quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

HIPERTENSÃO PULMONAR

HIPERTENSÃO PULMONAR PRIMÁRIA

O que é?
Ocorre quando há uma pressão sangüínea anormalmente elevada nas artérias que levam o sangue do coração para os pulmões.

Essa pressão não é a mesma que é medida no consultório médico.

Quando a causa deste distúrbio é o enfisema pulmonar ou uma doença do coração presente desde o nascimento, por exemplo, chamamos isto de hipertensão pulmonar secundária.

Se nenhuma causa para isso é encontrada, chamamos de hipertensão pulmonar primária. A hipertensão pulmonar primária é uma doença rara que ocorre mais freqüentemente em adultos jovens, com uma discreta predominância no sexo feminino.

Como se desenvolve?
A pressão sangüínea nas artérias pulmonares pode estar elevada por muitas razões.

Em algumas situações, nenhuma causa para tal aumento é encontrada. Quando isto ocorre, chamamos tal acontecimento de Hipertensão Pulmonar Primária. Nesta doença, normalmente, o que ocorre é uma alteração na parte interna dos vasos sangüíneos, que dificulta a passagem do sangue e faz com que o coração tenha mais trabalho para levar este até os pulmões.

Com isso, a pressão nos vasos pulmonares torna-se elevada.

A causa destas alterações nestes vasos sangüíneos é desconhecida.

Quais são os sinais e sintomas?
- Encurtamento gradual da respiração que pode piorar com exercícios.
- Dor ou desconforto torácico.
- Fadiga.
- Inchaço nas pernas.
- Tosse persistente.
- Palpitações (sensação do batimento forte ou anormal do coração).
- Cianose (tom azulado da pele, principalmente nas mãos, pés e face).
- Tontura
- Desmaio (síncope).

Como o médico faz o diagnóstico?
Normalmente, a primeira pista para o diagnóstico desta doença é uma radiografia do tórax ou um eletrocardiograma que sugira uma hipertrofia do ventrículo direito (aumento do músculo do coração que bombeia o sangue para os pulmões).

Mais comumente a pessoa, no início, se queixa de cansaço fácil e desconforto torácico.

Através destas alterações narradas pelo paciente e do exame físico alterado, poderá o médico suspeitar da doença, devendo solicitar exames complementares.

A determinação direta da pressão circulatória pulmonar quando se coloca um cateter (tubo que entra por um vaso sangüíneo, passa pelo coração e chega até os pulmões) no coração continua sendo o padrão-ouro, ou seja, o melhor exame para confirmar a doença.

A ecocardiografia (uma ecografia do coração) pode sugerir a doença e é útil no acompanhamento e na determinação da resposta deste ao tratamento.

Como se trata?
A única cura para a hipertensão pulmonar primária é o transplante pulmonar para ambos os pulmões, sendo, às vezes, também necessário o transplante de coração.

Medicamentos podem ser utilizados para a melhora dos sintomas e prolongamento da vida, mas não curam a doença. Devemos lembrar que os transplantes são cirurgias grandes e envolvem riscos significativos, como sangramento, infecções, e, até mesmo, o óbito do paciente.

Além disso, o fenômeno de rejeição ao órgão transplantado é elevado, podendo chegar até 50% dos pacientes dentro de dois a três anos após o transplante.

Após a realização do transplante, o uso de medicações para prevenir a rejeição é obrigatório por toda a vida, o que pode ocasionar diversos efeitos colaterais.

Para o alívio dos sintomas, o oxigênio suplementar é a medida mais importante e quase sempre faz parte do arsenal do tratamento.

Além disso, os vasodilatadores - medicações que dilatam os vasos para facilitar a passagem do sangue - podem, em um terço dos casos, auxiliar no tratamento.

Várias medicações estão em fase de teste para ver se podem ajudar no tratamento e há outras já em uso na hipertensão pulmonar.

Os anticoagulantes (medicações que combatem a coagulação do sangue) também têm sido empregados no tratamento, visto que eles parecem prolongar a vida dos pacientes. Além disso, eles evitam os casos de trombose nestes vasos pulmonares alterados.

