quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO!

Meus queridos amigos, daqui a pouco sera um novo ano, 2010, que ele venha nos trazer paz, harmonia, felicidade e acima de tudo esperança. Nao se vive sem esperança! Ela esta sempre presente, latente em nossas vidas. Para as lúpicas, esperança de novas pesquisas, novos tratamentos mais adequados, menos violentos, mais eficazes. Assim tambem acontece com todos os pacientes de todas as doenças. Estamos esperando a cura dos nossos males. Mas eu gostaria de dizer, que, acima de tudo, nao percamos a fé em Deus, Ele nos governa, nos proteje, nos orienta e nos guarda. Com a nossa fé, a esperança, determinação, coragem e vontade de viver, podemos vencer tudo. Obrigada a todos aqueles que visitam, que deixam seus comentarios e que acompanham o blog.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

HIPOTIREOIDISMO

HIPOTIREOIDISMO

Sinônimos e Nomes populares: Diminuição de funcionamento da tireóide; falta de tireóide, tireóide cansada.

O que é?
Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da diminuição dos hormônios da tireóide.

Como se desenvolve?
É um quadro clínico que ocorre pela falta dos hormônios da tireóide em decorrência de diversas doenças da tireóide.

No recém-nascido, as causas mais freqüentes envolvem:
- a falta de formação da glândula tireóide (defeitos embrionários)
- defeitos hereditários das enzimas que sintetizam os hormônios
- doenças e medicamentos utilizados pela mãe que interferem no funcionamento da glândula da filho

Em adultos, a doença pode ser provocada por:
- doença auto-imune (tireoidite de Hashimoto)
- após cirurgia de retirada da tireóide por bócio nodular ou neoplasia
- por medicamentos que interferem na síntese e liberação dos hormônios da tireóide (amiodarona, lítio, iodo)
- (mais raramente)por bócio endêmico decorrente de deficiência de iodo na alimentação

O que se sente?
No recém-nascido, ocorre:
- choro rouco
- hérnia umbelical
- constipação
- apatia
- diminuição de reflexos
- pele seca
- dificuldade de desenvolvimento

Se o paciente não receber tratamento adequado até a quarta semana de vida, pode ocorrer retardo mental severo, surdez, e retardo no desenvolvimento de peso e altura.

Na criança, a doença pode provocar déficit de crescimento associado à:
- pele seca
- sonolência
- déficit de atenção
- constipação
- intolerância ao frio
- apatia

No adulto, os sintomas são de:
- intolerância ao frio
- sonolência, constipação
- inchumes nas extremidades e nas pálpebras
- diminuição de apetite
- pequeno ganho de peso
- fraqueza muscular
- raciocínio lento
- depressão
- cabelos secos, quebradiços e de crescimento lento
- unhas secas, quebradiças e de crescimento lento
- queda das pálpebras
- queda de cabelos

A doença predomina no sexo feminino, no qual ocorre também irregularidade menstrual, incluindo a cessação das menstruações (amenorréia), infertilidade e galactorréia (aparecimento de leite nas mamas fora do período de gestação e puerpério).

Quando a doença tem causa auto-imune (tireoidite de Hashimoto) pode ocorrer vitiligo e associação com outras moléstias auto-imunes:
- endócrinas (diabetes mellitus, insuficiência adrenal, hipoparatireoidismo)
- sistêmicas (candidíase, hepatite auto-imune)

Como o médico faz o diagnóstico?

No recém-nascido, deve ser realizada a triagem neonatal através da dosagem de T4 ou TSH em papel filtro. Se essas dosagens forem alteradas, o exame deve ser confirmado com os mesmos procedimentos no sangue e, se alterados, iniciar de imediato o tratamento.

No adulto, o diagnóstico é estabelecido pelas dosagens de T4 e TSH, e se os mesmos estiverem alterados (T4 baixo e TSH elevado), deve ser buscada a causa do problema através da pesquisa de anticorpos antitireoperoxidase (anti-TPO), antimicrossomais ou antitireoglobulina, que demonstrarão a causa auto-imune do distúrbio. Em pacientes com cirurgia prévia, além dos anticorpos, pode ser realizada também a pesquisa do resíduo de tecido tireóideo remanescente através da ultra-sonografia ou da cintilografia de tireóide. Deve ser também analisado o perfil lipídico do paciente, uma vez que ocorre severa dislipidemia associada ao estado de hipotireoidismo.

