas de baixa renda sem acesso a redes de esgoto e água tratada.

Como se adquire?
A contaminação se dá de várias formas sendo que a principal é a ingestão de alimentos ou água contaminada e através da pele por ferimentos pequenos.

O que se sente?
De modo geral, a maioria das pessoas infectadas se apresenta com quadro de dor abdominal, cólicas, náuseas, vômitos, diarréias, perda de peso, anemia, febre e quadros respiratórios.

Como se faz o diagnóstico?
A apresentação dos sintomas e os exames de fezes normalmente dão a identificação do parasita. Exames de sangue podem ser necessários se houver acometimento sistêmico.

Como se trata?
Medicamentos antiparasitários específicos após a identificação do agente causador.

Como se previne?
O tratamento das populações afetadas reduz bastante o índice de infecções numa comunidade:
- cuidados de higiene pessoal e doméstica,
- evitar contato íntimo das crianças com solo ou água contaminada,
- ferver ou filtrar a água usada na alimentação,
- não andar descalço.

Do ponto de vista da comunidade a prevenção se faz através de:

- educação para a saúde
- proibição do uso de fezes humanas para adubo
- saneamento básico a toda população
- condições de moradia compatíveis com uma vida saudável.

HIDATIDOSE

HIDATIDOSE
Sinônimos: Cisto Hidático

O que é?

Hidatidose é uma doença parasitária que acomete o homem e outros animais. É causada pela forma larval de alguns parasitos do grupo das tênias, dentre os quais o Echinococcus granulosus nos hospedeiros se apresenta em forma de cistos.

Como se adquire?
O cão é o hospedeiro definitivo, albergando o verme adulto que libera as proglotes grávidas contendo os ovos que chegam ao ambiente junto com suas fezes. Esses ovos contaminam a água, o solo, e chegam às pastagens, onde são ingeridos pelos hospedeiros intermediários (ovinos, bovinos e suínos), nos quais se formam os cistos. Os ovinos desenvolvem a maior porcentagem de cistos viáveis. O homem é um hospedeiro acidental, e se infecta ao ingerir os ovos em vegetais ou na água contaminada. Ele pode se infectar também pelo contato estreito com o cão portador.

O que se sente?
A sintomatologia da Hidatidose depende do tamanho e da localização do cisto hidático, é dependente de efeito mecânico. Os órgãos mais atingidos são o fígado, os pulmões e o cérebro ocasionando quadro correspondente ao volume do cisto e à área do órgão atingido. Manifestações alérgicas como tosse, coceira, lesões de pele e crises de asma podem ocorrer, e quando há a ruptura do cisto pode levar a choque anafilático. Dor na região epigástrica e outros sintomas inespecíficos como fadiga, febre e náuseas também podem estar presentes.
A maioria dos cistos humanos não provoca sintomas. Grande parte dos cistos é descoberta acidentalmente durante exames ou autópsias. Como os cistos crescem muito lentamente, a doença é descoberta mais em adultos.

Como se faz o diagnóstico?
A prova biológica utilizada é Reação de Casoni, reação urticariforme eritematosa da pele que aparece após injeção intradérmica de antígenos do fluído hidático. A confirmação se faz com métodos de diagnóstico por imagem como raios-X, ecografia e tomografia.

Como se faz o tratamento?
O tratamento preferencial é a remoção cirúrgica. Não havendo indicação de cirurgia o tratamento medicamentoso é alternativa viável

Como se previne?
A fonte principal de contaminação são os cães que ingerem vísceras de animais doentes. Tratamento visando medicar em massa todos os cachorros reduz consideravelmente a possibilidade dos contágios, diminuindo conseqüentemente a doença no homem. Cuidados básicos de saneamento nos matadouros evitando a ingestão de vísceras dos animais mortos pelos cães são meios de evitar novas contaminações.
Procedimentos de higiene como: utilizar somente água tratada, consumir somente vegetais crus que sejam provenientes de fontes seguras e depois de serem lavados e tratados com água sanitária, lavar as mãos depois do contato com os cães, e antes da manipulação de alimentos, lavar os utensílios de cozinha sempre após eles serem utilizados com vegetais crus.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

GIARDÍASE

Giardíase
Sinônimos: Enterite por Giardia, Gastrenterite por Giardia, Duodenite por Giardia, Lambliose, Giardose

O que é?

Infecção intestinal causada por um protozoário (ser unicelular) flagelado limitada ao intestino delgado e ao trato biliar. Este parasita apresenta-se sob as formas de trofozoítos que são as formas ativas vivendo e se reproduzindo no hospedeiro e as formas de cistos que são as formas infectantes e de resistência do parasita. Os cistos ingeridos, em sua passada pelo meio ácido do estômago, são ativados e se transformam em trofozoitos.