A hipertensão pulmonar primária é uma doença com mau prognóstico.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

DEPRESSÃO

DEPRESSÃO

Sinônimos e nomes relacionados: Transtorno depressivo, depressão maior, depressão unipolar, incluindo ainda tipos diferenciados de depressão, como depressão grave, depressão psicótica, depressão atípica, depressão endógena, melancolia, depressão sazonal.

O que é a depressão?
Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também freqüente.

Como se desenvolve a depressão?
Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.

As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como:
- Estresse
- Estilo de vida
- Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.

Como se diagnostica a depressão?
Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.

O que sente a pessoa deprimida?
Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado, desanimado, abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.

Como é o pensamento da pessoa deprimida?
Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas deprimidas são os de se sentirem sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos "catastróficos" de suas possíveis decisões erradas.

Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio
Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Esse aspecto faz com que a depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente em pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria tendência a isolar-se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que resulta na perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não iniciam um tratamento médico adequado.

Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos pessoais
Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.

Como se trata a depressão?
A depressão é uma doença reversível, ou seja, há cura completa se tratada adequadamente. O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado ao perfil de cada paciente. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida diária. Nesses casos, o acompanhamento médico é fundamental, mas o tratamento pode ser apenas psicoterápico.

Pode haver também casos de depressões bem mais graves, com maior prejuízo sobre o dia-a-dia do indivíduo, podendo ocorrer também sintomas psicóticos (como delírios e alucinações) e ideação ou tentativas de suicídio. Nessa situação, o tratamento medicamentoso se faz obrigatório, além do acompanhamento psicoterápico.

Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, medicações que não causam “dependência”, são bem toleradas e seguras se prescritas e acompanhadas pelo médico. Em alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que podem variar de acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos, antipsicóticos).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OSTEOARTROSE DO QUADRIL

OSTEOARTROSE DO QUADRIL

Sinônimos: Artrose, osteoartrite. Quadril: articulação coxo-femoral, bacia.

O que é?
É uma doença da articulação (junta) degenerativa (que desgasta), que atinge 5 a 10% da população e que ocorre com maior freqüência em adultos de meia idade e idosos, principalmente acima de 65 anos. Algumas vezes não apresenta uma causa específica ou conhecida, entretanto, na maior parte dos casos, ela é conseqüência de outras doenças, como defeitos congênitos do quadril, artrite reumatóide, necrose avascular da cabeça femoral, doenças ocorridas na infância e após traumatismos. De qualquer forma, ocorre um desgaste da cartilagem articular (que forra as extremidades das superfícies das juntas dos ossos) que de uma superfície absolutamente lisa e harmônica transforma-se em uma superfície áspera e irregular.

O que se sente
?
Os primeiros sintomas podem ser um leve desconforto na região inguinal (virilha), nádega, coxa ou mesmo no joelho ou alguma rigidez articular (endurecimento da junta). Normalmente a dor piora com atividade física, mesmo que leve, e melhora com repouso.

Com o passar do tempo os sintomas tendem a se intensificar e a dor e a rigidez podem estar presentes mesmo em repouso. Muitas vezes o paciente percebe que está com dificuldade de vestir as meias ou calçar os sapatos. Isto é um sinal de que a cartilagem está cada vez mais fina e irregular. Quando finalmente o tecido cartilaginoso se esgota, o movimento passa a acontecer osso com osso o que é extremamente doloroso. O paciente neste estágio diminui sensivelmente a capacidade de movimentação de rotação, flexão e extensão da bacia e percebe que está cada vez mais limitado nos seus movimentos e que o mancar torna-se evidente.