Como se trata?

O tratamento de todas as formas de hipotireoidismo é realizado com Tiroxina (T4) em doses calculadas de 1,6 a 2,2 microgramas por Kg de peso corporal no adulto e de 3 a 15 microgramas por kg de peso corporal, dependendo da idade do paciente. O controle do tratamento é realizado pela dosagem de TSH, que deve se manter sempre normal. Nos pacientes dislipidêmicos devem ser monitorizados também os níveis de colesterol e triglicerídeos.

Como se previne?

Os casos que ocorrem após a cirurgia de retirada da tireóide por bócio nodular ou neoplasia podem ser prevenidos através de cirurgia adequada no momento em que a mesma é indicada para o tratamento de bócio. Nas demais situações pode ser realizado um diagnóstico precoce, porém prevenção primária não é disponível.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

HIPERTIREOIDISMO

HIPERTIREOIDISMO

Sinônimos e Nomes populares: Tireóide, excesso de funcionamento da tireóide, ter tireóide

O que é?
Conjunto de sinais e sintomas decorrentes do excesso de hormônios da tireóide.

Como se desenvolve?
Os sintomas ocorrem em decorrência do excesso de funcionamento da glândula tireóide ou da ingestão dos hormônios da tireóide.

Entre as diversas causas do aumento de funcionamento da tireóide, as mais importantes são:
- bócio difuso tóxico (Doença de Basedow-Graves)
- bócio multinodular tóxico e
- bócio uninodular tóxico (Adenoma Tóxico)

O bócio difuso tóxico é uma doença auto-imune na qual o organismo produz anticorpos que estimulam a produção e a liberação de hormônios pela tireóide, podendo estar associado a outras doenças auto-imunes.

O bócio multinodular tóxico em geral é uma moléstia de evolução lenta na qual ocorre proliferação de diversos folículos da glândula, formando diversos nódulos, algumas vezes volumosos e visíveis.

Os adenomas são nódulos únicos, em geral com mais de 3 cm de diâmetro, que produzem em excesso os hormônios da tireóide.

O que se sente?

Os pacientes apresentam:
- fome excessiva
- aumento do ritmo intestinal
- nervosismo, insônia, labilidade emocional
- tremores
- intolerância ao calor
- palpitações
- emagrecimento
- olhar vivo e brilhante
- pele quente e úmida
- unhas quebradiças, cabelo seco, quebradiço e encaracolado.

Na mulher ocorrem alterações menstruais e infertilidade. Na grande maioria das pessoas esse quadro clínico está associado a um aumento visível da parte inferior do pescoço, formando o chamado bócio. Em pacientes com bócio difuso, podem ocorrer sinais oculares de reação inflamatória, caracterizada por retração das pálpebras, protusão dos globos oculares (olhos saltados) e paralisia da musculatura que controla os movimentos dos olhos. Esse conjunto de alterações oculares é denominada exoftalmia.

Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é estabelecido pela suspeita clínica em paciente portador dos sintomas acima descritos ou em pacientes nos quais se investiga a causa de uma arritmia cardíaca, ou dor abdominal associada a emagrecimento (principalmente do paciente idoso). O diagnóstico laboratorial é estabelecido pelas dosagens de TSH e T4 no sangue. Se os valores de T4 estiverem aumentados e os de TSH reduzidos, o paciente é portador de hipertireoidismo. Necessitamos então investigar sua causa, que pode ser auto-imune, uni ou multinodular. Este diagnóstico é estabelecido pela presença de anticorpos anti-receptor do TSH (TRAB), pela captação de iodo e cintilografia da tireóide e pela ultra-sonografia da tireóide.

Em pacientes com bócios volumosos e manifestações compressivas na região do pescoço, tais como dificuldade para engolir alimentos e falta de ar, pode ser necessária a realização de radiografia do tórax ou do mediastino e/ou do pescoço. Nos pacientes idosos ou intensamente doentes, devem ser realizados também exames gerais e eletrocardiograma.