Como se adquire?
A giardia é encontrada no mundo inteiro. Nos países em desenvolvimento e particularmente nos tropicais pode atingir 50% da população. A transmissão é oral - anal e nesta situação tem como população de risco as pessoas pobres com más condições de higiene, crianças pequenas e adultos que não tomam precauções higiênicas nas relações sexuais principalmente em sexo anal. A maioria das epidemias comunitárias se dá por contaminação do suprimento de água. A contaminação direta se faz por transferência dos cistos através de mãos sujas de fezes para a boca e indiretamente pela ingestão de alimentos ou água contaminados. Animais contaminados como cães, gatos e gado. Os cistos contaminantes podem permanecer viáveis no meio ambiente por meses.

O que se sente?
O período desde a ingestão dos cistos até o surgimento da doença varia de 1 a 4 semanas. A maioria das infecções tanto em adultos como em crianças é assintomática caracterizando-se apenas pela eliminaçao do microrganismo. A infecção sintomática pode grassar com amplo espectro de manifestações clínicas desde diarréia aguda com fezes aquosas e dor abdominal até diarréia crônica conseqüente à má absorção o que acarreta esteatorréia (fezes com excesso de gordura com mau odor e que aderem às paredes da louça sanitária) propiciando o surgimento de deficiência das vitaminas lipossolúveis e até mesmo déficit de crescimento. Os sintomas diarreicos são devidos a toxinas produzidas pela Giardia e a reação é atribuída à multiplicação dos parasitas

Como se faz o diagnóstico?
As maneiras de confirmação diagnóstica vão desde a identificação de cistos ou trofozoítos na microscopia das fezes até a pesquisa de antígenos de Giardia nas fezes ou no aspirado do conteúdo duodenal. Em casos muito especiais recorre-se até à biópsia duodenal. Na pesquisa de parasitas nas fezes o aumento de uma amostra de fezes para três amostras colhidas em dias alternados aumenta a chance diagnóstica de 50% para 90%. Pacientes com deficiência imunitária como ausência de imunoglobulina A secretora ou em condição de fibrose cística torna o quadro mais grave.

Como se previne?
As medidas de higiene do lavar as mãos às precauções com a higienização dos alimentos principalmente daqueles consumidos crus, a filtração da água, a cloração da água distribuída, a fervura da água não tratada, e o tratamento de pessoas e animais doentes são pontos importantes na prevenção da doença.

ESCABIOSE

ESCABIOSE
Nomes populares: Sarna, sarna norueguesa escabiose
.

O que é?

Doença de pele contagiosa causada por um ácaro chamado Sarcoptes scabiei.

Como se adquire?

É transmitida pelo contato direto entre pessoas, pelo compartilhamento de roupas, roupas de cama ou por relações sexuais. É comum em ambientes lotados e pouco higiênicos, como cadeias e zonas de baixo meretrício.
Pode ser considerada uma DST, pois boa parte das transmissões ocorre em relações sexuais. A transmissão através de outros contatos físicos não-sexuais (como um aperto de mão ou um abraço) é bem mais rara, embora seja possível. A doença também é bastante transmitida entre mãe e filho lactante.
O ácaro é capaz de perfurar e penetrar a pele em questão de minutos. Isso leva a uma coceira intensa, associada a lesões de pele causadas pela penetração do ácaro e pelas coçaduras.
Às lesões, seguem-se infecções secundárias que podem ser graves, especialmente em pacientes portadores de HIV ou outras doenças imunológicas. As áreas preferenciais de infecção são os punhos, as axilas, o ventre, as nádegas, os seios e os órgãos genitais masculinos.

O que se sente?

Sente-se coceira intensa e aparecem lesões de pele causadas pela penetração do ácaro e pelas coçaduras. As áreas preferenciais são os punhos, as axilas, a barriga, as nádegas, os seios e os órgãos genitais masculinos. Em crianças e idosos, pode acometer em palma e planta dos pés, além do couro cabeludo.

Diagnóstico
Pela visualização das lesões e sua localização.

Como se previne?
Embora os ácaros morram facilmente, as lesões e infecções secundárias podem demorar para ser curadas, o paciente deve tomar cuidado para evitar reinfestações: suas roupas devem ser esterilizadas, e todos os membros de seu círculo social (como parentes, companheiros de cela e parceiros sexuais) devem ser tratados de modo similar - e mais importante, de modo simultâneo. É por conta das reinfestações que há dificuldade em erradicar a sarna de presídios.

Sarna canina
A sarna canina não é transmissível ao ser humano, pois é causada por um outro tipo de ácaro. Quando um ser humano é mordido pelo ácaro da sarna canina, pode até sentir alguma coceira, mas é transitória, ao contrário da sarna humana, que se deixada sem tratamento, só piora
A escabiose ocorre em qualquer lugar do mundo e está diretamente associada a hábitos de higiene. É freqüente em aglomerados populacionais.
A prevenção da transmissão é feita por tratamento adequado, higiene das roupas, afastar a pessoa da escola ou trabalho até um dia após o término do tratamento. No caso de pessoa hospitalizada, é recomendado isolamento por até dois dias após o início do tratamento.