Como se faz o diagnóstico?
A história detalhada do paciente é importante, uma vez que as osteoartroses podem estar relacionadas ao alcoolismo, anemia falciforme, uso prolongado de corticosteróides, atividades físicas de alto impacto, doenças na infância, traumatismos e fraturas do quadril entre outras. O exame físico da articulação coxo-femoral (quadril) demonstra, normalmente, diminuição da mobilidade articular (rotações interna e externa, adução, abdução e flexão) e dor à mobilização passiva do quadril. O diagnóstico é confirmado através de radiografias que mostram alterações articulares características. Eventualmente, outros exames como cintilografia óssea ou ressonância nuclear magnética podem ser necessários para fazer diagnóstico precoce ou diferencial com outras patologias.

Como se trata?
Tratamento não cirúrgico:
- Evitar esportes de alto impacto como futebol, tênis e corridas
- Fazer um programa suave de fisioterapia
- Praticar atividades físicas moderadas na piscina como natação ou hidroginástica
- Exercitar-se em bicicleta ergométrica sem carga
- Utilizar, sob prescrição médica, antiinflamatórios não esteróides
- Evitar carregar peso, subir escadas ou ladeiras
- Diminuir o peso corporal, se necessário

Tratamento cirúrgico:
O tratamento cirúrgico está indicado nos estágios avançados da doença. Este estágio é determinado pela dor intensa e diminuição incapacitante da mobilidade do quadril. Em alguns casos a cirurgia indicada é a osteotomia (modificação da posição do fêmur ou da bacia). Mas, na maioria das vezes a artroplastia total do quadril é a cirurgia de eleição e consiste na substituição da articulação por uma prótese. Este procedimento elimina a dor e devolve a mobilidade da articulação.

É importante salientar que apesar dos benefícios que a cirurgia proporciona (alívio da dor e melhora da mobilidade) o paciente deverá continuar evitando esportes de impacto e atividades que sobrecarreguem a prótese, pois o sucesso e a duração da vida útil da cirurgia dependem muito dos cuidados pós-operatórios recomendados pelo médico.

Como se previne?
A artrose primária (sem causa específica) é de difícil prevenção, uma vez que ela se manifesta insidiosamente em indivíduos saudáveis previamente. Nos pacientes com alguma história de patologia prévia do quadril, todas as medidas citadas no tratamento não cirúrgico devem ser adotadas visando retardar ou mesmo evitar seu aparecimento. Deve-se ressaltar que o alcoolismo, o tabagismo o uso de drogas ilícitas além de corticoterapia por tempo prolongado são fatores de risco evitáveis de necrose avascular da cabeça do fêmur, uma das causadoras de osteoartrose do quadril.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CEFALÉIA E DOR FACIAL

CEFALÉIA E DOR FACIAL

O que é?

Cefaléia, ou “dor de cabeça” como popularmente é conhecida, constitui problema freqüente na população em geral, sendo uma das causas mais comuns de busca de atendimento médico. Ela pode ocorrer isoladamente como manifestações de um complexo sintomático agudo, como a enxaqueca (cefaléias primárias) , ou pode fazer parte de uma doença em desenvolvimento, como infecções, neoplasia cerebral ou sangramentos intracranianos (cefaléias secundárias).

Estima-se que cerca de 90% da população mundial já apresentou ou irá apresentar um episódio de cefaléia ao longo da vida. Assim, é necessária uma avaliação completa e sistemática das dores de cabeça, de preferência por um médico cefaliatra (neurologistas especializados no tratamento das dores de cabeça )

Como se desenvolve e quais as possíveis causas?
As cefaléias primárias não apresentam uma causa especifica, podendo a mesma ser de natureza multifatorial e de caráter hereditário, ao contrário das cefaléias secundárias, que apresentam uma causa patológica evidente. As dores de cabeça podem se manifestar de modo súbito, subagudo ou crônico.

As cefaléias de início agudo ou súbito geralmente constituem manifestação de uma patologia intracraniana como hemorragia subaracnóide ou de outras doenças cerebovasculares ou infecciosas (meningites / encefalites). Todavia, elas também podem ocorrer após punção lombar (procedimento médico especializado para diagnóstico de enfermidades neurológicas) ou mesmo durante manobras fisiológicas que possam aumentar a pressão intrabdominal e conseqüentemente a intracraniana, como exercícios físicos intensos e relações sexuais.