Como se trata?
O tratamento pode dirige-se para o excesso hormonal e/ou para sua causa. Em pacientes com bócio difuso tóxico, pode ser analisada a captação de iodo e a seguir administrada uma dose calculada de Iodo radioativo (Iodo 131) que irá destruir o tecido tireoidiano com excesso de funcionamento. Esse efeito ocorrerá em algumas semanas. No período em que não for alcançada a normalização de funcionamento da tireóide, o paciente pode receber um medicamento que bloqueia a ação destes hormônios (beta-bloqueador: propanolol) com o que haverá uma melhora significativa dos sintomas. Se essa não ocorrer, ou na presença de hipertireoidismo grave, o paciente será inicialmente tratado com medicamentos antitireóideos (metimazol ou propanolol) até se obter o controle da doença.

Em pacientes com bócio multinodular, se o mesmo for volumoso ou apresentar sinais compressivos, o tratamento de escolha é a cirurgia da tireóide (tireoidectomia) que só deverá ser realizada após controle clínico do estado de hipertireoidismo. O controle do hipertireoidismo pode ser obtido com o metimazol (Tapazol) ou com o propiltiouracil, devendo ser utilizado durante várias semanas. Em bócios nodulares menos volumosos ou nos quais há contra-indicação cirúrgica, após a compensação do quadro com metimazol ou propiltiouracil, o paciente pode receber também Iodo radioativo.

Nos pacientes com bócio uninodular tóxico, o quadro de hipertireoidismo será compensado com metimazol/propiltiouracil e a seguir o paciente deve ser submetido a tireoidectomia subtotal. Em pacientes com nódulos pequenos ou contra-indicações cirúrgicas também pode ser empregado o Iodo Radioativo.

Após a resolução do quadro, quer utilizando Iodo Radioativo quer cirurgia, o paciente deverá ser monitorizado periodicamente no sentido de se detectar o eventual hipotireoidismo que pode ocorrer como complicação desses tratamentos.

Como se previne?
Não existem mecanismos de prevenção para as diversas doenças. Pode ser realizado, por outro lado, uma detecção mais precoce da doença especialmente se investigarmos adequadamente todos os pacientes com bócio, seja uni ou multinodular. Nesse sentido em muito colabora a palpação rotineira da tireóide sempre que o médico examina qualquer paciente.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

BÓCIO

BÓCIO - AUMENTO DE VOLUME DA TIREÓIDE

Nomes populares: Papo, papeira.

O que é?
Corresponde a um conjunto de doenças da glândula tireóide que se caracterizam por um aumento perceptível no tamanho desta glândula. Como a tireóide se localiza na parte anterior e inferior do pescoço, é nesta região que as pessoas irão observar este aumento, que pode envolver toda a tireóide (aumento difuso, bócio difuso) ou provocar a formação de um ou mais nódulos (caroços).

O aumento da tireóide pode se acompanhar de excesso (hipertireoidismo) ou redução de seu funcionamento (hipotireoidismo). Estas alterações podem ser decorrentes de doenças hereditárias (herdadas da família), auto-imunes, carência de iodo, ou tumores benignos e malignos. Predominam em mulheres dos 20 aos 40 anos e, em geral, necessitam de investigação diagnóstica e tratamento adequados.

Como se desenvolve?
Dependendo de sua causa, o aumento da tireóide pode ser devido a:

- Falta de iodo na dieta, como ocorre em regiões carentes deste elemento no meio ambiente, especialmente em regiões de cerrado e montanhosas.
- Doenças familiares decorrentes de defeitos nas diversas etapas de síntese dos hormônios.
- Doenças auto-imunes, nas quais se desenvolvem anticorpos contra a glândula. Estes anticorpos podem bloquear ou estimular a produção de hormônios.

- Proliferação dos folículos da glândula, formando o chamado bócio colóide.
- Tumores benignos, cuja origem é desconhecida.
- Tumores malignos, que podem apresentar vários tipos de acordo com sua constituição. Alguns tipos de tumores malignos podem ser familiares e outros estão associados a exposição à radiação.