FEBRE

O que é febre?
Febre é a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitas como indicadores de febre as temperaturas: retal acima de 38º C e Axilar ou oral acima de 37,5º C.
Como varia a temperatura normal.
Dentro de limites determinados e de fatores conhecidos podemos aceitar como normais variações segundo:
- Idade
Antes de um ano de idade, a temperatura normal é maior do que a do adulto. A partir de um ano de idade, a temperatura tende a alcançar níveis semelhantes aos dos adultos. A diferença já é notável após o 6º mês de idade (0,5 ºC), acentua-se a partir do 2º ano alcançando a diferença máxima após o 6º ano de idade (0,9 - 1,1 ºC).
- Ciclo circadiano
Segundo o momento do dia, a temperatura pode variar sendo mais baixa na madrugada (3 horas) e no início da manhã. Pode ser máxima no final da tarde (17 horas) e no início da noite. Sexo. No sexo feminino a temperatura é mais elevada do que no masculino, e apresenta variações segundo a fase do ciclo menstrual.
Atividade física e o meio ambiente
A temperatura ambiental elevada e o ambiente pouco arejado, além de atividade física intensa, podem determinar elevação da temperatura corporal.
Local de verificação da temperatura.
Temperatura retal é a mais elevada, a bucal é intermediária e a axilar a mais baixa quando medida nas mesmas condições. A temperatura axilar normal é (36,5 ºC pela manhã a 37,2 ºC à tarde), sendo a temperatura bucal aproximadamente 0,5 ºC maior do que a axilar e a retal 0,8 a 1º C superior à axilar, podendo a temperatura retal atingir 37,8 ºC e mesmo 38,2 ºC.

Principais Causas da Febre
- Infecção
- Câncer
- Reação alérgica
- Distúrbios hormonais Emocional.
- Exercício excessivo, especialmente em temperaturas elevadas.
- Doenças auto-imunes
- Exposição excessiva ao sol
- Uso de certas drogas
- Lesão do hipotálamo

Exercício excessivo, especialmente em temperaturas elevadas.
- Doenças auto-imunes
- Exposição excessiva ao sol
- Uso de certas drogas
- Lesão do hipotálamo

Qual é o mecanismo da febre?
O organismo mantém sua temperatura regulada através de um centro termorregulador, localizado no hipotálamo anterior. Este centro que funciona como um termostato, busca o equilíbrio entre produção e perda de calor, prioritariamente pela perda de calor, visa à manutenção estável da temperatura interna em torno de 37 ºC. Na febre, o termostato é reajustado sendo a termorregulação (set point) reajustado para um nível superior.

Como se produz a febre.
Por ação de partículas infecciosas ou não, (pirógenos exógenos) as células fagocíticas são induzidas a produzir substâncias de natureza protêica (pirógenos endógenos). Os pirógenos externos,por sua vez, estimulam a produção de prostaglandinas. As prostaglandinas atuam no centro termorregulador, elevando o patamar de termorregulação (set point), tendo como resultado o surgimento da febre. A febre deve ser distinguida da hipertermia. Na hipertermia há aumento da produção ou diminuição da perda de calor, sem alteração do set point, alteração esta que ocorre nos casos de febre.

Quando a febre, em si, é prejudicial ou benéfica ao organismo?
A febre é prejudicial.
Ao aumentar o consumo de oxigênio a febre pode causar diminuição do rendimento cardíaco, isto só tem relevância em situações de comprometimento pulmonar intenso ou cardíaco grave. Em crianças, geneticamente predispostas, com idade de seis meses a três anos, a febre pode desencadear convulsão. As convulsões febris não acarretam risco de lesão cerebral. A febre alta só pode causar lesão cerebral quando a temperatura ultrapassa 41,7 ºC, o que não ocorre na prática. A febre pode se associar a outros sintomas que causam desconforto: dor muscular, irritabilidade, mal-estar, astenia e anorexia, entre outros.

A febre como aliada.
Existem evidências de que temperaturas elevadas estão associadas ao estímulo da atividade imunitária e à redução da reprodução tanto de vírus como de bactérias.

Como medir a temperatura?
O instrumento padrão para a medida da temperatura corpórea é o termômetro clínico de vidro com mercúrio. Em nosso meio, o método mais aceito é a temperatura axilar o que satisfaz plenamente aos propósitos clínicos. Vários instrumentos podem ser usados para a avaliação da temperatura da pele. A literatura internacional adota a medida da temperatura retal ou oral e, mais recentemente, da membrana timpânica.