Àquelas de manifestação subaguda, podem ser resultantes de enfermidades inflamatórias do tecido conjuntivo, como artrite de células gigantes, ou mesmo de processos tumorais intracranianos (tumores, abscessos cerebrais, metástases cerebrais, hematomas subdurais), além de hipertensão intracraniana benigna (pseudotumor cerebral), neuralgia do trigêmio/ glossofaríngeo e crise hipertensiva.

As cefaléias crônicas, geralmente são de natureza primária. São resultantes, na maioria das vezes, das enxaquecas, cefaléias tensionais e cefaléias em salvas.

Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é baseado na compreensão da fisiopatologia das dores de cabeça, na obtenção de uma história clínica e realização de um exame físico e neurológico cuidadoso e completos, afim de formular um diagnóstico diferencial. Dependendo do caso, geralmente naquelas de caráter secundário, pode ser necessário exames subsidiários, como estudo radiológico funcional da coluna, tomografia e/ou ressonância magnética de crânio, eletroencefalograma , exames laboratorias com análise do líquor e sangue ,além de biópsia de artéria temporal , afim de melhor estabelecer o diagnóstico. Todavia, o diagnóstico das cefaléias e dores faciais é eminentemente clínico.

Características Gerais das Cefaléias e Dores Faciais
O reconhecimento de fatores precipitantes pode ajudar no estabelecimento do diagnóstico da cefaléia, um exemplo bem típico é o desencadeamento instantâneo de crises de cefaléia em salvas após ingesta de álcool, ou àquelas desencadeadas por consumo de queijos, vinhos (enxaqueca).

Algumas cefaléias podem ser acompanhadas de sintomas que antecedem a dor propriamente dita, como alterações visuais de curta duração (aura visual), pontos luminosos na visão (escotomas cintilantes) , irritação, astenia, falta de apetite e depressão.

A dor pode ser de característica pulsátil, latejante, pressão, aperto, fincadas, ardência, lancinante, além de fraca, moderada, intensa, constante ou em salvas. Também pode ser unilateral, bilateral, holocraniana (toda cabeça), frontal, retrocular, occiptal ou mesmo seguindo o padrão de distribuição das divisões do nervo trigêmio na face.

As dores de cabeça também podem se manifestar associadas à sintomatologia autômica (náuseas, vômitos, hiperemia ocular, lacrimejamento, obstrução nasal, sensibilidade à luz e ao som) ou mesmo sistêmica, como perda de peso recente, febre, mal estar, cansaço e inapetência, por exemplo.

Como se trata?
O tratamento das cefaléias e dores faciais dependerá do diagnóstico e das causas de base estabelecidos. Ele pode ser apenas de natureza medicamentosa, porém há casos mais graves , como nas hemorragias intracranianas ou mesmo meningites/encefalites, que há necessidade de internação hospitalar, com passagem por unidades de tratamento cirúrgico e mesmo procedimentos neurocirúrgicos. Os medicamentos utilizados podem ser: analgésicos comuns, relaxantes musculares (benzodiazepínicos, baclofeno), anticonvulsivantes (fenitoína, carbamazepina, gabapentina, topiramato, divalproato de sódio) , drogas específicas para tratamento de enxaqueca (ergotamínicos e triptanos).

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MITOS E VERDADES SOBRE A COLUNA VERTEBRAL

MITOS E VERDADES SOBRE A COLUNA VERTEBRAL

Deformidades, dor, estalos, zumbidos nos ouvidos, rigidez no pescoço, hérnia de disco, postura e má postura, escoliose e natação, coluna e fator emocional.

Motivos para consultar um médico especializado em Coluna Vertebral?

A primeira consulta com o ortopedista especializado em coluna vertebral pode ser devido a duas situações:
1º - por uma deformidade.
A deformidade pode ser observada pelo próprio paciente ou por um familiar que identifica alteração no nível dos ombros, da bacia ou da própria coluna. Em alguns casos ao vestir uma roupa nota-se que ela não fica com bom caimento. Em geral as deformidades podem ser posturais ou decorrentes de alguma alteração na coluna mesmo.