O que se sente?
Os sintomas decorrentes do bócio ocorrem por seus efeitos locais ou pelas manifestações clínicas associadas ao excesso ou diminuição na produção hormonal, caracterizando o hipertireoidismo e o hipotireoidismo. (ASSUNTO A SER ABORDADO)

Os efeitos locais incluem a dificuldade para engolir alimentos, a dificuldade respiratória, principalmente quando se elevam os dois braços simultaneamente, a tosse irritativa, a rouquidão, a voz com duas tonalidades e a dilatação das veias do pescoço.

Os sintomas gerais são decorrentes do excesso ou diminuição dos hormônios da tireóide (ver Hipertireoidismo e Hipotireoidismo).

Como o médico faz o diagnóstico?
O médico faz o diagnóstico colhendo a história clínica do paciente e realizando o exame clínico completo, incluindo a palpação do pescoço e da região onde se observa o aumento de volume. No exame geral, são detectados os sinais de hipo ou hipertireoidismo. A partir destas observações, podem ser realizados exames de confirmação que incluem a dosagem dos hormônios da tireóide (T3 e T4), o hormônio que controla a tireóide (TSH), os anticorpos antitireóide (antiTPO, antimicrossomais, antitireoglobulina, TRAB), a ultra-sonografia da região cervical e a cintilografia de tireóide. Podem ser importantes também radiografias da região cervical e provas de função pulmonar no sentido de detectar a extensão da restrição respiratória.

Nos casos em que se suspeita de tumores de tireóide, pode ser necessária a realização de punção aspirativa (puncionar o nódulo da tireóide com uma agulha especial) na região em que se observa o aumento da tireóide.

Como se trata?
Dependendo da causa, o tratamento envolve medicamentos para controlar o excesso ou a diminuição do funcionamento da tireóide. Nos casos de suspeita de tumores da tireóide, está indicada a cirurgia de retirada da tireóide. Após a cirurgia, o paciente deve ser avaliado para presença de resquícios do tumor e se os mesmos existirem, receber tratamento com iodo radioativo. Nos casos de bócio com manifestações de compressão de estruturas do pescoço, está indicada também a cirurgia de retirada da região em que ocorre o aumento de volume. Após a cirurgia, o paciente deve ser avaliado, no sentido de se verificar se o mesmo necessita ou não de reposição hormonal para evitar o hipotireoidismo.

Como se previne?
Nos ambientes com deficiência de iodo, o mesmo deve ser administrado através da iodação do sal de cozinha, que é obrigatória por lei. No sentido de prevenir o surgimento dos tumores, deve ser evitada a radioterapia sobre a tireóide e a contaminação da mesma com radioatividade.

Na medida em que diversas doenças são familiares, ao detectar um paciente com bócio, o médico deve procurar analisar o envolvimento familiar da moléstia, o que pode levá-lo a solicitar exames específicos para algumas doenças familiares.

sábado, 19 de dezembro de 2009

NÓDULOS DE TIREÓIDE

NÓDULOS DE TIREÓIDE

Sinônimos e Nomes populares: Bócio uninodular; caroço na tireóide, caroço no pescoço.

O que é?
São lesões arredondadas (ovóides) que se desenvolvem na glândula tireóide, situados na região anterior e inferior do pescoço. Podem ser únicos ou múltiplos. Quando são únicos, são denominados nódulos isolados ou únicos (também denominados bócios uninodulares). Quando múltiplos, constituem o bócio multinodular. São provocados por tumores benignos, tumores malignos, cistos, doenças inflamatórias (tireoidites) e bócio colóide nodular.

Como se desenvolve?
Dependendo da causa, os nódulos são provocados por várias doenças.

Os nódulos isolados ou únicos podem ser provocados por:
- cistos,
- tumores benignos (adenomas foliculares),
- bócio colóide ou, mais raramente,
- carcinoma de tireóide.

Quando múltiplos, são em geral decorrentes de bócio colóide ou processos inflamatórios (tireoidites). Quando ocorrer um nódulo maior do que os restantes (nódulo dominante) pode ser provocado por tumoração maligna, especialmente em nosso meio, onde ainda existem áreas carentes de iodo. A carência na ingesta de iodo pode provocar o bócio endêmico (ver item específico desse site) que na sua evolução leva a um bócio nodular (formação de vários nódulos). Entre esses nódulos pode ocorrer a evolução de um deles para neoplasia maligna de tireóide, situação na qual se observará um crescimento progressivo de um nódulo, formando o que se denomina de "nódulo dominante".

O que se sente ?
Os nódulos em geral são assintomáticos, provocando sintomas locais quando alcançam grandes volumes.

Esses sintomas são:
- dificuldade para engolir alimentos,
- dificuldade respiratória,
- rouquidão; voz rouca e com duas tonalidades,
- dilatação das veias do pescoço e, muito raramente,
- dor local.

Além dos sintomas locais, podem ocorrer sinais e sintomas de diminuição (hipotireoidismo) ou aumento (hipertireoidismo) da tireóide. Essas alterações estão descritas em itens específicos desse site.

Em nódulos isolados ou únicos, é importante definir aqueles que têm um risco maior de desenvolver câncer. Os pacientes com maior risco de apresentarem câncer de tireóide são do sexo masculino, com idade menor que 30 e maior que 60 anos, com nódulo de início recente, de crescimento progressivo, que realizaram aplicações de radioterapia na face ou no pescoço, cujo nódulo tem consistência endurecida à palpação, que está aderido a outras estruturas do pescoço, que apresenta gânglios linfáticos também palpáveis, e cujo paciente apresenta rouquidão ou dificuldade para engolir os alimentos.

Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é estabelecido a partir da história clínica e de uma avaliação clínica adequada que inclui o exame detalhado do pescoço e a pesquisa dos sinais e sintomas de diminuição ou aumento de funcionamento da tiróide.

A partir da avaliação médica inicial, o paciente deverá realizar avaliação da função da tiróide com dosagens de seus hormônios, inicialmente através da medida do TSH, e se necessário, com as dosagens de T4 e raramente T3.

Além disso é útil também a realização de uma ecografia do pescoço para avaliação das características da tiróide, o que irá determinar se existe apenas um ou mais nódulos na glândula, e quais são as características destes nódulos.

Na presença de dosagens hormonais normais e de nódulo único, deve ser realizada uma punção aspirativa do nódulo que esclarecerá com detalhe a sua origem. Se existem vários nódulos, porém um deles é proeminente, o mesmo deverá ser puncionado para um diagnóstico detalhado.

Nos casos em que se suspeita de hipertireoidismo, o paciente pode necessitar da realização de uma cintilografia de tireóide.

Em casos de bócio difuso e na suspeita de hipotireoidismo, deverá ser realizada a pesquisa de anticorpos antitireóide (anticorpos antitireoperoxidase - AntiTPO ou anticorpos antimicrossomais) no sentido de se detectar a presença ou não da tireoidite de Hashimoto.

Como se trata?
Nos casos em que se suspeita de neoplasia maligna, está indicada a cirurgia de retirada completa da tireóide, complementada com tratamento com iodo radioativo e hormônio da tireóide (ver item específico desse site). Em bócios volumosos com manifestações compressivas cervicais também está indicada a cirurgia. Em pacientes com nódulos únicos ou múltiplos e hipertireoidismo pode ser indicado o tratamento medicamentoso e principalmente a administração de doses terapêuticas de iodo radioativo. Nos pacientes com hipotireoidismo está indicado o tratamento de reposição hormonal com tiroxina (T4), em doses adequadas corrigidas de acordo com o peso corporal.

Como se previne?
Os nódulos que podem ser prevenidos são aqueles associados a bócios endêmicos (decorrentes de deficiência de iodo). Na presença de nódulos únicos ou múltiplos e de uma história de familiares em primeiro grau também portadores da mesma alteração, devem ser pesquisadas precocemente as neoplasias familiares através de marcadores hormonais ou moleculares.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

TIREOIDITE DE HASHIMOTO

TIREOIDITE DE HASHIMOTO

Sinônimos e Nomes populares: Tireoidite auto-imune; Tireoidite Linfocítica Crônica; inflamação na tireóide, tireóide preguiçosa.

O que é?
É uma doença auto-imune na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireóide levando a uma inflamação crônica que pode acarretar o aumento de volume da glândula (bócio) e diminuição do seu funcionamento (hipotireoidismo).