2º - pela presença de dor.
No caso da dor ela é um sinal de que algo não esta bem com o nosso organismo. Pode ser por algum esforço físico (por exemplo, uma entorse da coluna), por lesão do disco intervertebral (hérnia de disco) ou até mesmo como manifestação de alguma doença sistêmica que pode comprometer a coluna vertebral (por exemplo, artrite reumatóide).

1. Rigidez no pescoço, e estalar com o movimento da cabeça, para direita e para esquerda, fortes zumbidos nos ouvidos.
Os sintomas de estalidos no pescoço acompanhados de zumbidos nos ouvidos são freqüentes nos pacientes que apresentam alterações osteoarticulares na coluna cervical. Eles podem estar ou não acompanhados de manifestações degenerativas na coluna. A rigidez do pescoço é provocada pelas manifestações de desgaste da cartilagem articular. Esses sintomas aparecem tanto em pessoas jovens como em idosos. Quando os sintomas aparecem aos 20 anos de idade as alterações ósseas nem sempre serão visíveis no exame radiográfico da coluna cervical. Em relação aos zumbidos podem estar relacionados com alterações circulatórias do ouvido. Um dos quadros clínicos mais freqüentes é a síndrome “cervicocefálica”. Em razão dos sintomas múltiplos o tratamento será com a atuação de vários profissionais da saúde entre eles os ortopedistas, otorrinolaringologistas, neurologistas e oftalmologistas.

2. Por quê acontece a ruptura dos discos intervertebrais?
Os discos intervertebrais são estruturas que se encontram localizada entre as vértebras. O disco é formado por um anel fibrocartilaginoso, uma estrutura gelatinosa que recebe o nome de núcleo polposo e muita água. A função do disco intervertebral é a de absorver e diminuir os impactos sobre as colunas vertebrais, provenientes das atividades físicas da vida diária. O anel fibroso normalmente mantém-se intacto nos esforços a que a coluna é submetida. Entretanto, o disco pode em determinadas situações sofrer um traumatismo ou mesmo um envelhecimento podendo ocorrer uma ruptura do anel fibroso e o núcleo polposo extravasar de seu local original, instalando-se o quadro de dor nas costas.

3. Qual a posição correta de equilíbrio da Coluna?
A posição correta de equilíbrio da coluna é a que predispõe nosso corpo a uma distribuição normal das pressões e que facilita a nossa movimentação.

Ao olharmos uma pessoa com uma postura correta ela deverá quando vista de frente estar com os ombros e a bacia nivelados com o chão, correspondendo à coluna a forma de um eixo retilíneo. Ao examinarmos uma pessoa de lado (perfil) ela apresentará curvaturas ditas fisiológicas (normais) que garantem a boa distribuição de pressão através dos discos intervertebrais. No perfil temos uma lordose cervical (convexidade posterior do pescoço), cifose dorsal (convexidade anterior do dorso), lordose lombar (convexidade anterior da região lombar), e uma cifose sacrococcígea (convexidade anterior da região do sacro e coccis). Quando ocorrer uma alteração na posição da coluna deveremos consultar um especialista para uma orientação mais especifica em relação à coluna vertebral

4.Em que casos é indicada a discectomia endoscópica?
A cirurgia de hérnia de disco é um procedimento importante nos casos de dor lombar com comprometimento do nervo ciático que não alivia após oito semanas de tratamento, piora da função neurológica dos membros inferiores ou ate mesmo de um procedimento de emergência quando correr uma compressão da medula. A técnica de remover o disco com uma incisão mínima esta indicada para casos específicos de hérnia de disco, localizada em um determinado nível e que esteja sendo executada pela primeira vez. A vantagem desta técnica é que a permanência no hospital é curta de cerca de 24 horas e a recuperação para as atividades da vida diária são mais rápidas do que as que exigem longas incisões.