Tratando-se de doença auto-imune, a mesma pode estar associada a outras doenças com essas características, envolvendo outras glândulas (supra-renal, paratireóides, pâncreas, gônadas) ou outros órgãos como a pele e o fígado, principalmente (ver Hipotireoidismo e Insuficiência Adrenal, nesse site).

É a causa mais comum de aumento da tireóide em mulheres entre os 20 e 40 anos de idade, ocasionando especialmente o bócio difuso.

Como se desenvolve?
O próprio organismo desenvolve anticorpos contra a glândula tireóide.

Essa situação ocorre mais freqüentemente em mulheres e em pessoas que apresentam alguma predisposição genética, uma vez que a doença acomete diversas pessoas em uma mesma família.

Geralmente os anticorpos são contra enzimas existentes na glândula (anticorpos antimicrossomais e antitireoperoxidase) ou contra a tireoglobulina, que é uma das mais importantes proteínas existentes na tireóide.

Na medida em que a doença tem características auto-imunes, pode ocorrer o envolvimento de outras glândulas, caracterizando a Insuficiência Poliglandular Auto-imune.

Esse conjunto de alterações possui dois tipos:
Tipo I Que ocorre mais freqüentemente na infância, o paciente apresenta envolvimento das adrenais, paratireóides, gônadas e produção de glóbulos vermelhos (anemia).

Tipo II O paciente apresenta Tireoidite de Hashimoto, Diabetes Mellitus, envolvimento das gônadas e da pele (vitiligo).

O que se sente?
Os pacientes com tireoidite de Hashimoto podem apresentar sintomas locais e gerais. Os sintomas locais são o aumento de volume da tireóide e leve dor local. O aumento de volume é denominado bócio, que nestes casos, apresenta um envolvimento de toda a glândula, levando a um bócio difuso.

A dor é um sintoma que ocorre raramente, e em geral é de pouca intensidade e notada sobre a região inferior do pescoço.

Na situação em que o paciente apresenta um quadro de dor de aparecimento recente (alguns dias) e de intensidade importante, deve se suspeitar de uma outra forma de tireoidite, que é a tireoidite sub-aguda. Essa doença é um processo inflamatório de origem viral que acomete rapidamente a tireóide, não estando associada a um processo auto-imune. Essa forma de tireoidite é denominada Tireoidite Sub-Aguda e apresenta diagnóstico e tratamento específico.

Os sintomas gerais são decorrentes da diminuição de funcionamento da tireóide, provocando o quadro clínico de hipotireoidismo primário (ver item específico desse site).

Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é realizado a partir da história clínica e de uma avaliação adequada, que inclui o exame detalhado do pescoço e a pesquisa dos sinais e sintomas de diminuição de funcionamento da tiróide (hipotireoidismo). A partir da avaliação médica inicial, o paciente deverá realizar avaliação da função da tireóide com dosagem do TSH (hormônio tireo-estimulante), eventualmente com a dosagem de T4 e através da pesquisa dos anticorpos antitireóide.

Entre os anticorpos antitireóide deve ser preferida a realização da pesquisa de anticorpos antitireoperoxidase (anticorpos anti-TPO), podendo também serem realizados os anticorpos antimicrossomais e antitireoglobulina, embora com menor sensibilidade diagnóstica.

Se o paciente apresenta aumento importante da tireóide e nódulo, é útil a realização de uma ecografia do pescoço para avaliação das características da tiróide, o que irá determinar se existe apenas um ou mais nódulos na glândula e quais são as características destes nódulos.

Se existem vários nódulos, porém um deles é proeminente (dominante) ou se houver um nódulo em um bócio difuso, o mesmo deverá ser puncionado para um diagnóstico detalhado. Um exame que apresenta indicação duvidosa nos casos de Hipotireoidismo e Tireoidite de Hashimoto é a realização da medida de captação de iodo radioativo pela tireóide ou da cintilografia da tireóide. Esses exames, que demonstrarão diminuição da captação de iodo e dificuldade na identificação da glândula tireóide, são exames trabalhosos e que utilizam radioatividade, motivo pelo qual vêm sendo abandonados para essa finalidade.

Como se trata?
Nos casos em que ocorre o hipotireoidismo, está indicado o tratamento específico (ver item específico desse site). Nos casos em que os anticorpos são positivos e a função tireoideana é normal, o paciente deve realizar uma avaliação médica e hormonal periódica (semestral ou anual) e medicado de acordo com sua evolução. O surgimento de nódulos ou outras doenças associadas deve também ser periodicamente avaliado.

É importante salientar que apesar de serem detectados anticorpos contra a glândula tireóide, o tratamento com medicamentos que possam eventualmente diminuí-los não está indicado. Assim, pessoas que apresentam anticorpos positivos, não devem ser medicados com cortisona (corticóides), anti-inflamatórios ou imunossupressores. Os efeitos colaterais dessas drogas são maiores que seus benefícios nesses casos.

Como se previne?
Não se conhecem métodos de prevenção para a doença Tireoidite de Hashimoto.

Ela pode, por outro lado, ser detectada precocemente se avaliarmos periodicamente pacientes de risco. Esses pacientes são aqueles que apresentam alguma das doenças associadas ou familiares em primeiro grau portadores da doença. Em pacientes já diagnosticados e que ainda não apresentam hipotireoidismo, o mesmo deve ser pesquisado periodicamente, evitando assim o desenvolvimento de sinais e sintomas de deficiência dos hormônios da tireóide.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DEPRESSAO

DEPRESSÃO

Sinônimos e nomes relacionados:
Transtorno depressivo, depressão maior, depressão unipolar, incluindo ainda tipos diferenciados de depressão, como depressão grave, depressão psicótica, depressão atípica, depressão endógena, melancolia, depressão sazonal.

O que é a depressão?
Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também freqüente.

Como se desenvolve a depressão?
Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.

As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como:
- Estresse
- Estilo de vida
- Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.

Como se diagnostica a depressão?
Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.

O que sente a pessoa deprimida?
Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado, desanimado, abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.

Como é o pensamento da pessoa deprimida?
Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas deprimidas são os de se sentirem sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos "catastróficos" de suas possíveis decisões erradas.

Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio
Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Esse aspecto faz com que a depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente em pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria tendência a isolar-se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que resulta na perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não iniciam um tratamento médico adequado.

Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos pessoais
Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.

Como se trata a depressão?
A depressão é uma doença reversível, ou seja, há cura completa se tratada adequadamente. O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado ao perfil de cada paciente. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida diária. Nesses casos, o acompanhamento médico é fundamental, mas o tratamento pode ser apenas psicoterápico.

Pode haver também casos de depressões bem mais graves, com maior prejuízo sobre o dia-a-dia do indivíduo, podendo ocorrer também sintomas psicóticos (como delírios e alucinações) e ideação ou tentativas de suicídio. Nessa situação, o tratamento medicamentoso se faz obrigatório, além do acompanhamento psicoterápico.

Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, medicações que não causam “dependência”, são bem toleradas e seguras se prescritas e acompanhadas pelo médico. Em alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que podem variar de acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos, antipsicóticos).

Colaboradoras
Dra. Alice Sibile Koch
Dra. Dayane Diomário da Rosa

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

OBESIDADE III

De acordo com suas causas, a obesidade pode ainda ser classificada conforme a tabela a seguir.
Classificação da Obesidade de Acordo com suas Causas:
Obesidade por Distúrbio Nutricional
- Dietas ricas em gorduras
- Dietas de lancherias

Obesidade por Inatividade Física
- Sedentarismo
- Incapacidade obrigatória
- Idade avançada

Obesidade Secundária a Alterações Endócrinas
- Síndromes hipotalâmicas
- Síndrome de Cushing
- Hipotireoidismo
- Ovários Policísticos
- Pseudohipaparatireoidismo
- Hipogonadismo
- Déficit de hormônio de crescimento
- Aumento de insulina e tumores pancreáticos produtores de insulina

Obesidades Secundárias
- Sedentarismo
- Drogas: psicotrópicos, corticóides, antidepressivos tricíclicos, lítio, fenotiazinas, ciproheptadina, medroxiprogesterona
- Cirurgia hipotalâmica

Obesidades de Causa Genética
- Autossômica recessiva
- Ligada ao cromossomo X
- Cromossômicas (Prader-Willi)
- Síndrome de Lawrence-Moon-Biedl

Cabe salientar ainda que a avaliação médica do paciente obeso deve incluir uma história e um exame clínico detalhados e, de acordo com essa avaliação, o médico irá investigar ou não as diversas causas do distúrbio. Assim, serão necessários exames específicos para cada uma das situações. Se o paciente apresentar "apenas" obesidade, o médico deverá proceder a uma avaliação laboratorial mínima, incluindo hemograma, creatinina, glicemia de jejum, ácido úrico, colesterol total e HDL, triglicerídeos e exame comum de urina.