5. Qual a relação entre fator emocional e dor lombar?

A dor lombar é um sintoma muito freqüente e que altera as atividades diárias do paciente assim como as suas relações afetivas familiares e profissionais. A sensação de dor é única, pessoal e intransferível. Para comprovar a relação descrita na pergunta usam-se vários instrumentos que medem os diferentes tipos de alterações da personalidade. Um dos mais simples e amplamente usado chama-se de questionário SF-36 que mede a qualidade de vida do paciente com lombalgia (dor lombar) através de 10 perguntas. Deste modo podemos ter uma analise básica sobre o comportamento da dor e a sua interferência na qualidade de vida do paciente.

6. A má postura pode prejudicar a coluna? O que devo fazer para corrigir isso?
A má postura pode sim prejudicar o funcionamento da coluna vertebral. Olhando uma pessoa de frente a sua postura será nivelada, mas olhando de perfil (de lado) observaremos que existem curvaturas ditas fisiológicas: lordose cervical, cifose dorsal, lordose lombar e cifose sacrococcígea. Sempre que ocorrer um exagero, uma retificação ou ate mesmo uma inversão dessas curvaturas teremos o que se chama de uma má postura. Nesta situação existe a necessidade de uma avaliação ortopédica. Se não existirem problemas estruturais uma atividade física orientada ensinara o paciente a ter uma postura correta nas atividades da vida diária resultando em um bem estar físico.

7. Alongar-se pela manhã pode aliviar dores nas costas?
O habito de realizar atividades físicas deve ser estimulado na vida das pessoas. A coluna vertebral por ser um eixo que se conecta com as demais estruturas ósseas necessita alem da integridade das vértebras a perfeita sintonia com os ligamentos e músculos visando movimentos amplos e sem dor. Em situações tais como doenças inflamatórias articulares, seqüelas de fraturas ou ate mesmo o ato de dormir em um colchão de má qualidade fará com que ao acordarmos tenhamos dores nas costas. Em relação ao ato de alongar-se ele é bem vindo e deve ser realizado não só ao acordar com antes e após qualquer atividade física.

8. O que é dor lombar (como se trata)?
A dor lombar é um dos problemas mais freqüentes na pratica medica. Cerca de 90% dos adultos terão a experiência de sentir uma dor lombar em suas vidas. A lombalgia (dor lombar) é a segunda causa de ausência ao trabalho em pacientes abaixo de 45 anos. A coluna vertebral é um eixo retilíneo quando visto de frente e desempenha a função de suporte para o tórax e os braços assim como para a bacia e as pernas. Os segmentos cervicais e lombares são os mais moveis e permitem movimentos amplos em todas as direções. Porem a coluna vertebral não suporta o exagero de movimentos de rotação, hiperflexão e hiperextensão. A correta utilização da coluna vertebral prevenirá as pessoas de sentirem dor em sua coluna. Na presença de dor ocorrerá uma diminuição de movimentos implicando em piora na qualidade de vida. Uma maneira de mantermos a nossa coluna em condições de equilíbrio é o de realizarmos exercícios rotineiramente visando uma musculatura adequada para as suas funções e com isso evitaremos a presença da dor lombar.

9. Escoliose e natação
A natação não apresenta capacidade de corrigir uma escoliose porem é uma boa atividade física para manter a musculatura em condições e exercitar a respiração A escoliose é toda e qualquer deformidade lateral da coluna quando o paciente é examinado de frente. A escoliose tem diversas causas: neurológicas, congênitas, traumática e idiopática (sem um causa conhecida). Este é o tipo de escoliose a mais freqüente. Ao se falar em correção de escoliose devemos lembrar que ela só pode modificar a sua evolução durante o período de crescimento ósseo. Depois de encerrado o crescimento a escoliose não sofrerá nenhuma mudança em sua curvatura. Entre os tratamentos específicos para a escoliose, na fase de crescimento, incluem-se a observação médica, a realização de atividades físicas, o uso do colete ortopédico e inclusive o tratamento cirúrgico. Todos os métodos estão diretamente relacionados com o grau de curvatura da escoliose.

10. Quando a dor lombar se torna crônica?
A dor localizada na região lombar pode se tornar crônica se não intervirmos na eliminação ou atenuação dos problemas que desencadeiam a lombalgia. As situações que podem desencadear uma dor lombar são:

1- estiramentos na musculatura de suporte da coluna vertebral. Em geral essa situação ocorre quando a musculatura está mal condicionada para a pratica de atividades físicas, seja no esporte ou no trabalho A lesão do músculo ou ligamento ocorre rapidamente em situações de estresse muscular ou ligamentar e de um modo geral esta associada ao fumo, má condicionamento físico e à obesidade.

2 - efeito do envelhecimento do corpo humano, basicamente, relacionado com a osteoporose, perda da flexibilidade e elasticidade dos músculos e ligamentos. O símbolo da osteoporose são as microfraturas na coluna vertebral que se exteriorizam na clinica por uma dor lombar crônica.

3 - lesão do disco intervertebral, com o envelhecimento o disco intervertebral perde a sua resistência ocorrendo fissuras na sua periferia. Esta é uma das causas mais freqüentes de origem da lombalgia

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO

Síndrome do Desfiladeiro Torácico

O que é?
A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) é um quadro de desconforto gradual, podendo chegar à dor importante na região inferior do pescoço (cervical e dorsal alta) e também no membro superior.

Como se desenvolve?
A causa é a compressão do feixe vascular (artéria e veia) e nervoso, que vai para o membro superior devido a alterações posturais e ou anatômicas que alteram o triângulo formado pela primeira costela, clavícula e músculos escaleno e peitoral.

A maioria das manifestações é devida à compressão nervosa.

O que se sente?
A dor em geral é intermitente e relacionada aos movimentos, principalmente aqueles realizados com os braços elevados.

Pode haver ainda formigamento (parestesia) e diminuição de força preferencialmente nos dedos anular e mínimo.

Alguns pacientes apresentam cefaléia, dificuldade de coordenação e distúrbios psicológicos, como depressão.

Os sintomas decorrentes da compressão vascular são edema no membro superior e alterações da cor, que ocorrem de forma intermitente. A compressão venosa pode resultar em trombose da veia subclávia.

Estas estruturas anatômicas que formam um triângulo são comparadas a um "desfiladeiro", de onde se origina o nome da síndrome.

Em alguns casos, existem anomalias congênitas, como costela cervical, processo transverso longo da sétima vértebra cervical, ou faixa fibromuscular anômala na saída torácica.

Como se faz diagnóstico diferencial?
Deve ser feito com neurite do plexo braquial, síndrome do túnel do carpo, hérnia de disco cervical, síndrome do impacto do ombro, tumor de Pancoast e compressão do nervo ulnar.

Como se faz o tratamento?
O tratamento é baseado em:
- exercícios posturais, pois o problema está relacionado com má postura (costas curvadas e anteriorização do pescoço e cabeça) nas posições sentada, em pé ou mesmo deitada
- orientação de hábitos posturais e revisão ergonômica do trabalho
- em muitos casos, medidas terapêuticas de medicina física, tais como eletroterapia analgésica (TENS), termoterapia e exercícios de relaxamento são benéficos, além dos já citados exercícios posturais (reeducação postural clássica, que tem comprovação científica)
- em casos específicos onde há dor muscular, caracterizada como miofascial, os bloqueios anestésicos locais nos pontos-gatilho (bandas musculares contráteis) são bastante eficazes.

Observações Importantes
- O tratamento fisiátrico nunca deve durar menos de 3 meses e deve ser contínuo. Na falha de um tratamento bem supervisionado, há indicação de avaliação cirúrgica.
- Reeducação Postural Global (RPG) não está indicada, pois não há comprovação científica do método.
- Na presença de anomalia como a costela cervical e sem melhora com o tratamento conservador, a cirurgia deve ser considerada, mas levando-se em conta que a percentagem de êxito é bastante variável, com ocorrência de complicações bastante significativas.
- A ocorrência de comprometimento vascular constante e grave impõe uma consulta imediata com o especialista vascular.