Na eventual presença de hipertensão arterial ou suspeita de doença cardiovascular associada, poderão ser realizados também exames específicos (Rx de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico) que serão úteis principalmente pela perspectiva futura de recomendação de exercício para o paciente.

A partir dessa abordagem inicial, poderá ser identificada também uma situação na qual o excesso de peso apresenta importante componente comportamental, podendo ser necessária a avaliação e o tratamento psiquiátrico.

A partir das diversas considerações acima apresentadas, julgamos importante salientar que um paciente obeso, antes de iniciar qualquer medida de tratamento, deve realizar uma consulta médica no sentido de esclarecer todos os detalhes referentes ao seu diagnóstico e as diversas repercussões do seu distúrbio.

Como se trata?
O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, pode estar indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra. Nos casos de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve inicialmente ser dirigido para a causa do distúrbio.

Reeducação Alimentar
Independente do tratamento proposto, a reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através dela, reduziremos a ingesta calórica total e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode necessitar de suporte emocional ou social, através de tratamentos específicos (psicoterapia individual, em grupo ou familiar). Nessa situação, são amplamente conhecidos grupos de reforço emocional que auxiliam as pessoas na perda de peso.

Independente desse suporte, porém, a orientação dietética é fundamental.

Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física, sendo os alimentos distribuídos em 5 a 6 refeições por dia, com aproximadamente 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20% de proteínas.

Não são recomendadas dietas muito restritas (com menos de 800 calorias, por exemplo), uma vez que essas apresentam riscos metabólicos graves, como alterações metabólicas, acidose e arritmias cardíacas.

Dietas somente com alguns alimentos (dieta do abacaxi, por exemplo) ou somente com líquidos (dieta da água) também não são recomendadas, por apresentarem vários problemas. Dietas com excesso de gordura e proteína também são bastante discutíveis, uma vez que pioram as alterações de gordura do paciente além de aumentarem a deposição de gordura no fígado e outros órgãos.

Exercício
É importante considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico.

O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do tratamento com dieta. Entre os diversos efeitos se incluem:
- a diminuição do apetite,
- o aumento da ação da insulina,
- a melhora do perfil de gorduras,
- a melhora da sensação de bem-estar e auto-estima.

O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao menos 4 vezes por semana, inicialmente leves e a seguir moderados. Esta atividade, em algumas situações, pode requerer profissional e ambiente especializado, sendo que, na maioria das vezes, a simples recomendação de caminhadas rotineiras já provoca grandes benefícios, estando incluída no que se denomina "mudança do estilo de vida" do paciente.

Drogas
A utilização de medicamentos como auxiliares no tratamento do paciente obeso deve ser realizada com cuidado, não sendo em geral o aspecto mais importante das medidas empregadas. Devem ser preferidos também medicamentos de marca comercial conhecida. Cada medicamento específico, dependendo de sua composição farmacológica, apresenta diversos efeitos colaterais, alguns deles bastante graves como arritmias cardíacas, surtos psicóticos e dependência química. Por essa razão devem ser utilizados apenas em situações especiais de acordo com o julgamento criterioso do médico assistente.

No que se refere ao tratamento medicamentoso da obesidade, é importante salientar que o uso de uma série de substâncias não apresenta respaldo científico. Entre elas se incluem os diuréticos, os laxantes, os estimulantes, os sedativos e uma série de outros produtos freqüentemente recomendados como "fórmulas para emagrecimento". Essa estratégia, além de perigosa, não traz benefícios a longo prazo, fazendo com que o paciente retorne ao peso anterior ou até ganhe mais peso do que o seu inicial.

Como se previne?
Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma mudança geral no estilo de vida do paciente.